sábado, 31 de dezembro de 2011

Futuro



Quando o homem gravar na própria alma
Os parágrafos luminosos da Divina Lei,
O companheiro não repreenderá o companheiro,
O irmão não denunciará outro irmão.
O cárcere cerrará suas portas,
Os tribunais quedarão em silêncio.
Canhões serão convertidos em arados,
Homens de armas volverão à sementeira do solo.
O ódio será expulso do mundo,
As baionetas repousarão,
As máquinas não vomitarão chamas
para o incêndio e para a morte,
Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.
A justiça será ultrapassada pelo amor.
Os filhos da fé não somente serão justos,
Mas bons, profundamente bons.
A prece constituir-se-á de alegria e louvor
E as casas de oração estarão consagradas
ao trabalho sublime da fraternidade suprema.
A pregação da Lei
Viverá nos atos e pensamentos de todos,
Porque o Cordeiro de Deus
Terá transformado o coração de cada homem
Em tabernáculo de luz eterna,
Em que o seu Reino Divino
Resplandecerá para sempre.

Feliz Ano Novo para todos nós!

(Emmanuel/Chico Xavier
do livro "Pão Nosso",  FEB)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Recomecemos



"Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho." - Jesus (Mateus, 9 : 16.) 

Não conserves lembranças amargas.
Viste o sonho desfeito.
Escutaste a resposta de fel.
Suportaste a deserção dos que mais amas.
Fracassaste no empreendimento.
Colheste abandono.
Padeceste desilusão.

Entretanto, recomeçar é benção na Lei de Deus...

A possibilidade da espiga ressurge na sementeira.
A água, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte.
Torna o calor da primavera, na primavera seguinte.
Inflama-se o horizonte, cada manhã, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia.
Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho.
É como se tudo estivesse a dizer: "Se quiseres, podes recomeçar".

Disse, porém , o Divino Amigo que ninguém aproveita remendo novo em pano velho.

Desse modo, desfaze-te do imprestável.
Desvencilha-te do inútil.
Esquece os enganos que te assaltaram.
Deita fora as aflições inúteis.
Recomecemos, pois, qualquer esforço com firmeza, lembrando-nos, todavia, de que tudo volta, menos a oportunidade esquecida, que será sempre uma perda real...


Emmanuel
Do livro "Palavras de Vida Eterna", Emmanuel (Espírito), Francisco C. Xavier (psicografia)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ano Novo


Para ser feliz,
próspero,
vencedor,
receber amores e dádivas,
bênçãos e distinções,
podes formular votos,
tecer esperanças,
alinhavar projetos,
enumerar decisões,
vestir cores certas,
brindar à sorte.

Porém,
se no coração,
o homem velho prossegue,
se o ontem ainda te governa,
se melhoras apenas te farão
mais forte no que te é dispensável,
então prosseguirás,
ano após ano,
imerso no mesmo tempo,
estacionário,
por livre e espontânea vontade,
de um eterno ano velho,
passado.



André Luiz

Carta de Ano Novo




Ano Novo é também oportunidade de aprender, trabalhar e servir. O tempo como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário,descerrando-nos horizontes mais claros para necessária ascensão.


Lembra-te de que o ano em retorno, é novo dia a convocar-te para a execução de velhas promessas que ainda não tivestes a coragem de cumprir.


Se tens inimigos faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.


Se a tristeza te requisita esquece-a e procura a alegria serena da consciência tranquila no dever bem cumprido.


Ano Novo! Novo Dia!

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

Recorda que há mais ignorância que maldade em torno de teu destino.


Não maldigas nem condenes.

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

Não te desanimes nem te desconsoles.

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.


Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: - Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vida e Caminho. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Que Fazeis de Especial?



"Que fazeis de especial?" - Jesus. (MATEUS, 5:47.)

Iniciados na luz da Revelação Nova, os espiritas cristãos possuem patrimônios de entendimento muito acima da compreensão normal dos homens encarnados.

Em verdade, sabem que a vida prossegue vitoriosa, além da morte; que se encontram na escola temporária da Terra, em favor da iluminação espiritual que lhes é necessária; que o corpo carnal é simples vestimenta a desgastar-se cada dia; que os trabalhos e desgostos do mundo são recursos educativos; que a dor é o estímulo às mais altas realizações; que a nossa colheita futura se verificará, de acordo com a sementeira de agora; que a luz do Senhor clarear-nos-á os caminhos, sempre que estivermos a serviço do bem; que toda oportunidade de trabalho no presente é uma bênção dos Poderes Divinos; que ninguém se acha na Crosta do Planeta em excursão de prazeres fáceis, mas, sim, em missão de aperfeiçoamento; que a justiça não é uma ilusão e que a verdade surpreenderá toda a gente; que a existência na esfera física é abençoada oficina de trabalho, resgate e redenção e que os atos, palavras e pensamentos da criatura produzirão sempre os frutos que lhes dizem respeito, no campo infinito da vida.

Efetivamente, sabemos tudo isto.

Em face, pois, de tantos conhecimentos e informações dos planos mais altos, a beneficiarem nossos círculos felizes de trabalho espiritual, é justo ouçamos a interrogação do Divino Mestre:

- Que fazeis mais que os outros?



Francisco Cândido Xavier. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 14 edição. Capítulo 60. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Cura da Obsessão


Você é um ser humano adulto e consciente,
responsável pelo seu comportamento.
Controle as suas idéias, rejeite os pensamentos inferiores e perturbadores, estimule as suas tendências boas e repele as más. Tome conta de si mesmo, é você quem manda em você; nos caminhos da vida; não se faça de criança mimada, aprenda a se controlar em todos os instantes e em todas as circunstâncias. Experimente o seu poder e verá que ele é maior do
que você pensa. A cura da obsessão é uma auto-cura.
Ninguém pode livrar você da obsessão
se você não quiser livrar-se.
Comece a livrar-se agora dizendo a você mesmo: Conheço os meus deveres e posso cumpri-los; Deus me ampara... repita isso sempre que se sentir perturbado. Repita e faça o que disse: Tome a decisão de se portar como a criatura normal que realmente é, confiante em Deus e no poder das forças naturais que estão no seu corpo e no seu espírito, à espera do seu comando.
Dirija seu barco, o leme está em suas mãos.
Reformule o seu conceito de si mesmo, você não é
um pobrezinho abandonado no mundo. Os próprios vermes são protegidos pelas leis naturais;
porque motivo só você não teria proteção?
Tire da mente a idéia do pecado e do castigo.
O que chamam de pecado é o erro, e o erro pode e
deve ser corrigido. Corrija-se, estabeleça pouco a
pouco o controle de si mesmo com paciência
e confiança em si mesmo.
Você não depende dos outros, depende da sua mente. Mantenha a mente arejada, abra as suas janelas ao mundo, respire com segurança e ande com firmeza. Lembre-se dos cegos, dos mudos e dos surdos, dos aleijados e deficientes que se recuperam confiando
em si mesmos. Desenvolva a sua fé. Fé é confiança. Existe a fé Divina, que é a confiança em Deus e no
seu Poder que controla o universo. Você, racionalmente, pode duvidar disso? Existe a fé humana, que é a confiança da criatura em si mesma.
Você não confia na sua inteligência, no seu bom senso, na sua capacidade de ação? Você se julga um incapaz
e se entrega às circunstâncias, deixando-se levar por idéias degradantes a seu respeito? Mude esse modo
de pensar, que é falso. Quando for às reuniões de desobsessão, vá confiante. Os que o esperam estão dispostos a auxiliá-lo; seja grato a essas criaturas que se interessam por você e ajude-as com sua boa vontade. Se você fizer isso, a sua obsessão já começou a ser vencida. Não se acovarde, seja corajoso.
Aprenda a amar-se para poder amar o próximo.


J. Herculano Pires
(do livro “Obsessão – O Passe, A Doutrinação”)

Chegando à Pátria Espiritual




Não nos será perguntado: Quanto tiveste na Terra? Que posto nela ocupaste? Foste príncipe ou artesão? Mas será perguntado: O que trouxeste de lá?

Não será computado o valor dos bens nem dos títulos, mas sim, a soma das virtudes. Assim sendo, o artesão poderá ser mais rico que o príncipe.

Não adiantará o argumento de que pagou sua entrada a peso de ouro, nesse lugar não se compram lugares, mas conquistam-se na realização das boas obras e do bem proceder. 

Com a moeda terrestre, compram-se campos, casas, palácios; na espiritualidade, tudo se paga com as qualidades do coração. Sendo rico dessas qualidades, a recepção amorosa será garantida, compartilhando então a felicidade daqueles que cristamente, viveram na carne distanciados da vaidade, do egoísmo, da soberba, da luxúria...

Para os que contrariamente às boas obras, amealharam distúrbios e violências, maldades e desamor, chegando à Pátria Espiritual, constatarão de que pouco lhes valeu a preocupação doentia com as coisas da matéria.

A Bondade do Criador permitirá sempre, retomar a caminhada, refazer, reparar erros do passado, no entanto, melhor será acelerarmos o passo, não deixando para próximas encarnações o que se pode realizar agora. Afinal quem não gosta de ser bem recebido onde quer que chegue?



Fonte de referência: O Evangelho Segundo o Espiritismo

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Rogativas



Na oração, pede você um raio de luz, esquecendo, quase sempre, que tem ao seu dispor o Foco Solar para você cumprir os Sublimes Desígnios.
*
Seu espírito suplica uma réstia de amor e, em torno, a Humanidade aguarda a manifestação da sua capacidade de amar.
*
Roga você a concessão de encargos que o habilitem a colaborar com a Sabedoria Divina e olvida que milhões de seres estão à espera de sua disposição de servir, em nome do Pai Celestial.
*
Seu coração reclama sinais do céu, e, enquanto o Sábio dos Sábios manda colorir flores e horizontes para seus olhos, você procura vãos entretenimentos e nada vê.
*
Você exige justiça para seus casos pessoais e diariamente complica situações e problemas, sem reparar que a Harmonia Suprema retifica sempre, ao redor de seus pés, por intermédio da dor e da morte.
*
Você deseja oportunidades de crescimento e ascensão na espiritualidade superior, mas freqüentemente foge aos degraus do esforço laborioso e humilde de cada dia, concedidos a você pela Infinita Bondade, a título de misericórdia.
*
Se está sempre rogando felicidade eterna, recusando os recursos para adquiri-la, que espera você para o caminho?



Francisco Cândido Xavier. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Endireitai os Caminhos



"Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías." - João Batista. (JOÃO, capítulo 1, versículo 23.)

A exortação do Precursor permanece no ar, convocando os homens de boa-vontade à regeneração das estradas comuns.

Em todos os tempos, observamos criaturas que se candidatam à fé, que anseiam pelos benefícios do Cristo. Clamam pela sua paz, pela presença divina e, por vezes, após transformarem os melhores sentimentos em inquietação injusta, acabam desanimadas e vencidas.

Onde está Jesus que não lhes veio ao encontro dos rogos sucessivos? em que esfera longínqua permanecerá o Senhor, distante de suas amarguras? Não compreendem que, através de mensageiros generosos do seu amor, o Cristo se encontra, em cada dia, ao lado de todos os discípulos sinceros.

Falta-lhes dedicação ao bem de si mesmos. Correm ao encalço do Mestre Divino, desatentos ao conselho de João: "endireitai os caminhos".

Para que alguém sinta a influência santificadora do Cristo, é preciso retificar a estrada em que tem vivido.

Muitos choram em veredas do crime, lamentam-se nos resvaladouros do erro sistemático, invocam o céu sem o desapego às paixões avassaladoras do campo material. Em tais condições, não é justo dirigir-se a alma ao Salvador, que aceitou a humilhação e a cruz sem queixas de qualquer natureza.

Se queres que Jesus venha santificar as tuas atividades, endireita os caminhos da existência, regenera os teus impulsos. Desfaze as sombras que te rodeiam e senti-Lo-ás, ao teu lado, com a sua bênção.



Francisco Cândido Xavier. Da obra: Caminho, Verdade e Vida. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 28 edição. Capítulo 16. Brasília: FEB. 2009.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Oração de Natal



Senhor Jesus.

Há quase dois milênios, estabelecias o Natal com tua doce humildade na manjedoura, onde te festejaram todas as harmonias da Natureza. Reis e pastores vieram de longe, trazendo-te ao berço pobre o testemunho de sua alegria e de seu reconhecimento. As estrelas brilharam com luz mais intensa nos fulgores do céu e uma delas se destacou no azul do firmamento, para iluminar o suave momento de tua glória.

Desde então, Senhor, o mundo inteiro, pelos séculos afora, cultivou a lembrança da tua grande noite, extraordinária de luz e de belezas diversas.

Agora, porém, as recordações do Natal são muito diferentes.

Não se ouvem mais os cânticos dos pastores, nem se percebem os aromas agrestes da Natureza.

Um presépio do século XX seria certamente arranjado com eletricidade, sobre uma base de bombas e de metralhadoras, onde aquela legenda suave do Gloria seria substituída por um apelo revolucionário dos extremismos políticos da atualidade.

As comemorações já não são as mesmas.

Os locutores de rádio falarão da tua humildade, do cume dos arranha-céus, e, depois de um programa armamentista, estranharão, para os seus ouvintes, que a tua voz pudesse abençoar os pacíficos, prometendo- lhes um lugar de bem-aventurados, embora haja isso ocorrido há dois mil anos.

Numerosos escritores falarão, em suas crônicas elegantes, sobre as crianças abandonadas, estampando nos diários um conto triste, onde se exalte a célebre virtude cristã da caridade; mas, daí a momentos, fecharão a porta dos seus palacetes ao primeiro pobrezinho.

Contudo, Senhor, entre os superficialismos desta época de profundas transições, almas existem que te esperam e te amam. Tua palavra sincera e branda, doce e enérgica, magnetiza-lhes os corações, na caprichosa e interminável esteira do tempo. Elas andam ocultas nas planícies da indiferença e nas montanhas de iniquidade deste mundo. Conservam, porém, consigo a mesma esperança na tua inesgotável misericórdia.

É com elas e por elas que, sob as tuas vistas amoráveis, trabalham os que já partiram para o mundo das suaves revelações da morte. É com a fé admirável de seus corações que semeamos, de novo, as tuas promessas imortais, entre os escombros de uma civilização que está agonizando, à míngua de amor.

É por essa razão que, sem nos esquecermos dos pequeninos que agrupavas em derredor da tua bondade, nos recordamos hoje, em nossa oração, das crianças grandes, que são os povos deste século de pomposas ruínas.

Tu, que és o Príncipe de todas as nações e a base sagrada de todos os surtos evolutivos da vida planetária; que és a Misericórdia infinita, rasgando todas as fronteiras edificadas no mundo pelas misérias humanas, reúne a tua família espiritual, sob as algemas da fraternidade e do bem que nos ensinaste!...

Em todos os recantos do orbe, há bocas que maldizem e mãos que exterminam os seus semelhantes. Os Espíritos das trevas fazem chover o fogo de suas forças apocalípticas sobre as organizações terrestres, ateando o sinistro incêndio das ambições na alma de multidões alucinadas e desvalidas. Por toda parte, assomam os falsos ídolos da impenitência do mundo, e místicas políticas, saturadas do vírus das mais nefastas paixões, entornam sobre os espíritos o vinho ignominioso da morte.

Mas nós sabemos, Senhor, como são falazes e enganadoras as doutrinas que se afastam da seiva sagrada e eterna dos teus ensinos, porque dissipas misericordiosamente a confusão de todas as almas, ainda que os seus arrebatamentos se apóiem nas paixões mais generosas.

Tu, que andavas descalço pelos caminhos agrestes da Galileia, faze florescer, de novo, sobre a Terra, o encanto suave da simplicidade no trabalho, trazendo ao mundo a luz cariciosa de tua oficina de Nazaré!...

Tu, que és a essência de nossos pensamentos de verdade e de luz, sabes que todas as dores são irmãs umas das outras. Assim, as esperanças desabrochem nos corações dos teus frágeis tutelados, para vibrar nos mesmos ideais, aquém ou além das linhas arbitrárias que os homens intitularam de fronteiras!

Todas as expressões da Filosofia e da Ciência dos séculos terrenos passaram sobre o mundo, enchendo as almas de amargosas desilusões. Numerosos políticos te ridiculizaram, desdenhando as tuas lições inesquecíveis; mas nós sabemos que existe uma verdade que dissimulaste aos inteligentes para a revelares às criancinhas, encontrada, aliás, por todos os homens, filhos de todas as raças, sem distinção de crenças ou de pátrias, de tradições ou de família, que pratiquem a caridade em teu nome...

Pastor do rebanho de ovelhas tresmalhadas, desde o primeiro dia em que o sopro divino da vontade do nosso Pai fez brotar a erva tenra, no imenso campo da existência terrestre, pairas acima do movimento vertiginoso dos séculos, acima de todos os povos e de suas transmigrações incessantes no curso do tempo, ensinando as criaturas humanas a considerar o nada de suas inquietações, em face do dia glorioso e infinito da eternidade!...

Agora, Senhor, que as línguas da impiedade conclamam as nações para um novo extermínio, manifesta a tua bondade, ainda uma vez, aos homens infelizes, para que compreendam, a tempo, a extensão do seu ódio e de sua perversidade.

Afasta o dragão da guerra de sobre o coração dilacerado das mães e das crianças de todos os países, curando as chagas dos que sangram de dor selvagem à beira dos caminhos.

Revela aos homens que não há outra força além da tua e que nenhuma proteção pode existir, além daquela que se constitui da segurança de tua guarda!

Ensina aos sacerdotes de todas as crenças do globo, que falam em teu nome, o desprendimento e a renúncia dos bens efêmeros da vida material, a fim de que entendam as virtudes do teu Reino, que ainda não reside nas suntuosas organizações dos Estados deste mundo!

Tu, que ressuscitaste Lázaro das sombras do sepulcro, revigora o homem moderno, do túmulo das vaidades apodrecidas!

Tu, que fizeste que os cegos vissem, que os mudos falassem, abre de novo os olhos rebelde
de tuas ovelhas ingratas e desenrola as línguas da verdade e do direito, que o medo paralisou, nesta hora turva de penosos testemunhos!

Senhor, desencarnados e encarnados, trabalhamos no esforço abençoado de nossa própria regeneração, para o teu serviço divino! Nestas lembranças do Natal, recordamos a tua figura simples e suave, quando ias pelas aldeias que bordavam o espelho claro das águas do Tiberíades!… Queremos o teu amparo, Senhor, porque agora o lago de Genesaré é a corrente represada de nossas próprias lágrimas.

Pensamos ainda ver-te, quando vinhas de Cesaréia de Felipe para abençoar o sorriso doce das criancinhas… De teus olhos misericordiosos e compassivos, corria uma fonte perene de esperanças divinas para todos os corações; de tua túnica humilde e clara, vinha o símbolo da paz para todos os homens do porvir e, de tuas palavras sacrossantas, vinha a luz do céu, que confunde todas as mentiras da Terra!…


Senhor, estamos reunidos em teu Natal e suplicamos a tua bênção!… Somos as tuas crianças,dentro da nossa ignorância e da nossa indigência!… Apieda-te de nós e dize-nos ainda:


- “Meus filhinhos..”


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Novas mensagens. Ditado pelo Espírito Humberto de Campos. FEB.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Natal



"Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa-vontade para com os homens." - (LUCAS. 2:14.)


As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram qualquer palavra de violência.

Glória a Deus no Universo Divino.

Paz na Terra.

Boa-vontade para com os Homens.

O Pai Supremo, legando a nova era de segurança e tranqüilidade ao mundo, não declarava o Embaixador

Celeste investido de poderes para ferir ou destruir.

Nem castigo ao rico avarento.

Nem punição ao pobre desesperado.

Nem desprezo aos fracos.

Nem condenação aos pecadores.

Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.

Nem anátema contra o gentio inconsciente.

Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da Boa-Vontade.

A justiça do "olho por olho" e do "dente por dente" encontrara, enfim, o Amor disposto à sublime renúncia até à cruz.

Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo inexprimível...

Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria.

O algoz seria digno de piedade.

O inimigo converter-se-ia em irmão transviado.

O criminoso passaria à condição de doente.

Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos. Em Sidon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos senhores. Em Jerusalém, os enfermos não mais seriam relegados ao abandono nos vales de imundície.

Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento.

Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.

Natal! Boa Nova! Boa-Vontade!...

Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.



Francisco Cândido Xavier. Da obra: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Capítulo 180. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Pequena Vendedora de Fósforos



       Véspera de Natal. Noite gélida. A neve cai em flocos minúsculos, como garoa condensada.
A menina anda pelas ruas. Sente frio, mas sabe que não poderá voltar para casa. Não sem ter vendido as caixas de fósforos.
O dia morrera e ela não conseguira vender nenhuma.
Encolhe-se na saliência de uma casa. Acocora-se ali, com os pés encolhidos, para abrigá-los ao calor do corpo. Mas cada vez sente mais frio.
Toma de um fósforo. Que mal haverá se ela acender um? Somente um.
Risca-o contra a parede e a chama se faz. Parecia uma vela e ela se viu sentada diante de uma grande estufa, de bronze polido. Ardia nela um fogo magnífico, que espalhava suave calor.
Ela foi estendendo os pés congelados, para os aquecer e... apagou-se o clarão.
Então risca outro fósforo e onde bate a luz, a parede fica transparente, como um véu. Ela vê tudo dentro da sala. A mesa posta, a porcelana fina, um belo pato assado, recheado de maçãs e ameixas.
Mas o fósforo apaga e tudo some. Ela fica ali a ver somente a parede nua e fria na noite escura.
Acende outro fósforo e à sua luz vê uma enorme árvore de Natal. Entre os galhos, milhares de velinhas.
Ela estende os braços desejando apanhar um dos enfeites e então, então... apaga-se o fósforo.
As luzinhas da árvore de Natal foram subindo, subindo, até alcançar o céu e se transformarem em estrelas.
Uma delas cai, lá de cima, deixando uma poeira luminosa pelo caminho.
Alguém morreu! – Fala a criança, lembrando o que dizia sua avó: Quando uma estrela desce, uma alma sobe aos céus.
Ela acende mais um fósforo. Desta vez, é a avó que lhe aparece, sorridente, no esplendor da luz.
A emoção envolve a pequena. Desde que possa lembrar, ela somente recebera carinhos da avó. Ela, sim, a amara.
Vovó, eu queria que a senhora fosse de verdade. Sei que quando a chama apagar, a senhora vai desaparecer, como as luzes, a estufa quente, o pato assado, a árvore de Natal.
E se põe a riscar na parede, todos os fósforos das caixas, para que sua avó não vá embora.
Eles ardem com tanto brilho, que parece dia. Ela vê a avó cheia de luz, tão bonita!
A bondosa senhora a toma nos braços. Voam ambas, em um halo de luz e de alegria, mais alto, mais alto e mais longe...
Vão para um lugar onde não há mais frio, nem fome, nem sede, nem dor, nem medo. Elas penetram o mundo espiritual.
No dia seguinte, os transeuntes encontram a menina morta, com a mãozinha cheia de fósforos queimados.
Coitadinha! Comentam. Deve ter querido se aquecer.
E todos se admiram do sorriso estampado no rostinho infantil.
Mas ninguém soube que visões maravilhosas lhe povoaram os últimos momentos. Nem com que alegria entrou, com sua avó, nas glórias da Espiritualidade, em pleno Natal.


Do Conto:  A Acendedora de Fósforos - de Christian Andersen

Algo por Eles Neste Natal

 

Compadece-te de todos aqueles que não podem ou não sabem esperar. Estão eles em toda parte...

Quase sempre são vítimas da inquietação e do medo. Observa quantos já transpuseram as linhas da própria segurança.

São casais que não se toleram nas primeiras rusgas do matrimônio e desfazem a união em que se compromissaram, abraçando riscos pelos quais, em muitas circunstâncias, cedo se encaminham para sofrimento maior;

são mães que rejeitam os filhos que carregam no seio, entregando-se à prática do aborto, recusando a presença de criaturas que se lhes fariam instrumentos de redenção e reconforto no futuro, caindo, às vezes, em largas faixas de doença ou desequilíbrio;

são homens que repelem os problemas inerentes às tarefas que lhes dizem respeito, escapando para situações duvidosas, sob a alegação de que procuram distração e repouso, quando apenas estão dilapidando a estabilidade das obras que, mais tarde, lhes propiciariam refazimento e descanso;

são amigos doentes ou desesperados que se rebelam contra os supostos desgostos da vida e se inclinam para o suicídio, destruindo os recursos e oportunidades que transportariam para a conquista da vitória e da paz em si mesmos;

são jovens, famintos de liberdade e prazer que, impedidos naturalmente do acesso a satisfações imediatas, se engolfam no abuso dos alucinógenos, estragando as faculdades com que o tempo os auxiliaria na construção da felicidade porvindoura.

Neste NATAL, façamos algo por eles, os nossos irmãos que ignoram ou que não querem aceitar os benefícios da serenidade e da esperança.

Pronuncia algumas frases de otimismo e encorajamento; escreve algum bilhete que os reanime para a bênção de viver e servir; estende simpatia em algum gesto espontâneo de gentileza; repete consideração e concurso amigo nos diálogos que colaborem na sustentação da paz e da solidariedade.

Não te declares sem possibilidade de contribuir, nem digas que tens todas as tuas horas repletas de encargos e serviços dos quais não te podes distanciar.

Faze algo, no soerguimento do bem.

Nas realizações da fraternidade, quem ama faz o tempo.



Francisco Cândido Xavier. Da obra: Deus Aguarda. Ditado pelo Espírito Meimei.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ressonâncias do Natal



Na paisagem fria e sem melhor acolhimento, a única hospedaria à disposição era a gruta modesta onde se guardavam os animais.
Não havia outro lugar que O pudesse receber.
O mundo, repleto de problemas e de vidas inquietas, preocupava-se com os poderosos do momento e reservava distinções apenas para os que se refestelavam no luxo, bem como no prazer.
Aos simples e desataviados sempre se dedicavam a indiferença, o desrespeito, fechando-lhes as portas, dificultando-lhes os passos.
Mas hoje, tudo permanece quase que da mesma forma.
Não obstante, durante aquela noite de céu transparente e estrelado, entre os animais domésticos, em uma pequena baia, usada como berço acolhedor, nasceu Jesus, que transformou a estrebaria num cenário de luzes inapagáveis que prosseguem projetando claridade na noite demorada dos séculos, em quase dois mil anos...
Inaugurando a era da humildade e da renúncia, Jesus elegeu a simplicidade, a fim de ensinar engrandecimento íntimo como condição única para a felicidade real.
O Seu reino, que então se instalou naquela noite de harmonias cósmicas, permanece ensejando oportunidades de redenção a todos quantos se resolvam abrigar nas suas dependências.
E o Seu nascimento modesto continua produzindo ressonâncias históricas, antes jamais previstas.
Homens e mulheres, que tomaram contato com Sua notícia e mensagem, transformaram-se, mudando-se-lhes o roteiro de vida e o comportamento, convertendo-se, a partir de então, em luzeiros que apontam rumos felizes para a Humanidade.
*
Guerreiros triunfadores passaram pelo mundo desde aquela época, inumeráveis.
Governantes poderosos estabeleceram reinos e impérios, que pareciam preparados para a eternidade, e ruíram dolorosamente.
Artistas e técnicos, de rara beleza e profundo conhecimento, criaram formas e aparelhagens sofisticadas para tornarem a Terra melhor, e desapareceram.
Ditadores indomáveis e aristocratas incomuns surgiram no proscênio terrestre, envergando posição, orgulho e superioridade, que o túmulo silenciou.
...Estiveram, por algum tempo, deixando suas pegadas fortes, que tornaram alguns odiados, outros rechaçados e sob o desprezo das gerações posteriores.
Jesus, porém, foi diferente.
Incompreendido, o Cantor do Amor aceitou a cruz, para não anuir com o crime, e abraçou a morte para não se mancomunar com os mortos.
Por isso, ressurgiu, em triunfo e grandeza, permanecendo o Ser mais perfeito que jamais esteve na Terra, como modelo que Deus nos ofereceu para Guia.
*
Quando a Humanidade experimenta dores superlativas, quando a miséria sócio-econômica assassina milhões de vidas que estertoram ao abandono; quando enfermidades cruéis demonstram a fragilidade orgânica das criaturas; quando a violência enlouquece e mata; quando os tóxicos arruinam largas faixas da juventude mundial, ao lado de outros males que atestam a falência do materialismo, ressurge a figura impoluta de Jesus, convidando à reflexão, ao amor e à paz, enquanto as ressonâncias do Seu Natal falam em silêncio: Ele, que tem salvo vidas incontáveis, pede para que tentes fazer algo, amando e libertando do erro pelo menos uma pessoa.
Lembrando-te dEle, na noite de Natal, reparte bondade, insculpe-O no coração e na mente, a fim de que jamais te separes dEle.


Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL. 1994.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Evocação do Natal



O maior de todos os conquistadores, na face da Terra, conhecia, de antemão, as dificuldades do campo em que lhe cabia operar.

Estava certo de que entre as criaturas humanas não encontraria lugar para nascer, à vista do egoísmo que lhes trancava os corações; no entanto, buscou-as, espontâneo, asilando-se no casebre dos animais.

Sabia que os doutores da Lei ouvi-lo-íam indiferentes, com respeito aos ensinamentos da vida eterna de que se fazia portador; contudo, entregou-lhes, confiante, a Divina Palavra.

Não desconhecia que contava simplesmente com homens frágeis e iletrados para a divulgação dos princípios redentores que lhe vibravam na plataforma sublime, e abraçou-os, tais quais eram.

Reconhecia que as tribunas da glória cultural de seu tempo se lhe mantinham cerradas, mas transmitiu as boas novas do Reino da Luz à multidão dos necessitados, inscrevendo-as na alma do povo.

Não ignorava que o mal lhe agrediria as mãos generosas pelo bem que espalhava; entretanto, não deixou de suportar a ingratidão e a crueldade, com brandura e entendimento.

Permanecia convicto de que as noções de verdade e amor que veiculava levantariam contra ele as matilhas de perseguição e do ódio; todavia, não desertou do apostolado, aceitando, sem queixa, o suplício da cruz com que lhe sufocavam a voz.

É por isso que o Natal não é apenas a promessa da fraternidade e da paz que se renova alegremente, entre os homens, mas, acima de tudo, é a reiterada mensagem do Cristo que nos induz a servir sempre, compreendendo que o mundo pode mostrar deficiências e imperfeições, trevas e chagas, mas que é nosso dever amá-lo e ajudá-lo mesmo assim.


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Antologia Mediúnica do Natal. Ditado pelo Espírito Emmanuel. FEB.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Retrato de Jesus


Em Roma, no arquivo do Duque de Cesadini,
foi encontrada uma carta de Públio Lentulus,
legado da Galiléia do Imperador Romano
Tibério Cesar.

Eis a carta que é um retrato fiel de Jesus:

Existe nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo e inculcado profeta da verdade e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do Céu e da Terra e de todas as coisas que nela tenham estado; em verdade, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus; ressuscita os mortos, cura os enfermos em uma só palavra: é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto.Há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou a temê-lo.Tem cabelos cor de amêndoa madura, distendidos até as orelhas e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes. Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos na forma em uso dos Nazarenos. O seu rosto é cheio , o aspecto é muito sereno. Nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio; seu olhar é muito especioso e grave; tem olhos graciosos e claros; o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como raios de sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade. Diz-se que nunca ninguém o viu rir mas, antes, chorar.Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra contenta muito, mas o faz raramente e quando alguém dele se aproxima, verifica que é muito modesto na presença e na pessoa.
É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante a sua Mãe , a qual é de uma rara beleza, não se tendo jamais visto, por estas partes, uma donzela tão bela...De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e o admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais ,tais conselhos de grande doutrina, como ensina esse tal Jesus; muitos judeus o tem como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de tua Majestade.Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele tem praticado afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde...

Públio Lentulus

domingo, 18 de dezembro de 2011

Limpeza



Onde o bem se mostre por edificação de todos,
a limpeza comparece na base de todos os serviços.
A fim de que produza com segurança, a gleba
aguarda o concurso da enxada contra o
crescimento da erva daninha.
O laboratório reclama instrumentos esterelizados
para que o remédio alcance o fim que se destina.
O lar espera faxina diária na preservação
da saúde dos moradores.
O livro verdadeiramente nobre demanda rigorosa
triagem para que se lhe evite, no texto,
o prejuízo de termos chulos.
Nas providências mais simples da vida,
surpreendemos semelhante necessidade.
O alimento sadio requisita seleção de produtos.
Água para servir, requer filtragem.
Vias públicas solicitam esgoto.
Nas mesmas circunstâncias, diante das posições desagradáveis da alma, que, de fato, equivalem
às perturbações e moléstias obscuras da mente,
é necessário saibamos usar a lixeira da paciência,
aclarando raciocínios e renovando emoções,
definindo atitudes e policiando palavras na
certeza de que toda cura espiritual
exige limpeza do pensamento.

Albino Teixeira/Chico Xavier

sábado, 17 de dezembro de 2011

Usina de Forças



Ama o corpo que te serve de instrumento para o progresso espiritual com respeito e elevação.
Através dele, cresces e constróis o mundo de esperança e felicidade, se o conduzes com dignidade e trabalho.
Não suponhas que ele seja responsável pela falência dos teus valores éticos, ou pelas sucessivas quedas que te retêm na retaguarda.
Considerando-o, prolongar-lhe-ás a existência e finalidade, preservando-o de desgastes desnecessários.
*
A fraqueza moral nunca é da carne, mas, sim, do Espírito que a comanda.
*
Graças ao corpo, a Humanidade recebeu as belezas da arte superior através de Miguel Ângelo, Rafael, Goya, Rembrandt e, antes deles, Fídias, Praxíteles ou Renoir, Tissot, Manet.
Por ele se expressaram, na música divina, Bach, Mozart, Beethoven, Sibelius, Schummann, Carlos Gomes, Villa Lobos, para nos recordarmos apenas de alguns poucos.
Através dele, o pensamento se humanizou em Sócrates, Platão, Aristóteles, Rousseau, Hegel, Kant...
Utilizando-o, Krishna, Buda, Confúcio, Jesus, Allan Kardec, trouxeram ao mundo a canção de beleza da imortalidade em triunfo.
Mergulhados nele, Pasteur, Koch, Hansen, Fleming, ampliaram os horizontes da saúde, ao lado de Kraepelin, Griesinger, Freud, Jung, que lutaram pelo reequilíbrio mental e emocional dos homens.
Conduzindo-o com nobreza, Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Vicente de Paulo, mantiveram viva a chama da fé e da caridade.
... E milhares de cientistas, filósofos, artistas, poetas, músicos, santos, heróis e lutadores anônimos construíram sob divina inspiração o mundo onde agora respiras.
*
Certamente, há muito ainda por fazer. E isto a ti compete realizar, oferecendo a tua quota de engrandecimento.
*
Se os vestígios do primitivismo, do qual ele proveio, te induzem à promiscuidade de qualquer natureza ou ao seu rebaixamento moral, sustenta-o na fragilidade com o combustível da temperança, não agindo de forma a perturbar-lhe o equilíbrio ou intoxicá-lo com os miasmas da injunção danosa.
*
Se te ocorre ciliciá-lo, a fim de o acalmar, conforme ensinam, erradamente, os atormentados da fé, balsamiza-lhe os impulsos com os medicamentos da prece e os esforços do trabalho que retemperam as energias.
*
Se o tombas, por qualquer motivo ou invigilância, não o lastimes nem o recrimines. Simplesmente, levanta-o e evita-lhe repetir o insucesso.
*
Se o tens enfermo ou mutilado, acode-o com o otimismo e a confiança em Deus.
*
Se o possuis sadio e harmônico, bendize-o com a sua preservação cuidadosa.
*
Nem excesso de cuidados, vivendo para ele, nem abandono, desprezando-o à própria sorte.
*
O teu corpo é conquista que alcançaste diante das Soberanas Leis da Vida.
Torna-o uma usina de forças a serviço do bem e um santuário de bem-aventuranças com possibilidades de alçar-te das cinzas e do lodo da terra aos altiplanos espirituais, onde reinam a felicidade e o amor total.


Divaldo Pereira Franco. Da obra: Momentos de Coragem. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL. 1988.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Animais tem alma?




O que o Espiritismo fala sobre os animais; eles tem alma? Progridem? ou serão sempre animais? Porque eles sofrem? Eles tem Carma? Porque existem animais mais inteligentes?

Esta é uma pergunta difícil de ser detalhada, mas sem dúvida o espiritismo tem uma resposta. Os animais não tem alma como nós os humanos, mas tem um princípio espiritual que sobrevive à morte do corpo. Segundo os espíritos disseram a Kardec, quando o animal morre, espíritos especializados recolhem esse princípio espiritual, que entra em letargia e é encaminhado para uma nova encarnação quase imediatamente.

Este princípio inteligente, que ainda não é um espírito, passará milênios incontáveis nesta condição, até chegar ao reino hominal, mas em mundos primitivos, onde o homem pouco se diferencia de um animal. Continua progredindo lentamente até adquirir consciência de si mesmo e desenvolver o livre arbítrio. Os homens progridem por sua vontade, mas os animais pela força das coisas ou do ambiente. Se eles permanecessem sempre animais seria uma injustiça, pois eles sofrem, são abatidos para a alimentação do homem, usados como cobaias e desenvolvem doenças como o câncer, por exemplo.

Mas eles não tem Carma, pois não tem livre arbítrio. Mas compreenda, caro amigo, que Carma é uma palavra das doutrinas indianas e não existe no espiritismo (preferimos ação e Reação ou causa e efeito). Os animais não são responsáveis pelos seus atos. Alguns são mais inteligentes pelos cuidados recebidos, ou talvez, porque progrediram um pouco mais do que os seus irmãos da mesma espécie. Respeitar e proteger os animais é um dever cristão.

Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/perguntas/p0003.html

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Justiça das aflições



Somente na vida futura podem efetivar-se as
compensações que Jesus promete aos aflitos
da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas
seriam um contra-senso; mais ainda: seriam um
engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente
se compreende a conveniência de sofrer para ser
feliz. É, dizem, para se ter maior mérito.
Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns
mais do que outros? Por que nascem uns na
miséria e outros na opulência, sem coisa
alguma haverem feito que justifique essas
posições? Por que uns nada conseguem, ao passo
que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que
ainda menos se compreende é que os bens e os
males sejam tão desigualmente repartido entre o
vicio e a virtude; e que os homens virtuosos
sofram, ao lado dos maus que prosperam.
A fé no futuro pode consolar a infundir paciência,
mas não explica essas anomalias, que parecem
desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde
que admita a existência de Deus, ninguém o
pode conceber sem o infinito das perfeições.
Ele necessariamente tem todo o poder toda
a justiça, toda a bondade, sem o que não seria
Deus. Se é soberanamente bom e justo, não
pode agir caprichosamente, nem com parcialidade.
Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma
causa e, pois se Deus é justo, justa há de ser
essa causa. Isso o de cada um deve bem
compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus,
Deus pôs os homens na direção dessa causa,
por meio do Espiritismo, isto é,
pela palavra dos Espíritos.


Allan Kardec