É
bastante comum os pais, em especial quando se trata de crianças
pequenas, estarem sempre fotografando e filmando as peripécias dos seus
filhos.
Vale
para registro. Os primeiros passos, as primeiras palavras, o primeiro
sorriso. O primeiro dia na escolinha. A apresentação de dança no dia dos
pais. A peça teatral no dia das mães.
Mas
as crianças crescem. E os pais continuam tudo fotografando e filmando. A
formatura. A vitória no vestibular. O casamento. E, depois, recomeça
tudo com a chegada dos netos.
Várias vezes, quando eles recordam alguns momentos muito especiais, lamentam: Que pena eu não ter fotografado naquela hora.
E
é assim mesmo. Existem alguns momentos muito especiais, não esperados,
em que não se está munido de equipamento para o registro.
São
momentos quase mágicos, que não se tornam a reprisar. São únicos. E são
exatamente esses que os pais, à medida que envelhecem, vão guardando
mais e mais na memória.
Guardam-nos
para lembrar no dia em que o filho deixa o lar, para começar a sua
própria vida. Quando ele viaja e fica algumas semanas fora.
Quando ele se casa, quando muda de cidade, quando realiza a grande viagem para o Além.
Esses
momentos são fotografados de uma forma muito especial. Uma forma que
uma mãe definiu muito bem, ao narrar a sua experiência pessoal:
Foi
um momento extraordinário no final de um dia comum. Eu estava
atravessando o corredor de minha casa quando me deparei com a cena mais
encantadora que já tinha visto: meu filho de três anos escovando os
dentes.
A
cena não era encantadora por ele estar escovando os dentes. Era pelo
jeitinho dele. Mesmo com a ajuda de um banquinho, ele ainda precisava
ficar na ponta dos pés para conseguir enxergar-se no espelho.
Ele esticava tanto o corpo que os pequenos músculos de sua perna se destacavam. Ele parecia tão pequenino, tão inocente!
Parei
no lugar em que estava. Olhando para ele, eu me dei conta de que um dia
aquele precioso garotinho seria maior do que eu. Poderia até
levantar-me do chão!
Permaneci
ali, sem me mexer, apreciando aquele momento maravilhoso, tentando
gravar na memória a cena de meu filho na ponta dos pés.
Pensei em pegar a câmera fotográfica para registrar o momento para sempre. Mas não consegui me afastar dali.
Fiz o que outras mães têm feito ao longo dos séculos. Tirei uma fotografia com o coração.
* * *
Aprenda
a fotografar com o coração. Serão exatamente os momentos especiais,
inesperados, que você guardará na arca do tesouro das suas memórias.
Serão essas lembranças que alimentarão, um dia, a sua saudade e alegrarão os seus dias, na velhice.
Não
tema perder seu tempo! Mesmo que seus pés o conduzam para distante de
seus amores, ou por algum motivo, você não tenha fotos para ver, filmes
para recordar, na sua intimidade, você poderá passar e repassar, quantas
vezes quiser, as cenas que fizeram a sua felicidade, em certo momento.
Pense nisso! E fotografe tudo, com o coração.
Redação do Momento Espírita
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