sexta-feira, 31 de julho de 2015

Desintegrar




Uma nave russa descontrolada está para cair sobre a Terra, informam os tabloides.
Pesando cerca de oito toneladas, um objeto enorme sobrevoa nossas cabeças e ninguém sabe ao certo onde irá desabar.
Tal notícia poderia gerar pânico, certamente, a não ser por um único detalhe: o artefato se desintegrará, totalmente, em sua reentrada na atmosfera terrestre, fazendo restar apenas alguns pequenos e inofensivos destroços quando chegar ao chão.
Isso se dá por estarmos muito bem protegidos pela densa atmosfera terrestre que, graças ao atrito que gera na reentrada em velocidade desses objetos, desintegra-os, em altíssimas temperaturas.
O ar vai se tornando mais denso à medida que a altura diminui, isto é, quanto mais perto da crosta, mais denso é o ar, e mais atrito gera.
É esse mesmo fenômeno que nos protege de meteoros e de todo lixo espacial.
A atmosfera densa da Terra desintegra os corpos em sua entrada.

*   *   *

Espiritualmente falando, o planeta Terra também é responsável pela desmaterialização das almas.
Quando na encarnação, estamos submetidos a muitas experiências, a muitas provas, a dores que vão, lentamente, nos desintegrando, isto é, retirando as camadas mais duras, mais rígidas e materiais.
Muitos de nós, para sobreviver e para seguir em frente, precisamos nos desconstruir e começar de novo. E a atmosfera espiritual da Terra propicia o campo de experiências para isso.
Renovar as ideias. Deixar de pensar como pensávamos. Deixar de agir como agíamos. Deixar de lado vícios antigos. São muitas as formas de nos desintegrarmos em vida para nos reintegrarmos, novamente, nos braços do Criador.
A reentrada na Terra nos expõe a altas temperaturas, que muitas vezes não sabemos se vamos suportar ou não. Se olharmos de perto veremos apenas uma grande bola de fogo, um incêndio.
Porém, observando à distância, numa noite escura, cada uma daquelas estrelas cadentes é, na verdade, um astro que está se tornando melhor.
A reencarnação nos proporciona essa reentrada no cenário terrestre.
Uma oportunidade sem igual para nos burilarmos, para nos reconstruirmos, para que retiremos de nós todas as carapaças, todas as estruturas espessas que fomos acumulando, ao longo dos tempos, e que nos mostremos como verdadeiramente somos. A essência, Espírito.

*   *   *

Diariamente reentram na atmosfera da Terra milhares de Espíritos, como estrelas cadentes riscando de fogo a cúpula noturna.
Renascemos muitas vezes e cada vez somos menos matéria e mais Espírito. Menos dor e mais alegria. Menos egoísmo e mais caridade.
Renascemos, também, muitas vezes, dentro da própria encarnação, cada vez que percebemos que retiramos um peso dos ombros ou deixamos de odiar, ou passamos a amar mais.
Desintegrar-se é ser mais doação e menos apego; é ser mais indulgência e menos julgamento; é ser mais perdão e menos mágoa.
Desintegrar-se...
Comecemos...


 Redação do Momento Espírita

terça-feira, 28 de julho de 2015

Servir Sempre



Saber-se útil é essencial para um viver equilibrado.
Por isso, convém desenvolver o hábito de servir.
Não apenas em dias de arrependimento ou reparação.
Em todas as circunstâncias, o serviço é o antídoto do mal.
Talvez você tenha caído na trama de terríveis enganos e sonhe em se reabilitar.
Sendo assim, não desperdice a riqueza das horas, em inúteis lamentações.
Levante-se e sirva nos próprios lugares onde espalhou a sombra do erro.
Com essa atitude humilde, granjeará apoio infalível ao reajuste.
Quem sabe você enfrente duros problemas em sua vida particular.
Nessa hipótese, livre-se do fardo inútil da aflição sem proveito.
Reanime-se e sirva, no quadro de provações e dificuldades em que se situa.
A diligência e o labor funcionarão como preciosas tutoras, abrindo a senda ao concurso fraterno.
Quiçá você padeça obscura posição no edifício social.
Nessa situação, convém se prevenir do micróbio da inveja.
Movimente-se e sirva no anonimato.
A conduta digna e o devotamento funcionarão como luminosa escada rumo ao Alto.
É provável que você sofra o assalto de ferozes calúnias.
Esqueça a vingança, que seria aviltamento e baixeza.
Silencie e sirva, olvidando ofensas.
Ao eleger o perdão e a atividade no bem como estandartes, você forjará um invencível escudo contra os dardos da injúria.
Quem o vir trabalhador e nobre não conseguirá acreditar na maledicência.
Pode ser que você suporte o assédio de Espíritos inferiores.
Antigos desafetos de outras vidas podem estar a persegui-lo, no desejo de vê-lo recair em velhos vícios.
Abstenha-se da queixa sem utilidade.
Resista e sirva, dedicando-se ao socorro dos que choram em dificuldades maiores.
A dedicação à beneficência terminará por conquistar a simpatia de seus próprios adversários.
Ao vê-lo incansável no serviço ao próximo, eles se envergonharão de desejar seu mal.
A preguiça é ópio das trevas.
Os que não trabalham transformam-se facilmente em focos de tédio e ociosidade, revolta e desespero.
Tornam-se desequilibrados, pessimistas e ressentidos.
Como prestam muita atenção nos próprios problemas, acham-se os mais desafortunados do mundo.
Também estão sempre dispostos a fiscalizar o comportamento alheio e a apontar falhas.
Ao contrário, quem se dispõe a amparar raramente encontra tempo para criticar.
Assim, servir é um imperativo de saúde física e espiritual.
Para ser feliz e equilibrado, impõe-se adquirir esse saudável hábito.
Quem busca sinceramente servir nunca encontra motivos para se arrepender.
Pense nisso.


Redação do Momento Espírita

segunda-feira, 27 de julho de 2015

As mãos do trabalho



Eram quatro jovens que aproveitavam o sol da primavera à beira de um maravilhoso lago. Em certo momento, passaram a discutir a respeito de qual delas teria as mãos mais lindas.
A primeira mergulhou as suas nas águas claras e erguendo-as depois, em direção ao sol, falou:
Vejam como são lindas as minhas mãos. Brancas e macias, as gotículas d'agua parecem brilhantes raros entre os dedos finos e longos.
Eram verdadeiramente lindas pois ela nada mais fazia do que as lavar, constantemente, em água cristalina.
A segunda tomou alguns morangos e os esmagou entre as palmas das mãos, tornando-as rosadas.
Não mais bonitas do que as minhas, exclamou essa, que reproduzem a cor do céu no nascer da manhã.
Suas mãos eram bonitas pois a única coisa com que se ocupava era lavá-las em suco de frutas todas as manhãs, a fim de que conservassem a frescura e o tom rosado.
A terceira jovem colheu algumas violetas, esmagou-as entre as suas mãos, até ficarem muito perfumadas.
Vejam as minhas mãos como são belas, falou então. Além disso são perfumadas como as violetas dos bosques em plena estação primaveril.
Eram sim muito macias, brancas e perfumadas. Tudo o que fazia essa jovem era lavá-las com violetas todos os dias.
A quarta jovem não mostrou as mãos. Parecia envergonhada, escondendo-as no próprio colo.
Então as moças perguntaram a uma mulher que se encontrava um pouco além, deliciando-se com o dia, qual a sua opinião. Seu julgamento deveria decidir qual delas detinha as mãos mais belas.
A senhora se aproximou e examinou as mãos da primeira, da segunda e da terceira, balançando a cabeça como que em sinal de desaprovação.
Finalmente, chegou perto da quarta jovem e lhe pediu que levantasse as mãos.
A mulher tomou as mãos dela entre as suas e as apalpou com vagar. Depois falou:
Estas mãos estão bem limpas, mas se apresentam muito endurecidas. Existem traços de muito trabalho em suas linhas rijas.
Estas mãos mostram que ajudam seus pais no trabalho doméstico, que lavam louça, varrem o chão, limpam janelas e semeiam horta e jardim.
Guardam o perfume das flores e o cheiro de limpeza e dedicação. Nota-se que são mãos que tomam conta do bebê, ensinam o irmão menor a fazer a lição e erguer castelos de areia, em plena praia.
Estas mãos são mãos muito ocupadas, que tudo fazem para transformar uma casa em um lar de aconchego e felicidade. São mãos de carinho e de amor.
Sim, finalizou a desconhecida julgadora, estas mãos merecem o prêmio pelas mais belas mãos, pois são as mais úteis.
*   *   *
O serviço ao semelhante e a dedicação ao trabalho foram ensinados por Jesus.
Ele mesmo exemplificou servindo a todos durante a Sua passagem pela Terra e, na Última Ceia, tomou uma jarra com água, uma toalha e lavou os pés de todos os Seus Apóstolos.
Não foi por outra razão que afirmou: Meu Pai trabalha sem cessar e eu trabalho também.


Redação do Momento Espírita

sábado, 25 de julho de 2015

Apatia




Olhando só para o chão, percebeu apenas o movimento das sombras sem cor.
Sem coragem de olhar para o céu, deixou de ver o voo azul das borboletas.

*   *   *

Apatia é doença da alma.
Congela a vontade, paralisa os movimentos, faz-nos estátuas vivas.
Vivos-mortos que perdem o sentido de viver, que cedem ao automatismo dos dias, que adquirem visão monocromática de tudo e de todos.
Indiferença. Os apáticos sofrem do vício da indiferença.
Acostumaram-se com as notícias ruins, as desgraças, os flagelos destruidores, e tais fatos nem mais lhes tocam o coração. Não são capazes nem de enviar bons pensamentos às vítimas.
Uma prece? Não. Prece é coisa de religioso fanático. – Dizem ou pensam.
Acostumaram-se com o jeitinho, esquecendo que tal maneira de negociar ou resolver as questões é apenas corrupção disfarçada.
Acostumaram-se com as lágrimas dos outros e elas não mais os emocionam. Foram obrigados a represar suas emoções. Expressar emoções é para os fracos. – Cochicham.
Acostumaram-se com o mal... inacreditavelmente.

*   *   *

Acostumamo-nos a olhar mais para o chão do que para o céu, esta é a verdade, e depois de um tempo nem achamos o chão tão ruim assim...
Isso é gravíssimo, pois se perde a referência de algo melhor, de algo maior, e todos precisamos mirar alto para poder crescer.
A apatia nos aprisionou em estruturas de pensamentos absurdas, nos aprisionou à falta de emoções e em comportamentos robóticos insensíveis.
Ela nos fez pensar que não somos capazes de mudar nada, que tudo sempre foi assim, que a Humanidade não tem jeito e que nosso futuro é desesperador.
O apático é alguém que perde a batalha antes mesmo de enfrentá-la.

*   *   *

Elimina do teu vocabulário as frases pessimistas habituais, substituindo-as por equivalentes ideais.
Não digas: "Não posso"; "Não suporto mais"; "Desisto".
Faze uma mudança de paisagem mental e corrige-a por outras: "Tudo posso, quando quero"; "Suporto tudo quanto é para o meu bem" e "Prosseguirei ao preço do sacrifício, para a vitória que persigo".
A apatia é doença da alma, que a todos cumpre combater com as melhores disposições.
Na luta competitiva da vida terrestre, não há lugar para o apático.  Receando o labor bendito ou dele fugindo, mediante mecanismos de evasão inconsciente, a criatura se deixa envenenar pela psicosfera mórbida da autopiedade, procurando inspirar compaixão antes que despertar e motivar amor.
Reage com vigor à urdidura da apatia, do desinteresse.
Ora e vence o adversário sutil, que em ti procura alojamento, utilizando-se de justificativas falsas.
A lei do trabalho é impositivo das leis naturais que promovem o progresso e fomentam a vida.
Não é por outra razão que a tradição evangélica nos informa: “Ajuda-te e o céu te ajudará”, conclamando-nos à luta contra a apatia e os seus sequazes, que se fazem conhecidos como desencanto, depressão, cansaço e equivalentes.



Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Paciência Antes da Crise



O homem moderno tem urgente necessidade de cultivar a paciência, na condição de medicamento preventivo contra inúmeros males que o espreitam.
De certo modo, vitimado pelas circunstâncias da vida ativa em que se encontra, sofre desgaste contínuo que o leva, não raro, a estados neuróticos e agressivos ou a depressões que o aniquilam.
A paciência é-lhe reserva de ânimo para enfrentar as situações mais difíceis sem perder o equilíbrio.
A paciência é uma virtude que deve ser cultivada e cuja força somente pode ser medida, quando submetida ao teste que a desafia, em forma de problema.
O atropelo do trânsito; a agitação geral; a competição desenfreada; o desrespeito aos espaços individuais; a compressão das horas...
Além disso, as limitações financeiras; os conflitos emocionais; as frustrações e outros fatores decorrentes do modo de vida dito moderno e do relacionamento social, levam o homem a desequilíbrios que a paciência pode evitar.
Exercitando-a nas pequenas ocorrências, sem permitir-se a irritação ou o agastamento, adquirirá força e enfrentará com êxito as situações mais graves.
Todas as criaturas em trânsito pelo mundo são vítimas de ciladas intencionais ou não.
Manter-se atento e saber enfrentá-las com cuidado é a única forma de superá-las com êxito.

*   *   *

Se te sentes provocado pelos insultos que te dirigem, atua com serenidade e segue adiante.
Se erraste em alguma situação que te surpreendeu, retorna ao ponto inicial e corrige o equívoco.
Se te sentes injustiçado, reexamina o motivo e disputa a honra de não desanimar.
Se a agressão de alguma forma te ofende, guarda a calma e a verás desmoronar-se.
A convivência com as criaturas é o grande desafio da evolução porque resulta, de um lado, da situação moral deles, e de outro, do seu estado emocional.
O amor ao próximo, no entanto, só é legítimo quando não se desgasta nem se converte em motivo de censura ou queixa, em relação às pessoas com quem se convive.
É fácil amar e respeitar aqueles que vivem fisicamente distantes.
O verdadeiro amor é o que se relaciona sempre bem com as demais criaturas.

*   *   *

Você já se propôs a ser mais paciente? Já colocou isso como meta na vida, alguma vez?
É importante ter metas claras. É importante dizer a si mesmo: Estou mais paciente agora. Não vou deixar que isto ou aquilo me abale com facilidade.
Começamos assim um processo de autopreservação, de automonitoramento e, toda vez que uma situação crítica se apresentar, poderemos voltar a dizer: Não vou deixar que isto me tire do sério.
Cada um poderá desenvolver seu método, sua forma de atuar, porém, a essência deste trabalho está em começar já, imediatamente.
Quem antes inicia, antes colhe os benefícios.


Redação do Momento Espírita

terça-feira, 21 de julho de 2015

Autógrafo de Deus




Autógrafo é a assinatura original, de próprio punho, do autor de alguma obra.
Assinam seus quadros os pintores. No entanto, melhor do que a sua assinatura, o que diz se o quadro é verdadeiramente daquele pintor é o seu estilo.
Quem quer que se aprofunde pelo conhecimento da arte, poderá, ao admirar uma tela, afirmar do seu autor. E identificar, inclusive, se for o caso, a que período da vida artística daquele pintor corresponde.
Quem escreve um livro, define-se por uma forma de escrever e, a partir daí passará a ser conhecido. Naturalmente, coloca seu nome na obra.
Mas, mais do que isso, identifica-se pelo estilo e a forma com que desenvolve o seu pensamento, ao transpô-lo para o papel.
Cada artista tem sua maneira peculiar de se identificar no seu trabalho.
E é assim que ele é conhecido e admiradas as suas produções, através dos tempos.
Quando nossos olhos se extasiam ante a prodigalidade da natureza; quando nossos ouvidos se deliciam com os sons dos rios cantantes, com o murmúrio da fonte minúscula, com as águas que descem pelas encostas, despejando-se ruidosamente de alturas; quando o vento flauteia uma canção entre os ramos ou agita com violência o arvoredo; quando o sol se pinta de ouro e tudo enche de luz por onde se espraia; quando o céu se faz de tonalidades mil, indefiníveis, num amanhecer indescritível; quando tudo isso acontece, todo dia, a cada dia... procuramos o autor. E a assinatura.
O inacreditável do grandioso e das coisas minúsculas, tudo obedecendo a idêntico esmero, diz-nos da qualidade do artista.
A diversidade de tons, de sons nos fala de um Alguém superlativamente criativo, pois que há bilhões de anos não reprisa um pôr de sol, nem o cristal da gota de orvalho, nem a combinação dos gorjeios da passarada.
Cada dia tudo é diferente. O sol retorna, as nuvens se espreguiçam, a pradaria se estende, alongando sua colcha de retalhos de cores diversas, bordadas cá e lá de flores miúdas... Mas nada é igual.
As folhas nas árvores estão em número maior ou menor, a sinfonia das águas acabou de ser composta, os pássaros balançam-se em outras ramagens.
Sim, o artista responsável pelo concerto do dia e da noite é extraordinário.
Os homens afirmam que jamais O viram. Mas todos podem admirar Sua obra. Mesmo aqueles que Lhe negam a existência.
Esse artista inigualável assina a delicadeza das manhãs com o pincel da madrugada.
Podemos descobrir Seu autógrafo na tela do firmamento, no brilho das estrelas.
Podemos descobrir Sua escrita nas flores dos campos, dos jardins, das montanhas.
Ele é tão grande que a tela onde cria as Suas maravilhas vive em expansão.
Mas onde esse artista coloca Sua mais especial assinatura é na essência de cada um dos filhos que criou.
Ela está em cada um de nós e se chama Imortalidade.
Pense nisso. Você é o mais especial autógrafo de Deus.


Redação do Momento Espírita

domingo, 19 de julho de 2015

Amas o Bastante?



Aos aprendizes menos avisados é estranhável que Jesus houvesse indagado do apóstolo, por três vezes, quanto à segurança de seu amor. O próprio Simão Pedro, ouvindo a interrogação repetida, entristecera-se, supondo que o  Mestre suspeitasse de seus sentimentos mais íntimos.

Contudo, o ensinamento é mais profundo.

Naquele instante, confiava-lhe Jesus o ministério da cooperação nos serviços redentores. O pescador de Cafarnaum ia contribuir na elevação de seus tutelados do mundo, ia apostolizar, alcançando valores novos para a vida eterna.

Muito significativa, portanto, a pergunta do Senhor nesse particular.

Jesus  não pede informação ao discípulo, com respeito aos raciocínios que lhe eram peculiares, não deseja inteirar-se dos conhecimentos do colaborador,  relativamente a Ele, não reclama compromisso formal.

Pretende saber apenas se Pedro o ama, deixando perceber que, com o amor, as demais dificuldades se resolvem.

Se o discípulo possui suficiente provisão dessa essência divina, a tarefa mais dura converte-se em apostolado de bênçãos promissoras.

É imperioso, desse modo, reconhecer que as tuas conquistas intelectuais valem muito, que tuas indagações são louváveis, mas em verdade somente serás efetivo e eficiente cooperador do Cristo se tiveres amor.

Emmanuel - Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Transitoriedade


Em face das preocupações que te ocupam a tela mental, levando-te a inquietações desnecessárias, seria válido que fizesses uma avaliação em torno de teu comportamento.
Convidamos a uma rápida análise de fatos ocorridos em tua existência.
Retorna, psiquicamente, há apenas cinco anos, no teu passado recente e procura recordar as aflições que então te maceravam a alma.
Enfermidades que te minavam o organismo, ameaçando-te a existência física; problemas de sentimento emocional que te entristeciam; solidão amarga em que te refugiavas; incertezas no trabalho que te oferecia recursos para uma vida honrada; expectativa em torno de metas que pareciam tardar; abandono de amigos que se apresentavam como irmãos...
Mudemos a tônica das lembranças.
Talvez estivesses cercado pela ternura de afetos que te afirmavam ser de natureza eterna; possuías saúde e equilíbrio orgânico invejáveis; quem sabe tivesses motivações emocionais para avançar; independência econômica, segurança no trabalho, bem-estar social e harmonia doméstica.
Cinco anos. Em apenas cinco anos, observa quantas mudanças ocorreram no trânsito das tuas horas.
As enfermidades ameaçadoras partiram, os males desapareceram, o trabalho se te afirmou ideal, novos amigos vieram ter contigo...
Surgiram metas promissoras e não poderias supor, naquela ocasião que, em determinado momento futuro, te encontrarias fortalecido e alegre, considerando os problemas então vigentes.
Cinco anos...
Provavelmente, o afeto que acariciavas saiu do teu lado, deixando-te em aflição; a saúde bateu em retirada, os sentimentos ficaram em transtorno...
O ganha-pão tornou-se-te lugar de sofrimento; os recursos de que dispunhas mudaram de mãos; a convivência social modificou-se em relação às pessoas...
E ainda, o lar, que parecia tão bem estruturado, encontra-se em frangalhos...
Essas ocorrências tiveram lugar em somente sessenta meses!
*   *   *
A existência humana é transitória e cheia de surpresas.
O que parece duradouro, torna-se de rápida permanência.
A segurança diminui ou a intranquilidade asserena-se.
Tudo está em constante modificação.
O importante é saber como conduzir-se nas múltiplas etapas em que a vida se manifesta.
Ninguém se encontra, na Terra, em regime de exceção, portanto, sem ocorrências inesperadas, tanto boas quanto más, alegres quanto aflitivas.
Sendo um planeta de provações e de expiações, a transitoriedade é a sua marca.
O que é muito bom, porque, da mesma forma que as questões gentis e felizes alteram-se, também aquelas de natureza destrutiva, angustiante, cedem lugar a outras mais amenas e confortadoras.
Não fosse assim, e ninguém suportaria a presença do sofrimento sem consolo, nem esperança.
Desse modo, nunca te permitas perturbar por acontecimentos que fazem parte do teu currículo evolutivo, já que tudo ocorre de acordo com a programação básica mais útil à tua libertação espiritual.
Nos momentos bons, carreguemos as forças, o ânimo. Nos momentos pesarosos, aprendamos, reflitamos e, em todos eles, continuemos crescendo para Deus.
 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 28, do livro O amor como solução, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira

domingo, 12 de julho de 2015

Os Tormentos Voluntários

            

             O homem está incessantemente à procura da felicidade, que lhe escapa a todo instante, porque a felicidade sem mescla não existe na Terra. Entretanto, apesar das vicissitudes que formam o inevitável cortejo desta vida, dele poderia pelo menos gozar de uma felicidade relativa. Ma ele a procura nas coisas perecíveis, sujeitas às mesmas vicissitudes, ou seja, nos gozos materiais, em vez de buscá-la nos gozos da alma, que constituem uma antecipação das imperecíveis alegrias celestes. Em vez de buscar a paz do coração, única felicidade verdadeira neste mundo, ele procura com avidez tudo o que pode agitá-lo e perturbá-lo. E, coisa curiosa, parece criar de propósito os tormentos, que só a ele cabia evitar.
            Haverá maiores tormentos que os causados pela inveja e o ciúme? Para o invejoso e o ciumento não existe repouso: sofrem ambos de uma febre incessante. As posses alheias lhes causam insônias; os sucessos dos rivais lhes provocam vertigens; seu único interesse é o de eclipsar os outros; toda a sua alegria consiste em provocar, nos insensatos como eles, a cólera do ciúme. Pobres insensatos, com efeito, que não se lembram de que, talvez amanhã, tenham de deixar todas as futilidades, cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles que se aplicam estas palavras: “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”, pois os seus cuidados não têm compensação no céu.
            Quantos tormentos, pelo contrário, consegue evitar aquele que sabe contentar-se com o que possui, que vê sem inveja o que não lhe pertence, que não procura parecer mais do que é! Está sempre rico, pois, se olha para baixo, em vez de olhar para cima de si mesmo, vê sempre os que possuem menos do que ele. Está sempre calmo, porque não inventa necessidades absurdas, e a calma em meio das tormentas da vida não será uma felicidade?

O Evangelho Segundo o Espiritismo
Allan Kardec

sábado, 11 de julho de 2015

As três virtudes


Os dias se mostravam difíceis para Jaqueline, desde algum tempo.
As tormentas no lar se faziam longas e, agora, traziam agravantes.
O marido sempre ausente, alheio aos problemas que surgiam na intimidade familiar.
A educação do filho se mostrava desafiadora, exigindo cuidados e atenção.
Não bastasse isso, iniciavam-se dificuldades financeiras que se alastravam.
Estava aturdida e sem saber como agir. Parecia que perdia todas as esperanças e a coragem que a caracterizava.
Andava cabisbaixa, com a sensação de estar prestes a cair no choro, desesperar-se.
Foi nesse estado de ânimo que quase tropeçou na rua com um velho conhecido.
Amigo da família, ele acompanhava a trajetória de Jaqueline, e ela tinha por ele grande carinho, considerando-o um pai.
Rapidamente ele percebeu em seus olhos o drama que buscava esconder.
Tentando oferecer-lhe ajuda, de alguma forma, a convidou para um café ali próximo e, quem sabe, uma conversa.
A intimidade permitiu que, em pouco tempo, ela relatasse toda a história que lhe causava tantos tormentos.
O amigo, experienciado pela vida, e tomado de compaixão pela situação de pessoa tão querida, amorosamente lhe propôs:
Jaqueline, vejo que há três ferramentas que lhe são fundamentais: a paciência, a humildade e a fé.
Como assim?  - Indagou-lhe sem compreender.
A paciência será sua primeira auxiliar. Haverá dias em que parecerá que tudo conspira contra você. Alguns embates apresentar-se-ão quase insuportáveis. Mas tudo isso passa. Nada dura para sempre.
Nessas horas, quando não há o que fazer, arme-se de paciência. Ela será sua sustentação para suportar pessoas difíceis, situações constrangedoras, momentos críticos.
Em outros momentos, será necessário ter humildade. Será ela quem lhe permitirá retirar aprendizado das situações mais difíceis.
A humildade a ajudará a compreender que ninguém está isento de sofrer injustiças. No entanto, o que chamamos de injustiça hoje, é nada mais do que o ressarcimento de um passado não muito feliz, de outras vidas.
A humildade lhe dirá que tudo o que nos acontece está enquadrado nas nossas necessidades de resgate e aprendizado.
E, por terceira companheira inseparável, tenha sempre com você a fé. Ela lhe servirá para aqueles momentos em que não conseguir entender o porquê de certas dificuldades e problemas que lhe baterão à porta.
Quando estiver se questionando se merece ou qual a razão de passar por determinadas situações, a fé lhe dirá para colocar a sua vida nas mãos de Deus, entendendo que Ele sempre ampara e sustenta Seus filhos.
Assim, minha filha, com paciência, humildade e fé, você conseguirá superar esses dias difíceis.
Amparada pelo carinho e as sábias palavras do amigo, Jaqueline retornou ao lar, mais forte e confiante.
A partir dali, buscou agasalhar em sua alma as três virtudes enumeradas. E foi descobrindo, a pouco e pouco, que os maiores problemas da vida são possíveis de serem superados, com paciência, humildade e fé.
Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Escalando o céu

Era uma viagem de férias, mas o pai a desejara transformar em uma viagem de cultura.
Por isso, os países que seriam visitados e os locais foram devidamente selecionados.
Levava a esposa e os filhos a museus, salas de arte, bibliotecas, universidades a fim de que vissem, ao vivo, a história do homem em pinturas, livros, arquitetura.
Velhos castelos foram visitados, conservados uns, somente ruínas outros. E o pai se esmerava em apontar detalhes, que assinalavam o esforço do homem para defender a sua casa, as suas terras de outros homens.
Ali, o castelo feudal fora erguido em ponto estratégico, permitindo que das torres de vigia se pudesse ver muito ao longe o eventual inimigo que desejasse chegar por via fluvial.
Em outra instância, a imponente construção de pedras fora erguida exatamente em local próximo a uma imensa pedreira, facilitando a aquisição da matéria prima.
Entre as ruínas do que fora um castelo imenso, erguido bem no alto, dominando a paisagem, o destaque para a pequenina porta de madeira, quase oculta entre as folhagens: a porta da traição.
Ela fora deixada aberta para que os inimigos adentrassem e tomassem o que era considerado local inacessível.
E assim transcorria a viagem, cheia de cores, de vivacidade, história e apontamentos.
Mas depois de terem visitado antigas igrejas de extraordinária arquitetura e riqueza sem par, um dos meninos voltou-se para o pai e fez a pergunta:
Pai, por que as igrejas têm torres tão altas?
O pai parou um momento. Ele lera muito para ser o guia cultural naquelas férias. Esmerara-se em aprender sobre arquitetura, pintura, história.
Mas não se lembrava de nada ter lido a respeito. Recordou-se com rapidez da visita à igreja de Saint-Michel, no monte de mesmo nome, na Normandia.
Ali, a estátua do arcanjo São Miguel culmina na torre de trinta e dois metros.
Rapidamente ainda rememorou outras igrejas visitadas, algumas erguidas em locais altos, privilegiados e com suas torres escalando o céu.
E estava pronto para abrir a boca e falar da arquitetura, da influência dos estilos, quando o filho menor, falou:
Ora, é simples: as igrejas têm torres pontudas para levar mais depressa as orações das pessoas até Deus. É como torre de transmissão de rádio.
*  *  *
Resposta simples de alguém que lembrou que os templos visitados, muito antes da riqueza arquitetônica, dos arabescos, dos estilos dessa ou daquela época, são locais de oração.
Templos que o homem ergueu, através dos tempos, em todas as épocas, no intuito de ter um local para falar com Deus.
Um abrigo, um refúgio para dialogar com a Divindade.
E se Jesus ensinou que o templo devia ser o do coração e o altar o da consciência de cada um para o diálogo com o Pai de todos nós, justo é perceber que o homem sempre buscou esse contato com o Criador.
Assim, utilizemos nossa mente e coração para erguer torres que atravessem os céus pelos poemas da oração.
Essas torres, com certeza, serão inigualáveis em altura porque os versos viajarão pelas antenas do pensamento até o Pai amoroso e bom de toda a Humanidade.

Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Aprendendo com as Árvores



O poeta Olavo Bilac, em poucos versos, nos convida a olharmos as árvores, as velhas árvores, tanto mais belas quanto mais antigas, vencedoras da idade e das procelas.
As árvores têm muito a nos ensinar. Uma das suas grandes lições é sua capacidade de adaptação.
Elas tanto crescem num cantinho do quintal, a partir de um caroço que foi jogado a esmo quanto, inconformadas, destroem a calçada de concreto com a força das suas raízes.
Na juventude, se dobram, ao sabor dos ventos fortes, vergam como em um grande exercício de flexibilidade. Depois, passada a tormenta, ei-las de tronco ereto.
E, com o passar dos anos, vão se deixando enrijecer, alargando aqui, rompendo outros galhos logo acima, enriquecendo a cabeleira frondosa e amiga.
Copa de sombra. Ninho de tantos pequenos alados. Alegria da criançada que adora se aninhar aqui e ali, para observar a paisagem de melhor ângulo.
Ou amarrar cordas para um balanço. Ou montar uma casa ali mesmo, nas alturas.
Ou, simplesmente, subir até onde possa para saborear os frutos, diretamente da generosa fonte.
Caprichosas, as árvores se enchem de flores, explodindo em cores. E, para que todas possam ter seu momento especial de desfile, elas se revezam no calendário.
As quaresmeiras roxas em março, os ipês rosa em julho, os jacarandás mimosos, com sua chuva lilás, em novembro.
Ainda se permitem servir de palco e auditório para a passarinhada que, mesmo nas grandes cidades, canta acima de todos os decibéis dos carros do trânsito alucinado.
Velhas árvores amigas, veem as gerações se sucederem. Observam a criança crescer, amadurecer. Acompanham-lhes os filhos que, também, delas irão se servir.
Servir da sombra, dos frutos, das flores.
Envelhecem com dignidade, não se esquecendo de romper em flores, em frutos, em atapetar o chão com maestria, em derrubar alguns dos frutos maduros para adubar o chão.
Velhas árvores amigas...
Não temem ver seus galhos se retorcerem e seu tronco ficar enrugado. A cada ano, encontram forças e ofertam o melhor de si: as frutas mais doces, mais coloridas, que se tornam as mais cobiçadas.
Como se fossem se aprimorando, no transcorrer dos anos, esmeram-se na produção: frutos mais graúdos e mais saborosos.
Velhas árvores. Tão sábias. Quando chega o outono, trocam a roupagem, aproveitando as cores estonteantes e absurdas da estação. E se fazem mais admiradas.
E quando o enregelante inverno chega, consumindo-lhes a folhagem, ficam ali, recolhem-se para dentro de si mesmas.
Hibernam. E basta um leve toque de sol, um aceno suave da primavera, para se espreguiçarem, alongarem os galhos e despertarem em botões.
Sem reclamações da invernia, do rigor dos ventos, das tempestades enfrentadas.
Tudo serviu para mais fortalecê-las.
E prosseguem, servindo, nenhuma desejando ser como a outra. As amoreiras dão amoras, as jabuticabeiras penduram seus frutos no tronco, as uvas formam cachos caprichosos.
Nem inveja, nem imitação, nem orgulho. Apenas cumprimento do dever. Alegria de servir.
Aprendamos com as árvores. Despojemo-nos do orgulho e do egoísmo. Sirvamos sorrindo, reclamemos menos e produzamos mais, com o que temos, onde estamos.


Redação do Momento Espírita

terça-feira, 7 de julho de 2015

O Círculo da Tolerância


Um famoso senhor com poder de decisão, gritou com um diretor da sua empresa, porque estava com ódio naquele momento. O diretor, chegando em casa, gritou com sua esposa, acusando-a de que estava gastando demais, porque havia um bom e farto almoço à mesa. Sua esposa gritou com a empregada que quebrou um prato. A empregada chutou o cachorrinho no qual tropeçara. O cachorrinho saiu correndo, e mordeu uma senhora que ia passando pela rua, porque estava atrapalhando sua saída pelo portão.
Essa senhora foi à farmácia para tomar vacina e fazer um curativo, e gritou com o farmacêutico, porque a vacina doeu ao ser-lhe aplicada. O farmacêutico, chegando à casa, gritou com sua mãe, porque o jantar não estava do seu agrado. Sua mãe, tolerante, um manancial de amor e perdão, afagou seus cabelos e beijou-o na testa, dizendo-lhe: “Filho querido, prometo-lhe que amanhã farei os seus doces favoritos. Você trabalha muito, está cansado e precisa de uma boa noite de sono. Vou trocar os lençóis da sua cama por outros bem limpinhos e cheirosos para que você descanse bem. Amanhã você vai sentir-se melhor.” E abençoou-o, retirando-se e deixando-o sozinho com os seus pensamentos… Naquele momento, rompeu o círculo do ódio, porque esbarrou com a tolerância, a doçura, o perdão e o amor…


Autoria Descohecida

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Aprendendo com os erros


O mestre, conduz seu aprendiz pela floresta. Embora mais velho, caminha com igualdade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante. O aprendiz blasfema, levanta-se e cospe no chão traiçoeiro e continua a acompanhar seu mestre. Depois de longa caminhada, chegaram a um lugar sagrado. Sem parar, o mestre dá meia volta e começa a viagem de volta.
-Você não me ensinou nada hoje- diz o aprendiz, levando mais um tombo. -Ensinei sim, mas você parece que não aprende – respondeu o mestre – estou tentando te ensinar como se lida com os erros da vida.
-E como lidar com eles? – Como deveria lidar com seus tombos- respondeu o mestre- Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar aquilo que o fez escorregar.

Autoria Desconhecida

domingo, 5 de julho de 2015

Feliz Metade do Ano



Não podemos desistir de ser felizes, enquanto o sol não desistir de renascer. O primeiro  semestre do ano passou voando. Vencemos as dificuldades sem temor. Agora é hora de tomar fôlego e enfrentar a próxima metade. Enfrentando todas as surpresas que a vida nos dá! Vencendo assim, todos os obstáculos! Precisamos acreditar que tudo vai dar certo! Que nada é impossível! Que amanhã será um dia melhor!
Que a vida tem a cor que a gente pinta! Por mais longa que seja a noite,  o sol nasce novamente! Que seus sonhos sejam realizados neste resto de ano!
Uma lição - Um famoso palestrante começou um seminário segurando uma nota de 20 dólares. Numa sala, com 200 pessoas, ele perguntou:– Quem quer esta nota de 20 dólares?”
Mãos começaram a se erguer. Ele disse: – Eu darei esta nota a um de vocês, mas, primeiro, deixem-me fazer isto! Então ele amassou a nota. E perguntou, outra vez:
– Quem ainda quer esta nota? As mãos continuaram erguidas.
– Bom – ele disse – e se eu fizer isto? E ele deixou a nota cair no chão e começou a pisá-la e esfregá-la. Depois pegou a nota, agora imunda e amassada, e perguntou: – E agora? Quem ainda quer esta nota?
Todas as mãos permaneceram erguidas.
– Meus amigos, vocês todos devem aprender esta lição: Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês ainda irão querer esta cédula, porque ela não perde o valor. Ela ainda valerá 20 dólares.
Essa situação também se dá conosco. Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos sujos, por decisões que tomamos e/ou pelas circunstâncias que vêm em nossos caminhos. E assim, ficamos nos sentindo desvalorizados, sem importância. Porém, creiam, não importa o que aconteceu ou o que acontecerá, jamais perderemos o nosso valor ante o Universo. Quer estejamos sujos, quer estejamos limpos, quer amassados ou inteiros, nada disso altera a importância que temos. A nossa valia. O preço de nossas vidas não é pelo que fazemos ou sabemos, mas pelo que SOMOS! Somos especiais….


Autoria Desconhecida

sábado, 4 de julho de 2015

Um Novo Brasil




Uma jovem brasileira, que mora no Japão, relatou o fato a uma amiga: Ontem, um homem esteve em minha casa e deixou um galão de água em frente da minha porta.
Informou que, durante a madrugada, seria feita uma vistoria no encanamento e o registro de água seria desligado por algumas horas. Uma equipe, junto com ele, estava passando em todas as casas para avisar, deixar o galão e pedir desculpas pelo eventual transtorno.
Eu disse que não precisava deixar a água. Afinal, no horário em que haveria o desligamento, eu estaria dormindo.
Mas, o homem respondeu: “Você paga suas contas todos os meses e nós temos obrigação de não deixá-la sem água nem por um minuto. Se precisar mais, pode pedir.”
E prosseguiu, distribuindo os galões nas outras casas. Durante a madrugada, o grupo trabalhou nas ruas, em silêncio.
No dia seguinte, retornaram, de casa em casa, somente para agradecer.
*   *   *
O fato parece quase inacreditável. Um galão de água deixado de porta em porta para o caso de os moradores terem alguma eventual necessidade às duas ou três horas da manhã.
Não é caridade, não é favor. É direito do cidadão que paga taxas e impostos.
Um galão de água na porta. Um serviço de atendimento ao consumidor que funcione de forma fácil. Um policial em cada esquina.
Nota fiscal entregue em todas as transações comerciais. Lixeiras por toda parte. Ruas bem sinalizadas. Transporte farto, barato e que cumpra horários. Hospitais com vagas dia e noite. Escolas eficientes. Confiança em vez de burocracia.
Se todos concordamos que isso tudo seria ótimo acontecer em nosso país, por que não acontece? Quem emperra?
Quem emperra somos nós, seduzidos por vantagens exclusivas e não coletivas.
Não podemos culpar o governo porque, em verdade, vivemos numa democracia, onde os governantes são eleitos pelo voto popular.
A culpa é nossa. Nós é que estamos impedindo que o país se moralize e avance. Escolhemos mal nossos representantes.
Agimos mal, como cidadãos, sempre nos perguntando como podemos faturar alguma coisa com essa ou aquela situação.
Importante que cada um de nós inicie a sua própria moralização, passe a agir de forma ética, pense mais no bem comum e menos em si mesmo.
Então, logo mais, a violência terá sido banida de nossas escolas, dos campos de futebol, da sociedade, em geral.
E teremos uma sociedade mais justa. Autoridades zelando pelo bem comum. Cidadãos se preocupando com o outro.
Primemos por ensinar aos nossos filhos o respeito ao próximo, do faxineiro ao professor, do atendente ao magistrado, do policial à mais alta autoridade do país.
Sejamos cidadãos conscientes, zelando pela limpeza das ruas, dos parques e jardins, economizemos água e energia, primemos pela separação sistemática do lixo, colaborando com a reciclagem.
Paguemos nossos impostos mas, sobretudo, votemos, de forma consciente, não porque alguém indicou o candidato, ou porque ele nos cumprimentou, durante a campanha, ou prometeu alguma vantagem pessoal.
Sim, nosso Brasil pode se tornar o gigante da moralidade, da decência, da hombridade. Verdadeiro exemplo de país iluminado pelo sol do novo mundo, pela luz do Evangelho de Jesus.
Pensemos nisso e comecemos a agir. O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever.

Redação do Momento Espírita

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Por que Tanto Sofrimento?




As notícias nos chegam de roldão, pela TV, jornal, rádio, internet. No Nepal, terremoto de grandes dimensões deixou mais de sete mil mortos.
A capital, Katmandu, virou quase um cenário de guerra quando milhares de pessoas, com medo da falta de alimentos e sem suas casas, aguardavam ônibus para se retirarem do local.
Revolta, medo, desespero se uniram e levaram o povo a um confronto com a polícia, enviada ao local para tentar controlar a situação.
No Chile, depois de uma dormência de quase meio século, o vulcão Calbuco erupcionou, ocasionando degelos, que geraram o isolamento imediato de cidades vizinhas a bacias hidrográficas.
Uma nuvem de cinzas se espalhou pela região central do país e parte da Argentina, provocando o cancelamento de muitos voos. A coluna de material piroclástico alcançou dezessete quilômetros de altitude.
No oeste catarinense, um tornado deixou um saldo de dois mortos, cento e vinte feridos, mais de mil pessoas desabrigadas. Somam quase três mil as casas danificadas. Danos de tal monta que se estima em torno de um ano para a reconstrução da cidade.
Na capital de outro estado, após temporal, muita chuva, começaram os deslizamentos, que causaram a morte de treze pessoas. As perdas de vidas se somam às perdas materiais.
Tudo isso nos é informado com detalhes. As imagens televisivas mostram a destruição: a lava descendo pela encosta da montanha, a nuvem de fumaça, a chuva torrencial, os ventos que chegaram a trezentos e trinta quilômetros por hora.
Patrimônio construído em décadas reduzido a pó, em questão de poucos segundos.
E nos perguntamos por quê? Por que tantas calamidades? E, talvez porque as notícias nos chegam em tempo real, as catástrofes parecem estar ocorrendo em conjunto, explodindo dores por todo o mundo.
Jesus, em seu Sermão profético, alertou a respeito dessas dores que nos chegariam, anunciando o fim dos tempos.
Fim dos tempos de uma Terra ainda dominada pelo mal, surgindo outra, que caminha para a paz, o bem e o amor.
Por isso, exatamente como uma casa em reformas, onde o caos parece se instalar, tudo isso ocorre.
É o derrubar de um mundo velho, para a renovação.
Renovação dos seres que habitam a Terra, porque uns vão e outros retornam, pela reencarnação, substituindo aqueles.
Renovação das paisagens físicas, alterando a geografia, modificando o mundo material, como já ocorrido em outras épocas, no planeta.
Ante tudo isso, é de meditarmos: que estamos fazendo enquanto isso sucede ao nosso redor? Por vezes, até nos alcançando?
É tempo de pensar que somos perecíveis enquanto seres humanos. Que todo nosso patrimônio não é durável, senão enquanto se mantenham estáveis determinadas condições de terreno, clima.
Hoje despertamos e estamos vivendo na Terra. Amanhã, o panorama poderá ser outro. Poderemos estar no plano espiritual, arrebatados pela morte física.
Poderemos estar em outro local, nossos bens terem se dissipado como tempestade de areia, que vem, agride e passa.
Pensemos nisso. E invistamos mais em nós mesmos. Cultivemos a inteligência, o bem, a moral e a ética.
Somos frágeis demais, neste planeta, para nos arvorarmos em nos mantermos em soberba, orgulho e egoísmo.
Pensemos nisso.


Redação do Momento Espírita