quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Examinemos a Nós Mesmos


- Qual é o meio prático e mais eficaz para se melhorar nesta vida, e resistir aos arrastamentos do mal?
-  Um sábio da antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo.
(Questão no 919 de “O Livro dos Espíritos”)

 
O dever do espírita-cristão é tornar-se progressivamente melhor.
Útil, assim, verificar de quando em quando, com rigoroso exame pessoal, a nossa verdadeira situação íntima.
Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário.
Testa a paciência própria: - Estás mais calmo, afável e compreensivo?
Inquire as tuas relações na experiência doméstica: - Conquistaste mais alto clima de paz dentro de casa?
Investiga as atividades que te competem no templo doutrinário: - Colaboras com mais euforia na seara do Senhor?
Observa-te nas manifestações perante os amigos: - Trazes o Evangelho mais vivo nas atitudes?
Reflete em tua capacidade de sacrifício: - Notas em ti mesmo mais ampla disposição de servir voluntariamente?
Pesquisa o próprio desapego: - Andas um pouco mais livre do anseio de influência e de posses terrestres?
Usas mais intensamente os pronomes “nós”, “nosso”, e “nossa” e menos os determinativos “eu”, “meu” e “minha”?
Teus instantes de tristeza ou de cólera surda, às vezes tão conhecidos somente por ti, estão presentemente mais raros?
Diminuíram-te os pequenos remorsos ocultos no recesso da alma?
Dissipaste antigos desafetos e aversões?
Superaste os lapsos crônicos de desatenção e negligência?
Estudas mais profundamente a Doutrina que professas?
Entendes melhor a função da dor?
Ainda cultivas alguma discreta desavença?
Auxilias aos necessitados com mais abnegação?
Tens orado realmente?
Teus ideais evoluíram?
Tua fé raciocinada consolidou-se com mais segurança?
Tens o verbo mais indulgente, os braços mais ativos e as mãos mais abençoadoras?
Evangelho é alegria no coração: - Estás, de fato, mais alegre e feliz intimamente, nestes três últimos anos?
Tudo caminha!  Tudo evolui!  Confiramos o nosso rendimento individual com o Cristo!
Sopesa a existência hoje, espontaneamente, em regime de paz, para que te não vejas na obrigação de sopesá-la amanhã sob o impacto da dor.
Não te iludas!  Um dia que se foi é mais uma cota de responsabilidade, mais um passo rumo à Vida Espiritual, mais uma oportunidade valorizada ou perdida.
Interroga a consciência quanto à utilidade que vens dando ao tempo, à saúde e aos ensejos de fazer o bem que desfrutas na vida diária.

Faze isso agora, enquanto te vales do corpo humano, com a possibilidade de reconsiderar diretrizes e desfazer enganos facilmente, pois, quando passares para o lado de cá, muita vez, já será mais difícil...

Waldo Vieira / André Luiz

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

União


Ante o mundo moderno, em doloroso e acelerado processo de transição,  procuremos em Cristo Jesus o clima de nossa reconstrução espiritual para a Vida Eterna.
...Profundas transformações políticas assinalam o caminho das nações, asfixiantes dificuldades pesam sobre os interesses coletivos, em toda a comunidade planetária, e, acima de tudo, lavra a discórdia, em toda parte, desintegrando o idealismo santificante.
Este é o plano a que os novos discípulos são chamados.
O momento por isto mesmo, é de luz para as trevas, amor para o ódio, esclarecimento para a ignorância, bom ânimo para o desalento.
Não bastará, portanto, a movimentação verbalística.  Não prevalece a plataforma doutrinária tão-somente.
Imprescindível renovar o coração, convertendo-o em vaso de graças divinas para a extensão das dádivas recebidas.
Espiritismo, na condição de mera fenomenologia, é simples indagação.  Indispensável reconhecer, entretanto, que as respostas do Céu às perquirições da Terra nunca faltaram.
A morte do corpo não nos desvenda os gozos do paraíso, nem nos arrebata aos tormentos do inferno.  Nós, os desencarnados, somos também criaturas humanas em diferentes círculos vibratórios, tão necessitados de aplicação do Evangelho Redentor, quanto os companheiros que marcham pelo  roteiro carnal.
A sepultura não é milagroso  acesso às zonas de luz integral ou da sombra completa.  Somos defrontados por novas modalidades da Divina Sabedoria a se traduzirem por mistérios mais altos.
Transformemo-nos, meus amigos, naquelas  “cartas vivas” do Mestre dos Mestres a que o Apóstolo Paulo se refere em suas advertências imortais.
Estamos distantes da época em que os filhos da Terra se dirigirão ao Pai com idêntica linguagem, porquanto, para isso, seria indispensável a sintonia absoluta entre nós outros e o Celeste Embaixador das Boas Novas da Salvação.
Reveste-se a hora atual de nuvens ameaçadoras.  Não nos iludamos.  O amor ilumina a justiça, mas, a justiça é a base da Lei Misericordiosa.
O mundo atormentado atravessa angustioso período de aferição.  Irmanemo-nos, desse modo, em Jesus, para que a tormenta não nos colha, de surpresa, o coração.
Abracemo-nos na obra redentora a derrubar as fronteiras que separam os templos veneráveis uns aos outros.
Nossa época é de ascensão do homem à estratosfera, de intercâmbio fácil das nações e de avanço da medicina em todas as frentes, contudo, é também de lágrimas, reajustamento e luta.
Entrelacemos as mãos, no testemunho da luz e da paz que nos felicitam.
Lembremo-nos de que somos os herdeiros diretos da confiança e do amor daqueles que tombaram nos circos do martírio por trezentos anos consecutivos.
Espiritismo sem Evangelho é apenas sistematização de idéias para transposição da atividade mental, sem maior eficiência na construção do porvir humano.
Trabalharemos, entretanto, quanto estiver ao nosso alcance, a fim de que o cristianismo redivivo prevaleça entre nós para que a experiência terrestre não vos constitua patrimônio indesejável e inútil e para que, unidos fraternalmente, sejamos colaboradores sinceros do Mestre, sem esquecer-Lhe as sagradas palavras:
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.  Ninguém vai ao Pai senão por Mim”


Chico Xavier / Emmanuel

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Crenças e Carma


“...A quem, pois, culpar de todas as suas aflições senão a si mesmo?  O homem é, assim, num grande número de casos, o artífice dos seus próprios infortúnios; mas em vez de o reconhecer, ele acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência...”    O Evangelho Segundo O Espiritismo – Cap. V Item 4 
 
Mentalidade é a capacidade intelectual, ou seja, o conjunto de crenças, costumes, hábitos e disposições psíquicas de um indivíduo.  São registros profundos situados no corpo espiritual,  raízes de nosso modo de agir e pensar, acumulados na noite dos tempos.
Nossa mentalidade atrai tudo aquilo que irradiamos consciente oi inconscientemente.  Portanto, certos conceitos que mantemos atraem prosperidade e nos fazem muito bem; outros tantos nos desconectam do progresso e da realidade espiritual.
Porque ainda não vemos as coisas sem o manto da ilusão é que acreditamos em prêmios e castigos; na realidade, suportamos apenas as conseqüências de nossos atos.
Dessa forma, tudo o que está acontecendo em tua vida é produto de tuas crenças e pensamentos que se materializam; não se trata, pois, de punições nem recompensas, mas reações desencadeadas pelas tuas ações mentais.
Certas idéias sobre o carma não condizem com a coerência e com a lógica da reencarnação, levando-te a interpretações distorcidas e irreais sobre as Leis Divinas.
Carma, em sânscrito, quer dizer simplesmente “ação”.
Tuas ações, ou seja, teus carmas são positivos ou negativos, de conformidade com o que fizeste e segundo tuas convicções e valores pessoais.
Deus não julga os atos pessoais, mas criou leis perfeitas que dirigem o Universo.  Porque tens o livre-arbítrio como patrimônio, é que deves admitir que a vida dá chances iguais para todos: a diferença está na credulidade de cada um.
A seguir, algumas formas negativas de pensar: “Não posso mudar, é meu carma”;  “Tenho que sofrer muito, são erros do passado”.
Se golpearmos algo para a frente, este objeto terá a força e a direção que lhe imprimirmos.  Se continuarmos, pois, a golpeá-lo, recolheremos sucessivos retornos com relativa freqüência e intensidade, conforme nossa ação promotora.
São assim teus carmas; atos e atitudes que detonas continuadas vezes, vida após vida, recebendo, como conseqüência, as reações decorrentes de tua liberdade de agir. 
Por que, então, não mudas teu carma?
Jesus afirmou que as ações benevolentes impedem os efeitos negativos, quando asseverou: “Muito lhe foi perdoado porque muito amou, mas a quem pouco se perdoa, é porque pouco ama”.  Ou ainda: “O amor cobre a multidão de pecados”.
Algumas religiões e sociedades vingativas e condenadoras impuseram a crença da punição como forma de resgatar a consciência intranqüila perante as leis morais.  Outras, mais radicais ainda, diziam que somente o sofrimento e o castigo até a “quarta geração”, eram o tributo necessário para que as criaturas pudessem se harmonizar perante o tribunal sagrado, com isso olvidando que a Providência Divina usa como método real de evolução apenas a educação e o amor.
Aquele que muito amou foi perdoado, não aquele que muito sofreu.  O amor é que cobriu, isto é, resgatou a multidão de pecados, não a punição ou o castigo.
O sofrimento apenas nos serve como “transporte das almas” de retorno ao amor, de onde saímos, fruto da Paternidade Divina.  A função da dor é ampliar horizontes para realmente vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do equilíbrio.
Como o golpe ao objeto pode ser modificado, repensa e muda também tuas ações, diminuindo intensidades e freqüências e recriando novos roteiros em tua existência.

Transformar ações amando é alterar teu carma para melhor, atraindo pessoas e situações harmoniosas para junto de ti.

http://www.omensageiro.com.br/mensagens/mensagem-15.htm

domingo, 28 de dezembro de 2014

Reflexão


Seja qual for a situação em que te encontres, agradece a Deus a atual conjuntura expiatória ou provacional, utilizando-te do tempo com sabedoria e discernimento, de modo a construíres o futuro, desde que o presente se te afigure afligente ou doloroso.
O que hoje possuis vem de ontem, podendo edificar para o amanhã, através do uso que faças das faculdades ao teu alcance.
Qualquer corpo, mesmo quando mutilado ou limitado, assinalado por enfermidades ultrizes e rigorosas, constitui concessão superior que a todos cabe zelar e cultivar, desdobrando recursos e entesourando aquisições, mediante os quais poderá planar logo mais nas Regiões Felizes, livre dos recursos dolorosos e recomeços difíceis.

http://www.omensageiro.com.br/cursos/rseese/9.htm

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Em toda e qualquer circunstância

No período da Segunda Guerra Mundial, o campo de concentração alemão de Ravensbrück, perto de Berlim, era considerado a pior prisão feminina.
As condições de vida eram subumanas. Estima-se que cerca de noventa mil mulheres e crianças ali morreram.
Foi para essa prisão que foram enviadas as irmãs holandesas Betsie e Corrie, detidas em fevereiro de 1944.
Quando foram transferidas para Ravensbrück, esperavam sofrer muito, pois conheciam a má fama do lugar. Porém, ambas eram mulheres de muita fé e confiaram a Deus suas vidas.
Nos primeiros dois dias, dormiram ao relento, sob a chuva. Depois, foram apertadas em um barracão, que fora construído para abrigar quatrocentas pessoas. Eram mais de mil e quatrocentas as mulheres ali abrigadas.
E, para completar, o local era infestado de pulgas.
Nesse lugar lúgubre, as irmãs se sentiam extremamente incomodadas pelos insetos. Entretanto, Betsie se lembrou das palavras do livro bíblico de Tessalonicenses: Dai graças a Deus em toda e qualquer circunstância.
Inspirada por tais palavras, proferiu uma oração, junto à sua irmã, agradecendo a Deus pelo dom da vida, por estarem juntas e até mesmo pelas pulgas.
Corrie, admirada, indagou: Agradecer pelas pulgas? Você está mesmo agradecendo pelas pulgas?
Betsie, serena, limitou-se a responder: Em tudo devemos agradecer a Deus.
O trabalho era duro. A comida era pouca e quem não fosse rápido na execução das tarefas, não recebia a batata e a sopa rala no almoço.
Passaram-se longos e incontáveis meses e as irmãs, diariamente, agradeciam a Deus, pois tinham oportunidade de, naquele alojamento infestado de pulgas, orar, louvar ao Criador e recitar trechos bíblicos.
Agradeciam também pelo fato dos guardas raramente virem até a cela na qual elas se encontravam.
O tempo passou. Betsie morreu na prisão, vítima de enfermidade e Corrie foi libertada, em dezembro de 1944.
Foi então que ela compreendeu o motivo de não serem importunadas pelos guardas, naquele alojamento: eles sabiam da infestação dos insetos no lugar e não chegavam perto.
Sarcasticamente, chamavam a cela de o circo das pulgas.
Com lágrimas nos olhos, Corrie proferiu uma prece de agradecimento a Deus por sua vida e, também, de forma especial, pelas pulgas.
*   *   *
Tudo que está ao nosso redor ganha novo sentido quando somos gratos por aquilo que nos cerca, pelo que somos e pelo que temos.
Quando somos gratos, desfrutamos melhor cada aspecto da vida, pois sabemos observar o mundo em profundidade e verdade.
Percebemos o sentido existente por trás de cada acontecimento, de cada sentimento, de cada conquista, de cada pessoa que entra, que permanece e que parte de nossas vidas.
*   *   *
A gratidão é um estado de espírito.
Nas palavras de Melody Beattie: A gratidão desbloqueia a abundância da vida. Ela torna o que temos em suficiente, e mais. Ela torna a negação em aceitação, caos em ordem, confusão em claridade.
Ela pode transformar uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. A gratidão dá sentido ao nosso passado, traz paz para o hoje e cria uma visão para o amanhã.
Redação do Momento Espírita

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O Escultor de Almas


O nobre carpinteiro de Nazaré era um extraordinário escultor de almas.
Numa época plena de preconceitos e discriminações, Ele acolhia a todos.
À mulher adúltera convidou que se erguesse, recompusesse sua vida, mas não tornasse a errar.
Ele frequentava a casa de amigos, conhecidos e até de desconhecidos, e com eles fazia as refeições. Enquanto se alimentava, oferecia o pão da vida aos que partilhavam a refeição.
Conhecedor das limitações humanas, amou incondicionalmente a Humanidade. Ofertou o perdão como dádiva generosa para que a criatura tivesse a chance de recomeçar, de tentar outra vez e outra mais.
Refinado na arte de pensar, ensinava tesouros de sabedoria com poucas palavras.
Os mansos herdarão a Terra, lecionou. Diferente do poder do mundo, Ele prometia os territórios do Seu reino para os que vivenciassem a mansidão.
Estimulando os homens a pensar, convidou a que observassem os pássaros do céu e as flores dos campos. Nas entrelinhas, Ele ensinava que o homem deve aprender a olhar para a natureza e desfrutar da sua beleza. Deve erguer os olhos ao céu e não somente mantê-los fixos nas coisas da Terra.
Profundo conhecedor da alma humana, trabalhava a emoção das criaturas.
Tomou a juventude do Apóstolo João, arrebatado, e lhe esculpiu a emoção. Ele se tornou o poeta do amor.
Tomou da experiência do Apóstolo Pedro e o convidou a ser pescador de almas.
Ouvindo a disputa entre os discípulos, discorreu sobre quem seria o maior, no reino dos céus.
Tomou da lâmina do Seu exemplo, para entalhar nas suas almas o exato cumprimento do dever. Por isso se fez pequeno, ao ponto de somente admitir estar acima das pessoas quando foi cravado na cruz.
Ouvia perguntas absurdas e pacientemente trabalhava nos becos da alma dos que O buscavam.
Tomou de uma semente de mostarda para falar do vigor da fé. Serviu-se de imagens da natureza para as lições da sabedoria.
Tudo para ensinar que nas pequenas coisas se escondem os mais belos tesouros.
Escultor de almas, trabalhou pacientemente as pessoas consideradas escórias da sociedade. A todas ensinou a arte de amar.
Trabalhou com pessoas difíceis para mostrar que vale a pena investir no ser humano.
Finalmente, ensinou com Seu exemplo que a felicidade não está nos aplausos da multidão ou no exercício do poder.
A Sua conduta expressou que a felicidade se encontra nas avenidas da emoção e nas vielas do Espírito.
*   *   *
Aprendamos com o Mestre da vida a ter uma vida rica social e emocional.
Voltemos a fazer coisas simples. Andemos descalços na areia, cuidemos de plantas, criemos animais.
Façamos novos amigos, conversemos com vizinhos, cumprimentemos as pessoas com um sorriso.
Leiamos bons livros, meditemos sobre a vida, escrevamos poesias.
Rolemos no tapete com as crianças, façamos do nosso ambiente de trabalho um oásis de prazer e descontração.
 

Redação do Momento Espírita

sábado, 20 de dezembro de 2014

Conquistador Incomparável

Os conquistadores se cercam de legiões de mercenários e de soldados. Estabelecem estratégias de combate e planos ousados de conquistas.
Os conquistadores amealham tesouros da Terra e com eles pretendem estender o seu poder.
Os que os seguem o fazem aguardando recompensas generosas. Ou, então, serem brindados com cargos que lhes conferirão, igualmente, poder e dinheiro.
Ele foi um Conquistador diferente. Chegou tendo sido inicialmente anunciado aos corações simples e ouvidos atentos. Há muito aguardado, teve confirmada Sua identidade em várias oportunidades.
Seu Pai enviou um Mensageiro especial para Lhe anunciar o nascimento e um coral magnífico coroou de esplendor a notícia alvissareira.
Na noite quase fria, envolto em panos, sob a luz de brilhante estrela, Ele Se fez presente entre os homens.
Mostrou-Se à beira de um rio, entre pessoas rudes, mas esperançosas. Teve como arauto um mensageiro de voz vigorosa, que dizia ter vindo ao mundo para aplainar as veredas do Senhor.
O nome desse mensageiro era João. E, tendo-O identificado, endereçou-Lhe os dois primeiros Apóstolos, consciente de que Ele era o Cordeiro de Deus, o Messias cantado pelo povo, esperança da Humanidade.
Os conquistadores desejam homens adestrados em armas e selecionam os seus seguidores entre os que demonstram agilidade, precisão e eficácia.
Ele escolheu homens do povo. Pescadores da Galileia, um letrado, um vendedor de quinquilharias, um adolescente apaixonado pelas notícias dos Céus.
Doze deles compuseram Seu colegiado mais próximo. Outros setenta e dois, a quem lecionou a arte da compreensão e da paz íntima, elegeu como mensageiros da Sua chegada.
Dois a dois, esses foram à frente, anunciando pelas aldeias e cidades que o Reino de Deus se fazia próximo. E que o Filho do Rei já Se encontrava entre eles.
Tudo para que, quando Ele chegasse, a população já O aguardasse, na expectativa da Boa Nova que Ele traria.
Estrategista excelso, planificou com detalhes a abordagem aos simples e aos poderosos.
Esteve na praça, nas estradas, nas montanhas, no vale. Pregou nas sinagogas, no templo suntuoso de Jerusalém, nas casas dos que O acolhiam.
Distribuiu a Sua palavra, alertando que os que tivessem ouvidos de ouvir, ouvissem.
A ninguém constrangeu a segui-lO. O Seu era o convite para a paz. Quem a desejasse, que O seguisse.
Fez amigos por toda parte. Em Betânia, era acolhido, pelos irmãos Marta, Maria e Lázaro, com todo amor.
Pelas bandas de Tiro e Sidon, o lar de um amigo O acolheu, generoso, em Sua passagem.
Um certo Simão Lhe ofereceu um banquete, às quase vésperas de Sua prisão e morte. Um anúncio de despedida.
Jesus. Ninguém que O igualasse. Ninguém que realizasse, com tanta doçura e firmeza, a conquista de tantos corações.
Passados mais de vinte séculos de Seu retorno ao Mundo Espiritual, Sua presença permanece viva nos corações.
Sua vida, Seus atos, Seus feitos são contados, estudados em detalhes, por todos os que se fazem ávidos da Sua tão cantada paz.
Jesus, um Conquistador Incomparável. Sigamo-lO.
Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O que nos faz felizes

Certo comercial de uma rede de supermercados vem investindo muito na indagação: O que faz você feliz?
As imagens mostram cenas familiares, de afeto, de convivência com amigos. Em síntese, coisas que estão ao alcance de todos, independente de condição social, da casa onde resida, do local de trabalho.
O marketing insistente nos leva a nos questionarmos: O que nos faria felizes?
Acostumados a pensar na felicidade como algo distante, inatingível, miramos no futuro e esquecemos de viver o hoje.
Idealizamos o quadro de nossa felicidade quando tivermos adquirido a casa, com jardim amplo, piscina. Ou quem sabe, um apartamento luxuoso em condomínio fechado que, ademais, nos deverá garantir maior segurança pessoal.
Sonhamos que a felicidade nos haverá de abraçar quando possuirmos o carro do ano, último tipo, o mais cobiçado.
Falamos que um dia, quando fizermos a viagem dos nossos sonhos, plena será nossa felicidade.
Contamos os anos trabalhados, calculamos quantos nos faltam para a aposentadoria... porque então, sem compromissos profissionais, que nos assinalem as horas, seremos felizes.
Sempre conjugamos o verbo no futuro que, entretanto, poderemos não alcançar, nesta vida.
Tudo é transitório neste mundo e as circunstâncias se alteram com muita facilidade.
Por isso, importante pensar no presente o que nos pode fazer felizes.
E, então, olharmos em nosso entorno, descobrindo como é bom chegar ao final do mês e termos o salário garantido, mesmo que ele não signifique a solução total dos nossos problemas financeiros.
Lembrar de como nos sentimos felizes em poder comprar pequenos mimos para presentear nossos filhos, surpreender nossos amores, em dias de comemoração de coisa nenhuma.
Como é bom ter um lar para voltar, não importando seja uma casa luxuosa, ou um diminuto apartamento.
É o lar o lugar onde nos sentimos à vontade, onde fazemos a refeição com a família, onde descansamos, nos emocionando com um bom livro a sós, num cantinho especial; ou assistindo um filme junto a quem amamos.
Lar, um lugar para chegar. Um abrigo. Um lugar para ser feliz.
Pensando sempre no presente, nos sentiremos exultar por termos uma profissão, na qual nos realizamos, na jornada do progresso.
Haveremos de nos sentir exitosos por degustarmos algo saboroso, delicioso, usufruindo o prazer de comer. Um quindim, sorvete, pizza. Pão com queijo. Não importa.
Lembraremos das manhãs de sol, das caminhadas no parque, do passeio de bicicleta. Do descanso à sombra de uma árvore. Da beleza do verde e do perfume das flores.
Recordaremos do vento nos desalinhando os cabelos, do redemoinho das folhas mortas.
Tudo graças à possibilidade de nos locomovermos com nossas próprias pernas, de dispormos dos sentidos da visão, do olfato.
O que nos faz felizes? Um olhar, um abraço, um aperto de mão, um até logo.
Pensemos nisso. Enumeremos tudo, hoje, para não esquecer nada.
Não deixemos que chegue o amanhã em que não mais teremos isso ou aquilo, para descobrir o que ontem nos fazia felizes.
Pensemos: O que é mesmo que nos faz felizes?
Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Nos últimos dez anos

Nos últimos dez anos demos as mãos e resolvemos caminhar juntos.
Não como um só, pois como “dois” somos maiores, mais fortes; nos apoiamos nas escaladas dos dias, um promovendo o outro para o Alto; nos amparamos na iminência de cada possível queda, um segurando o outro.
Como “dois” somos diferentes e nossas diferenças se completam, provando que pode haver harmonia no Universo, mesmo quando os pensamentos são distintos, mesmo quando as opiniões são opostas.
Nos últimos dez anos iniciamos uma vida dentro de uma vida, pois nosso encontro foi um renascimento.
Como era a vida antes do “nós”? Antes de nos conhecermos? Parece, às vezes, uma lembrança de outra existência, pois este novo viver é tão vibrante, tão intenso, que dez anos parecem quase cem.
Nos últimos dez anos nos demos filhos... E com eles vieram tantas coisas...
Veio a maturidade pois ter esses seres sob nossa responsabilidade é um convite ao amadurecimento.
Voltamos a ser crianças em tantos aspectos... Nos melhores deles, aliás...
Ao mergulhar, diariamente, no mundo dos pequenos, voltamos a ser como eles um pouco. Acordamos nosso menino e nossa menina de ontem, e brincamos todos os quatro juntos, felizes...
Com a chegada dos filhos se foi um pouco de nosso egoísmo... Sim, agora parece muito mais natural pensar no outro e esquecer um pouco de nós.
Vivemos em função deles e isso nos faz bem, nos completa, nos traz alegria, não pela ideia de recompensa, pois não nos preocupamos com isso, mas pela simples possibilidade de servir...
Nos últimos dez anos criamos uma nova família e já começamos a compreender a palavra “legado”.
Nos últimos dez anos aprendemos que se um não ouvir o outro, o amor fica surdo.
Nos últimos dez anos o amor mudou de cor, de cheiro, de gosto, de toque. O amor transmutou, mas nunca deixou de ser amor... E nunca deixou de crescer.
Nos últimos dez anos... eu sempre quis voltar para casa para ver você...
*   * *
A união permanente de dois seres é um progresso na marcha da Humanidade.
É grande golpe sobre o egoísmo e o orgulho, quando levamos a sério esse compromisso valioso e intenso que nos alça aos mais altos voos da evolução.
A solidariedade fraterna que ele estabelece nos convida a pensar no outro, a considerar o outro, a doarmo-nos espontaneamente.
Dez, trinta, cinquenta, setenta anos de casamento em harmonia, mesmo passando por inúmeras tribulações – bem naturais ainda no mundo – representa vitória do amor sobre as trevas, vitória da luz sobre as sombras.
 * *   *
Acredite em seu casamento. Acredite no amor maduro que suporta e supera tudo.
Não crie ilusões de relações perfeitas num mundo de seres imperfeitos. Não crie expectativas em demasia. Não espere nada do outro. Espere de si mesmo.
Surpreenda, encante, marque sua história, ame intensamente e torne inesquecíveis a sua vida e a vida do outro.

Redação do Momento Espírita

De mãos dadas

 
Foi publicado no jornal. Foi notícia: morreram de mãos dadas. Setenta e três anos juntos.
Dois corações, feito relógios antigos e precisos, resolveram parar ao mesmo tempo.
Tic tac, tic tac, tic...
Mas os jornais não viram e também não foi notícia, que as mãos dadas eram duas almas entrelaçadas.
Entrelaçadas assim, feito duas nuvens brancas que desfilam e flutuam juntas no céu anil.
Porém, que fique claro que eram duas e não uma só.
Sim, porque quando os amores são dois são muito maiores.
Essa história de “tornar-se um só” é fantasia de poeta desinformado, ou despreparado.
Morreram de mãos dadas... E não guardaram seu amor a sete chaves.
Guardaram a sete filhos, quinze netos e seis bisnetos.
Deixaram o mundo sorrindo.
Chegaram de mãos dadas.
*   *   *
São sempre inspiradoras essas histórias de casais que vão juntos até o final da presente existência.
Cinquenta, sessenta, setenta anos de casamento...
O que não passaram nesse tempo!... E resistiram... Resistiram a tudo e a todos.
Em alguns casos a ternura, o companheirismo são tão grandes que permanecem, literalmente, de mãos dadas, isto é, nem mesmo esse hábito precioso do toque, do contato carinhoso, foi perdido.
Ao contrário do que muitos pensam, esses amores não nascem prontos, aliás, não existe amor que nasça pronto: todo amor surge semente para virar árvore frondosa.
A única diferença é que, através da pluralidade das existências, sabemos que, em muitos casos, essas sementes já foram lançadas há mais tempo, em outro passado – apenas isso.
De resto, a fórmula, o esforço, o caminho, os desafios, são os mesmos para todos.
Quando perguntados sobre qual a receita para tanto tempo assim de amor, os termos podem até mudar, mas na essência as ideias são as mesmas.
Sempre iremos encontrar o respeito mútuo, a admiração de um pelo outro, o companheirismo, a doação, o sacrifício, a ternura, o perdão...
Se formos aos detalhes, esta lista feliz preencheria algumas boas linhas.
Todas as grandes realizações da vida são construções, sejam de uma existência, sejam de várias. O importante é estarmos conscientes e dispostos a construir, a investir e a trabalhar.
Sem trabalho o amor não se edifica em nossos corações.
Os grandes amores não nascem prontos.
Em nossas relações a dois, nossa preocupação maior não deve ser a de se escolhemos a pessoa certa – embora toda escolha deva ser bem feita e revela muito sobre nossos interesses, sobre nosso caráter.
Nossa atenção deve estar focada muito mais em construir o melhor relacionamento possível com aquela pessoa que escolhemos.
E sabendo que a morte é apenas uma mudança de estado, os amores entenderão que, mesmo após o término deste capítulo, as mãos dedicadas e cheias de ternura poderão permanecer entrelaçadas na verdadeira vida, nos capítulos seguintes.  
 
Redação do Momento Espírita
 
 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Agradeça


Seja qual for a situação em que te encontres, agradece a Deus a atual conjuntura expiatória ou provacional, utilizando-te do tempo com sabedoria e discernimento, de modo a construires o futuro, desde que o presente se te afigure afligente ou doloroso.
O que hoje possuis vem de ontem, podendo edificar para o amanhã, através do uso que faças das faculdades ao teu alcance.

Qualquer corpo, mesmo quando mutilado ou limitado, assinalado por enfermidades atrozes e rigorosas, constitui concessão superior que a todos cabe zelar e cultivar, desdobrando recursos e entesourando aquisições, mediante os quais poderá planar logo mais nas Regiões Felizes, livre dos recursos dolorosos e recomeços difíceis.

Divaldo P. Franco / Joanna de Angelis

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Estudo e Meditação


- “Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?”.
“Sofrendo a prova de uma nova existência”.

“a) Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como Espírito?”.
“Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal”.

“b) A Alma passa então por muitas existências corporais?”.
“Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles”.

“c) Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado um corpo, toma outro, ou, então, que reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?”.
“Evidentemente”.
“Qual o fim objetivado com a reencarnação?”.
“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”.

Conclusão: O ambiente familiar é, ao mesmo tempo, escola de fraternidade e oficina de progresso. Através de sucessivas encarnações, em que somos ora pais ora filhos, aprendemos a amar e a perdoar e, na condição de irmãos, nos aproximarmos de Deus Pai.

(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questões 166 e 167).
Joanna de Ângelis.
“Estudos Espíritas” – Divaldo P. Franco.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Laços de Família Fortalecidos Pela Reencarnação


“A união e a afeição que existem entre os parentes são indicio da simpatia anterior que os aproximou; também diz-se, falando de uma pessoa cujo caráter, gostos e inclinações não têm nenhuma semelhança com os seus parentes, que ela não é da família. Dizendo isso, se enuncia maior verdade do que se crê. Deus permite, nas famílias, essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para alguns, e de meio de adiantamento para outros. Os maus se melhoram pouco a pouco ao contato dos bons e pelos cuidados que deles recebem; seu caráter se abranda, seus costumes se depuram e suas antipatias se apagam; é assim que se estabelece a fusão entre as diferentes categorias de Espíritos, como ocorre na Terra, entre as raças e os povos”. 

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo IV, item 19).

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Fotografias do Coração


É bastante comum os pais, em especial quando se trata de crianças pequenas, estarem sempre fotografando e filmando as peripécias dos seus filhos.
Vale para registro. Os primeiros passos, as primeiras palavras, o primeiro sorriso. O primeiro dia na escolinha. A apresentação de dança no dia dos pais. A peça teatral no dia das mães.
Mas as crianças crescem. E os pais continuam tudo fotografando e filmando. A formatura. A vitória no vestibular. O casamento. E, depois, recomeça tudo com a chegada dos netos.
Várias vezes, quando eles recordam alguns momentos muito especiais, lamentam: Que pena eu não ter fotografado naquela hora.
E é assim mesmo. Existem alguns momentos muito especiais, não esperados, em que não se está munido de equipamento para o registro.
São momentos quase mágicos, que não se tornam a reprisar. São únicos. E são exatamente esses que os pais, à medida que envelhecem, vão guardando mais e mais na memória.
Guardam-nos para lembrar no dia em que o filho deixa o lar, para começar a sua própria vida. Quando ele viaja e fica algumas semanas fora.
Quando ele se casa, quando muda de cidade, quando realiza a grande viagem para o Além.
Esses momentos são fotografados de uma forma muito especial. Uma forma que uma mãe definiu muito bem, ao narrar a sua experiência pessoal:
Foi um momento extraordinário no final de um dia comum. Eu estava atravessando o corredor de minha casa quando me deparei com a cena mais encantadora que já tinha visto: meu filho de três anos escovando os dentes.
A cena não era encantadora por ele estar escovando os dentes. Era pelo jeitinho dele. Mesmo com a ajuda de um banquinho, ele ainda precisava ficar na ponta dos pés para conseguir enxergar-se no espelho.
Ele esticava tanto o corpo que os pequenos músculos de sua perna se destacavam. Ele parecia tão pequenino, tão inocente!
Parei no lugar em que estava. Olhando para ele, eu me dei conta de que um dia aquele precioso garotinho seria maior do que eu. Poderia até levantar-me do chão!
Permaneci ali, sem me mexer, apreciando aquele momento maravilhoso, tentando gravar na memória a cena de meu filho na ponta dos pés.
Pensei em pegar a câmera fotográfica para registrar o momento para sempre. Mas não consegui me afastar dali.
Fiz o que outras mães têm feito ao longo dos séculos. Tirei uma fotografia com o coração.
*   *   *
Aprenda a fotografar com o coração. Serão exatamente os momentos especiais, inesperados, que você guardará na arca do tesouro das suas memórias.
Serão essas lembranças que alimentarão, um dia, a sua saudade e alegrarão os seus dias, na velhice.
Não tema perder seu tempo! Mesmo que seus pés o conduzam para distante de seus amores, ou por algum motivo, você não tenha fotos para ver, filmes para recordar, na sua intimidade, você poderá passar e repassar, quantas vezes quiser, as cenas que fizeram a sua felicidade, em certo momento.
Pense nisso! E fotografe tudo, com o coração.
 

Redação do Momento Espírita