Nos últimos dez anos demos as mãos e resolvemos caminhar juntos.
Não como um só, pois como “dois” somos maiores, mais fortes; nos apoiamos nas escaladas dos dias, um promovendo o outro para o Alto; nos amparamos na iminência de cada possível queda, um segurando o outro.
Como “dois” somos diferentes e nossas diferenças se completam, provando que pode haver harmonia no Universo, mesmo quando os pensamentos são distintos, mesmo quando as opiniões são opostas.
Nos últimos dez anos iniciamos uma vida dentro de uma vida, pois nosso encontro foi um renascimento.
Como era a vida antes do “nós”? Antes de nos conhecermos? Parece, às vezes, uma lembrança de outra existência, pois este novo viver é tão vibrante, tão intenso, que dez anos parecem quase cem.
Nos últimos dez anos nos demos filhos... E com eles vieram tantas coisas...
Veio a maturidade pois ter esses seres sob nossa responsabilidade é um convite ao amadurecimento.
Voltamos a ser crianças em tantos aspectos... Nos melhores deles, aliás...
Ao mergulhar, diariamente, no mundo dos pequenos, voltamos a ser como eles um pouco. Acordamos nosso menino e nossa menina de ontem, e brincamos todos os quatro juntos, felizes...
Com a chegada dos filhos se foi um pouco de nosso egoísmo... Sim, agora parece muito mais natural pensar no outro e esquecer um pouco de nós.
Vivemos em função deles e isso nos faz bem, nos completa, nos traz alegria, não pela ideia de recompensa, pois não nos preocupamos com isso, mas pela simples possibilidade de servir...
Nos últimos dez anos criamos uma nova família e já começamos a compreender a palavra “legado”.
Nos últimos dez anos aprendemos que se um não ouvir o outro, o amor fica surdo.
Nos últimos dez anos o amor mudou de cor, de cheiro, de gosto, de toque. O amor transmutou, mas nunca deixou de ser amor... E nunca deixou de crescer.
Nos últimos dez anos... eu sempre quis voltar para casa para ver você...
* * *
A união permanente de dois seres é um progresso na marcha da Humanidade.
É grande golpe sobre o egoísmo e o orgulho, quando levamos a sério esse compromisso valioso e intenso que nos alça aos mais altos voos da evolução.
A solidariedade fraterna que ele estabelece nos convida a pensar no outro, a considerar o outro, a doarmo-nos espontaneamente.
Dez, trinta, cinquenta, setenta anos de casamento em harmonia, mesmo passando por inúmeras tribulações – bem naturais ainda no mundo – representa vitória do amor sobre as trevas, vitória da luz sobre as sombras.
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Acredite em seu casamento. Acredite no amor maduro que suporta e supera tudo.
Não crie ilusões de relações perfeitas num mundo de seres imperfeitos. Não crie expectativas em demasia. Não espere nada do outro. Espere de si mesmo.
Surpreenda, encante, marque sua história, ame intensamente e torne inesquecíveis a sua vida e a vida do outro.
Redação do Momento Espírita
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