sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Dor do Erro



Quem de nós pode avaliar a própria vida como uma estrada feita somente de acertos?

Quem tem condições de afirmar que seus dias foram construídos de forma irrepreensível, de maneira correta?

Se bem analisarmos, perceberemos que os erros, tropeços e enganos são naturais em nosso processo de aprendizado, finalidade maior da nossa existência.

Erramos, muitas vezes, por imaturidade. Portadores de valores ou sentimentos pouco nobres, acreditamos, ao elegê-los, que esses seriam os mais adequados para nos conduzir.

Assim, nos deixamos guiar ora pelo orgulho, ora pela vaidade. Ou, ainda, a soberba e a arrogância nos acompanham nas decisões e comportamentos ao longo da vida.

Até que nos apercebemos que eles nos trazem dissabores e não são os melhores conselheiros e condutores da existência.

Mais maduros, calejados pela experiência, ao nos darmos conta de que aqueles não são os melhores valores para nos acompanhar, nem os melhores parâmetros para nos aconselhar, os abandonamos para buscar rumos mais felizes e saudáveis.

Ao avaliarmos esses dias de equívocos, ao olharmos para trás, percebemos que não agimos por maldade. Apenas éramos imaturos e, talvez, um tanto levianos.

Foi necessário que as dores decorrentes do erro e o peso das dificuldades nos forjassem na alma a tessitura da nobreza e do bem.


*   *   *


Assim ocorre com muitos pela estrada da vida. São vários aqueles que nos acompanham que agem dessa forma.

Servem-se de valores equivocados nos relacionamentos. Estabelecem padrões ilusórios para pautar seu comportamento. Buscam condutas reprocháveis na sua vivência.

Agem como agíamos há pouco tempo para, logo mais, as dores da vida os convidar para as lições do aprendizado.

Como sabemos disso, porque era exatamente assim que nos portávamos, até recentemente, não julguemos.

Aqueles que hoje agem de maneira equivocada, sem dúvida terão sobre os próprios ombros o peso dos seus erros, no justo reflexo que a vida oferece de tudo que fazemos.
Se hoje, esses ainda agem assim, ofereçamos-lhes a compreensão, pois estamos cientes do que ocorrerá, em tempo imediato ou posterior.

Se a vida já nos permitiu esse aprendizado, mais do que ninguém sabemos desnecessários o nosso reproche, nossa crítica e mesmo a nossa vingança para com aqueles que hoje erram.

Dessa forma, se os nossos caminhos se cruzam com os caminhos de criaturas ainda iludidas a respeito do verdadeiro significado da vida, aproveitemos a chance para cultivarmos compreensão, indulgência e perdão.

E deixemos que a vida, a seu tempo, e sob a tutela vigilante e amorosa da providência Divina, ofereça as melhores lições, para todos nós, que ainda temos tanto a aprender a respeito das coisas de Deus.


Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O Maior Mandamento



"Ama a Deus, com toda a tua alma, com todo o teu coração e com todo o teu entendimento! - eis o maior mandamento", proclamou o Senhor.
Entretanto, perguntarás, como amarei a Deus que se encontra longe de mim?
Cala, porém, as tuas indagações e recorda que, se os pais e as mães do mundo vibram na experiência dos filhos, se o artista está invisível em suas obras, também Deus permanece em suas criaturas.
Lembra que, se deves esperar por Deus onde te encontras, Deus igualmente espera por ti em todos os ângulos do caminho. Ele é o Todo em que nos movemos e existimos...

 (Emmanuel / Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Fermento Velho


"Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 5:7.)


Existem velhas fermentações de natureza mental, que representam tóxicos perigosos ao equilíbrio da alma.

Muito comum observarmos companheiros ansiosos por íntima identificação com o pretérito, na teia de passadas reencarnações.

Acontece, porém, que a maioria dos encarnados na Terra não possuem uma vida pregressa respeitável e digna, em que possam recolher sementes de exemplificação cristã.

Quase todos nos embebedávamos com o licor mentiroso da vaidade, em administrando os patrimônios do mundo, quando não nos embriagávamos com o vinho destruidor do crime, se chamados a obedecer nas obras do Senhor.

Quem possua forças e luzes para conhecer experiências fracassadas, compreendendo a própria inferioridade, talvez aproveite algo de útil, relendo páginas vivas que se foram. Os aprendizes desse jaez, contudo, são ainda raros, nos trabalhos de recapitulação na carne, junto da qual a Compaixão Divina concede ao servo falido a bênção do esquecimento para a valorização das novas iniciativas.

Não guardes, portanto, o fermento velho no coração.

Cada dia nos conclama à vida mais nobre e mais alta.

Reformemo-nos, à claridade do Infinito Bem, a fim de que sejamos nova massa espiritual nas mãos de Nosso Senhor Jesus.

Francisco Cândido Xavier. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

O Mundo e o Mal



"Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal." - Jesus. (JOÃO, capítulo 17, versículo 15.)

Nos centros religiosos, há sempre grande número de pessoas preocupadas com a idéia da morte. Muitos companheiros não crêem na paz, nem no amor, senão em planos diferentes da Terra. A maioria aguarda situações imaginárias e injustificáveis para quem nunca levou em linha de conta o esforço próprio.
O anseio de morrer para ser feliz é enfermidade do espírito.
Orando ao Pai pelos discípulos, Jesus rogou para que não fossem retirados do mundo, e, sim, libertos do mal.
O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das criaturas que o habitam.
A Terra, em si, sempre foi boa. De sua lama brotam lírios de delicado aroma, sua natureza maternal é repositório de maravilhosos milagres que se repetem todos os dias.
De nada vale partirmos do planeta, quando nossos males não foram exterminados convenientemente. Em tais circunstâncias, assemelhamo-nos aos portadores humanos das chamadas moléstias incuráveis. Podemos trocar de residência; todavia, a mudança é quase nada se as feridas nos acompanham. Faz-se preciso, pois, embelezar o mundo e aprimorá-lo, combatendo o mal que está em nós.



 Francisco Cândido Xavier. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 30.  

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Justo Remédio

 

"Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais que vos escreva, porque já vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros." Paulo (I Tessalonicenses, 4:9)


Em sua missão de Consolador, recebe o Espiritismo milhares de consultas partidas de almas ansiosas, que imploram socorro e solução para diversos problemas.

Aqui, é um pai que não compreende e confia-se a sistemas cruéis de educação.

Ali, é um filho rebelde e ingrato, que foge à beleza do entendimento.

Acolá, é um amigo fascinado pelas aparências do mundo, e que abandona os compromissos com o ideal superior.

Além, é um irmão que se nega ao concurso fraterno.

Noutra parte, é o cônjuge que deserta do lar.

Mais adiante, é o chefe de serviço, insensível e contundente.

Contudo, o remédio para a extinção desses velhos enigmas das relações humanas está indicado, há séculos, nos ensinamentos da Boa Nova.

A caridade fraternal é a chave de todas as portas para a boa compreensão.

O discípulo do Evangelho é alguém que foi admitido à presença do Divino Mestre para servir.

A recompensa de semelhante trabalhador, efetivamente, não pode ser aguardada no imediatismo da Terra.

Como colocar o fruto na fronde verde da plantinha nascente?

Como arrancar a obra-prima do mármore com o primeiro golpe do cinzel?

Quem realmente ama, em nome de Jesus, está semeando para a colheita na Eternidade.

Não procuremos orientação com os outros para assuntos claramente solucionáveis por nosso esforço.

Sabemos que não adianta desesperar ou amaldiçoar...

Cada espírito possui o roteiro que lhe é próprio.

Saibamos caminhar, portanto, na senda que a vida nos oferece, sob a luz da caridade fraternal, hoje e sempre.




Francisco Cândido Xavier. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel

domingo, 26 de agosto de 2012

A Prece dos Criminosos


Nossa Irmã Maria José acercou-se do Chico na ocasião em que lhe contávamos os benefícios usufruídos pelos penitenciários do Distrito Federal com as visitas que lhes vêm fazendo, aos domingos, pela manhã, alguns diretores da Federação Espírita Brasileira. A conversão de muitos Irmãos detentos à nossa Doutrina tem sido permanente, segura e confortadora. No final, quase sempre, cabe a um dos presos, em meio do pranto e do arrependimento, orar, agradecendo a Deus as graças recebidas. E nossa irmã atenta aos nossos comentários, indaga do querido médium: – Se a prece representa um estado de alma pura, como poderá tê-lo o criminoso? Vale alguma coisa, aos olhos de Deus, a oração dos delinqüentes?

E o prestativo servidor, em dia com os assuntos santos do Senhor, ajudado pelos seus esclarecidos mentores espirituais justifica:

- A prece de um criminoso, por ser a de um irmão faltoso, vale muito quando feita com arrependimento sincero. Numa prisão acham-se encarnados e desencarnados, algozes e vítimas, ligados pelos laços do Amor de Deus. E, quando, dentre eles, um se mostra arrependido do mal que fez e, ajoelhando a alma, ora ao Pai, na linguagem do coração, na sinceridade e na humildade, com vontade de ressarcir suas faltas, uma surpresa aponta no íntimo dos outros colegas e todos acabam envolvidos na Resposta do Criador, que é sempre algo de incentivo de Seu Amor e de Suas Bênçãos! Via de regra, depois de uma Prece assim feita entre almas dormidas, fechadas, endurecidas no crime, algumas acordam para a realidade do Roteiro cristão, sentindo os remorsos primeiros, dando os primeiros passos em prol de sua redenção.

 Adelino da Siveira. Chico, de Francisco. CEU.

sábado, 25 de agosto de 2012

Alma e Luz



Se caíste em algum obstáculo, ergue-te e anda.
Ninguém toma forma no corpo físico para estações de repouso.
Todos somos no mundo ou no Mais Além devidamente chamados a colaborar na vitória do Bem.
E o Bem aos outros será sempre a garantia de nosso próprio Bem.
Não pare. A estagnação é ponto obscuro em que os mais substanciosos valores se corrompem.
Não recorra à idéia de fatalidade para justificar o mal, porquanto o Bem de todos triunfará sempre...

(Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O Óbvio



Certa vez, um amigo abordou o médium Chico Xavier e lhe perguntou:
Chico, na sua opinião, qual é o homem mais rico?
Para mim, respondeu ele, o homem mais rico é o que tenha menos necessidades.
Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:
E o homem mais justo e sábio?
Com o fraterno sorriso de sempre, ele voltou a responder:
O homem mais justo e sábio é o que cumpre com o dever.
Mas– voltou a insistir o homem, certamente querendo uma resposta ou revelação diferente – o que você está me dizendo é o óbvio!
Sem parar o que estava fazendo e, com a espontaneidade de sempre, Chico terminou dizendo:
Meu filho, tudo que está no Evangelho é o óbvio!
Não existem segredos nem mistérios para a salvação da alma. Nada mais óbvio que a verdade!
O nosso problema é justamente este: queremos alcançar o céu, vivendo fora do óbvio na Terra!
*   *   *
A palavra óbvio vem do latim obvius e significa tudo aquilo que é evidente, à vista, lugar-comum.
Ela é formada de ob, que representa à frente; e de via, que significa caminho.
Assim, ela indica aquilo que está à nossa frente, sem ser segredo ou estar escondido, o que salta à vista.
O querido médium da paz, na sua humildade de sempre, mostrou excelsa sabedoria ao apontar uma característica humana dos dias atuais: a de complicar o que é extremamente simples.
Assim criamos fórmulas, palavras mágicas, receitas e esquemas mil, para entender o que sempre esteve tão claro nas palavras do Evangelho.
Por vezes, parece que a fuga do óbvio é fuga da responsabilidade.
Responsabilidade de quem já sabe o que deve fazer, de quem já tem o conhecimento, mas deixa a ação, a mudança, a renovação sempre para amanhã.
Por que relutamos tanto em entender o óbvio? Será entendimento o que falta? Acreditamos que não. Nossa geração já tem entendimento e inteligência suficientes.
O que falta é o movimento interior da mudança, de deixar as paixões negativas para trás.
Viver de acordo com as lições de um mestre, como Jesus, não é ser fanático religioso, extremista e cego. Não, de forma alguma. O verdadeiro cristão é discreto, porém atuante e firme nas ações.
Não enxerguemos Jesus como um santo, inatingível, que serve apenas para ser adorado. Já passamos desse tempo.
Hoje é tempo de vê-lO como um exemplo, um referencial, num mundo onde as referências são tão pueris.
A lição do Evangelho é o óbvio. O óbvio tão necessário para acalmar nossas almas angustiadas com as incertezas do mundo.
É via segura à nossa frente, conduzindo à tão sonhada felicidade.
 
Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Prece Eficaz



Em sua passagem pelo mundo, Jesus se notabilizou pela pureza, pela bondade e pela sabedoria.
A meditação sobre Sua vida é sempre salutar.
Um aspecto interessante para refletir consiste no hábito que Jesus tinha de orar.
Nas mais diversas oportunidades, buscava se conectar com o Pai.
A pedido dos Apóstolos, ensinou-lhes a oração dominical.
Em Suas derradeiras instruções, antes de experimentar o martírio, Ele também tratou da prece.
Disse que, até aquele momento, os discípulos nada haviam pedido em Seu nome.
Mas que, ao pedirem, receberiam, para que sua alegria se cumprisse.
Com base nessa assertiva, muitos cristãos entendem que toda e qualquer oração deve ser atendida.
Não têm pudor de rogar ao Senhor da Vida a satisfação de fantasias e caprichos.
Ou então pedem para que a morte poupe um ente querido.
De outras vezes, rogam para ter vida tranquila, ao abrigo de imprevistos e desastres.
Imaginam que todos os seus problemas se solucionarão, ao simples custo de uma rogativa.
Olvidam a lei do trabalho, para se lançarem no simples petitório.
Desejam facilidades, sucesso sem esforço.
Acreditam que sua condição de cristãos lhes garante uma posição privilegiada no mundo.
Com isso, esquecem outra afirmativa do Messias Divino, no sentido de ser necessário tomar a própria cruz.
Ou seja, esforçar-se para superar os percalços do mundo.
Guardar dignidade frente às tentações.
Servir de exemplo, com uma vida laboriosa e serena.
Na ausência de pronto atendimento a suas rogativas, quedam desalentados.
Entretanto, há um aspecto importante a ser observado.
Jesus prometeu a resposta do céu aos que pedissem em Seu nome.
Por isso mesmo, a alma crente, convicta da sua fragilidade, precisa interrogar a própria consciência.
Deve analisar o conteúdo de suas rogativas ao Supremo Senhor, no mecanismo das manifestações espirituais.
Estará ela suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo?
A título de orar, não estará apenas cultivando o hábito da reclamação?
Pedir, em nome de Jesus, implica aceitar a Vontade Divina sábia e amorosa.
Essa rogativa tão especial pressupõe a entrega do próprio coração.
E quem se entrega ao Divino Amigo sabe se contentar com o necessário que lhe é concedido.
Nessa entrega reside o segredo da compreensão perfeita da sublimidade do amor de Deus.
Ele não envolve Suas criaturas em padecimentos com o propósito de vê-las sofrer.
Experiências dilaceradoras destinam-se a fazer surgir a pureza dos anjos.
Elas propiciam a superação do estágio de infância espiritual.
Chamam a atenção para o que realmente importa: a consciência tranquila, a fraternidade e a fé.
Nisso reside a genuína alegria do cristão, que jamais perece.
Pense a respeito.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 66, do
livro
Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel, pela
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Contentar-se



"Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar- me com o que tenho." - Paulo. (FILIPENSES, capítulo 4, versículo 11.)

A vertigem da posse avassala a maioria das criaturas na Terra.
A vida simples, condição da felicidade relativa que o planeta pode oferecer, foi esquecida pela generalidade dos homens. Esmagadora percentagem das súplicas terrestres não consegue avançar além do seu acanhado âmbito de origem.
Pedem-se a Deus absurdos estranhos. Raras pessoas se contentam com o material recebido para a solução de suas necessidades, raríssimas pedem apenas o "pão de cada dia", como símbolo das aquisições indispensáveis.
O homem incoerente não procura saber se possui o menos para a vida eterna, porque está sempre ansioso pelo mais nas possibilidades transitórias. Geralmente, permanece absorvido pelos interesses perecíveis, insaciado, inquieto, sob o tormento angustioso da desmedida ambição. Na corrida louca para o imediatismo, esquece a oportunidade que lhe pertence, abandona o material que lhe foi concedido para a evolução própria e atira-se a aventuras de conseqüências imprevisíveis, em face do seu futuro infinito.
Se já compreendes tuas responsabilidades com o Cristo, examina a essência de teus desejos mais íntimos. Lembra-te de que Paulo de Tarso, o apóstolo chamado por Jesus para a disseminação da verdade divina, entre os homens, foi obrigado a aprender a contentar-se com o que possuía, penetrando o caminho de disciplinas acerbas.
Estarás, acaso, esperando que alguém realize semelhante aprendizado por ti?



 Francisco Cândido Xavier. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Prece Diferente



Senhor!
Eu desejo Te fazer uma rogativa diferente. Todos pedem pelos injustiçados, por aqueles que têm sede e fome de justiça. Eu Te peço pelos que cometem injustiças.
Todos rogam pelas vítimas das drogas. Eu Te rogo, Senhor, por aqueles que distribuem as drogas e com isso enriquecem.
São criaturas infelizes que ajuntam fortunas à custa de vidas alheias, de lares destroçados. Logo mais, eles terão que responder perante a Lei Divina por toda a infelicidade que estão cultivando.
Muitos pedem pelos órfãos e pelas viúvas. Eu Te rogo, Senhor, por aqueles que deixaram as crianças sem pai e as mulheres sem marido, porque todos os que espalham o mal, brevemente enfrentarão o julgamento da própria consciência.
Todos suplicam pelas mães que tiveram as vidas dos seus filhos ceifadas em plena juventude, pelo braço da violência assassina. Pelas mães que choram a ausência dos filhos que eram toda a sua alegria.
Mas eu, Senhor, Te peço pelos corações das mães que têm seus filhos encerrados nas prisões. Por aquelas que os receberam nos braços, os amamentaram e teceram mil sonhos de ventura e os viram todos destroçados.
Te peço, Senhor, pelas mães que sofrem por ouvirem muitos chamarem seus filhos de bandidos, de criminosos, de homens sem alma.
Muitos suplicam pelos que padecem fome. Eu Te suplico por aqueles que a provocam. Por aqueles que, tendo abarrotados os celeiros, mantêm as portas fechadas, esperando que o preço suba, que o mercado fique melhor para poderem ganhar maiores somas em dinheiro.
Todos pedem em favor dos que não têm acesso aos medicamentos, aos hospitais, a exames e a um tratamento digno.
Eu Te rogo por todos aqueles que fazem das suas possibilidades de servir ao semelhante uma oportunidade de conseguir ainda mais moedas para acrescentar nas suas contas bancárias.
Muitos estendem súplicas aos céus pelos idosos abandonados que vivem nos asilos, nas ruas, nas clínicas.
Eu Te suplico por aqueles que os abandonaram porque um dia colherão a exata medida do que estão semeando na atualidade.
Enfim, Senhor, enquanto todos rogam pelos infelizes e desgraçados, eu Te rogo por aqueles que sorriem mas apresentam o coração em chaga viva, por aqueles que parecem ser vencedores no mundo, mas que trazem na intimidade a mensagem da frustração, do desamor e da solidão.
Eu Te peço, Senhor, por todos os que se encontram no momento da semeadura infeliz porque, na época da colheita, sofrerão imensamente por todos os espinhos que terão de colher.
Que Assim Seja.

Redação do Momento Espírita, com base nos pensamentos finais do cap.

XXVIII, item 1, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan
Kardec

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Música em Nossas Vidas


Conta-se que, um dia, ao ouvir o silvo do vento passar pelo tronco oco de uma árvore, o homem o desejou imitar. E inventou a flauta.

Tudo na natureza tem musicalidade. O vento dedilha sons na vasta cabeleira das árvores e murmura melodias enquanto acarinha as pétalas das flores e os pequenos arbustos.

Quando se prepara a tempestade, ribombam os trovões, como o som dos tambores marcando o passo dos soldados, em batidas ritmadas e fortes.

Quando cai a chuva sobre a terra seca pela estiagem, ouve-se o burburinho de quem bebe com pressa.

Cantam os rios, as cachoeiras, ulula o mar bravio.

Tudo é som e harmonia na natureza. Mesmo quando os elementos parecem enlouquecidos, no prenúncio da tormenta.

E lembramos das poderosas harmonias do Universo, gigantesca harpa vibrando sob o pensamento de Deus, do canto dos mundos, do ritmo eterno que embala a gênese dos astros e das humanidades.

Em tudo há ritmo, harmonia, musicalidade.

Em nosso corpo, bate ritmado o coração, trabalham os pulmões em ritmo próprio, escorre o sangue pelas veias e artérias.

Tudo em tempo marcado. Harmonia.

Nosso passo, nosso falar é marcado pelo ritmo.

A música está na natureza e, por sermos parte integrante dela, temos música em nossa intimidade. Somos música.

Por isso é que o homem, desde o princípio, compôs melodias para deliciar as suas noites, amenizar a saudade, cantar amores, lamentar os mortos.

Também aprendeu que, através das notas musicais, podia erguer hinos de louvor ao Criador de todas as coisas.

E surgiu a música mística, a música sacra, o canto gregoriano.

Entre os celtas, era considerada bem inalienável a harpa, junto ao livro e à espada.

Eles viam na música o ensinamento estético por excelência, o meio mais seguro de elevar o pensamento às alturas sublimes.

Os cristãos primitivos, ao marcharem para o martírio, o faziam entre hinos ao Senhor. Verdadeiras preces que os conduziam ao êxtase e os fortaleciam para enfrentar o fogo, as feras, a morte, sem temor algum.

O rei de Israel, Saul, em suas crises nervosas e obsessivas, chamava o pastor Davi que, através dos sons de sua harpa, o acalmava.

A música é a mais sublime de todas as artes. Desperta na alma impressões de arte e de beleza. Melhor do que a palavra, representa o movimento, que é uma das leis da vida. Por isso ela é a própria voz do mundo superior.

A voz humana possui entonações de uma flexibilidade e de uma variedade que a tornam superior a todos os instrumentos.

Ela pode expressar os estados de espírito, todas as sensações de alegria e da dor, desde a invocação de amor até às entonações mais trágicas do desespero.

É por isso que a introdução dos coros na música orquestrada e na sinfonia enriqueceu a arte de um elemento de encanto e de beleza.

É por isso que a sabedoria popular adverte: Quem canta, seus males espanta!

Cantemos!


Redação do Momento Espírita

domingo, 19 de agosto de 2012

Ouro e Poder

 


Muita gente acredita encontrar na riqueza e no poder sinais de privilégios, quando ouro e influência simplesmente não passam de recursos destinados à aferição do valor que nos assinala.

*

Lembremo-nos de que um homem aprisionado à sombra do cárcere é sempre alguém constrangido a mostrar virtudes que raramente possui.

Silencia por estar impossibilitado de gritar a desesperação que lhe vergasta o peito e revela quietação e tristeza, quais se fossem humildade e compreensão, porquanto, posto a ferros, é compelido a guardar-se em reserva compulsória.

*

Assim também ocorre com a enfermidade e o pauperismo, a inibição e o desvalimento na maior parte das circunstâncias.

Segregada, dentro deles, a alma reencarnada não dispõe de outros meios senão o de aceitá-los como preço ao resgate das próprias dívidas.

*

Entretanto, qual o sentenciado que abandona a cadeia sob exata observação, assim é a criatura que retém os talentos da fortuna e da autoridade, do equilíbrio e da robustez.

Não se encontram aqueles que os desfrutam na Terra contemplados por favores especiais, mas semi-libertados pela benção do Céu, em regime de exame, nas escolas do mundo.

*

Dessa forma, nos momentos de paz, segurança e alegria, muitos de nós outros apenas respiramos, à luz de experiências novas, nas quais demonstraremos se mais não precisamos da dor e do infortúnio, na construção da estrada de elevação para Deus.


Francisco Cândido Xavier. Dinheiro. Pelo Espírito Emmanuel

sábado, 18 de agosto de 2012

Examinai


"Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa." - João. (II João, 10.)

É razoável que ninguém impeça o próximo de falar o que melhor lhe pareça; é justo, porém, que o ouvinte apenas retenha o que reconheça útil e melhor. Em todos os setores da atividade terrestre e no curso de todas as tarefas diárias, aproximam-se irmãos que vêm ter convosco, trazendo as suas mensagens pessoais.
Esse é portador de convite à insubmissão, aquele outro é um vaso de queixas enfermiças.
Indispensável é que a casa terrestre não se abra aos fantasmas.
Batem à porta?
A prudência aconselha vigilância.
O coração é um recinto sagrado, onde não se deve amontoar resíduos inúteis.
É imprescindível examinar as solicitações que avançam.
Se o mensageiro não traz as características de Jesus, convém negar-lhe guarida, de caráter absoluto, na casa Intima, proporcionando-lhe, porém, algo das preciosas bênçãos que conseguimos recolher, em nosso benefício, no setor das utilidades essenciais.
Inúmeros curiosos que se aproximam dos discípulos sinceros nada possuem, além da presunção de bons faladores. São, quase sempre, grandes necessitados sob a veste falaciosa da teoria. Sem feri-los, nem escandalizá-los, é justo que o devotado aprendiz de Jesus lhes prodigalize algum motivo de reflexão séria. Desse modo, os que julgam conduzir um estandarte de suposta redenção passam a conduzir consigo a mensagem do bem, verdadeiramente salvadora.
O problema não é o de nos informarmos se alguém está falando em nome do Senhor; antes de tudo, importa saber se o portador possui algo do Cristo para dar.

 Francisco Cândido Xavier. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Renascer Agora




"Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem..." 


A própria Natureza apresenta preciosas lições, nesse particular...
Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos. Dispondo, assim, de trezentas e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?
Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.
Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.
Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento...
Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.
Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa-vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.
Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a idéia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação da guerra.
Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.
Alguém te não entende? Persevera em demonstrar os intentos mais nobres.
Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.
Não olvides a assertiva do Mestre: - “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”
Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançando a antecipação da vitória sobre ti mesmo, no tempo...
Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.

(Emmanuel, do livro FONTE VIVA, 56, Francisco Cândido Xavier, FEB)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Deus Vigia



Nas grandes provações, não te afastes da fé.

Nos pequenos contratempos, cultiva a paciência.

Agradece à Divina Bondade a bênção de cada dia.

Trabalhe sempre.

Serve, desinteressadamente, aos outros, quando puderes.

Esquece injúrias e ofensas.

Não lastimes o passado.

Não censures a ninguém.

Segue sempre para diante e não temas.

Deus Vigia.



Francisco Cândido Xavier. Recados do Além. Pelo Espírito Emmanuel.   

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Pensar Bem é Viver com Saúde!



O pensamento é poder criador de grande intensidade. É ele que gera nossas palavras e nossas ações; com ele construímos o edifício grandioso ou miserável de nossa vida. Ele é igualmente a causa inicial de nossa elevação ou rebaixamento moral. Também é ele que prepara as grandes descobertas científicas, as maravilhas da arte, como igualmente as misérias e vergonhas da humanidade. Ele, o pensamento, funde ou destrói instituições, pessoas, impérios ou consciências.

Na verdade, somos o que pensamos ser, determinado pela força, vontade e persistência que imprimimos no pensamento. O ruim é que não temos constância naquilo que pensamos, pois passamos constante de um assunto para outro, sem fixar-nos com a seriedade que se espera num assunto que nos interessa. Raramente, por outro lado, pensamos por nós mesmos, mas refletimos e nos deixamos dominar pelos milhares de pensamentos alheios que nos rodeiam, pois pouquíssimas pessoas sabem viver dos próprios pensamentos, deixando-se conduzir por pensamentos alheios.

Porém, há que se considerar que o controle dos pensamentos (sejam nossos ou sugeridos) arrasta o controle dos atos. Ele é, pois, o diretor de nossa conduta. A mente é o espelho da vida em toda parte, pois o pensamento cria a vida que procuramos, através do reflexo de nós mesmos. São as valiosas reflexões de Léon Denis, na extraordinária obra O Problema do Ser, do Destino e da Dor.

Por outro lado, o Dr. Augusto Cury (psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor, com livros publicados em 40 países) apresenta em seu fabuloso livro Seja líder de si mesmo, uma afirmação que nos parece muito útil para o tema que estamos analisando. Diz ele: Se você deseja ser apaixonado pela vida, faça-lhe um grande favor: não seja mais tímido e passivo diante dos seus próprios ataques de raiva, irritabilidade, dos pensamentos negativos. Peça desculpas se errou. Não brigue com os outros, não os culpe, não discuta. Nossa luta é interior e silenciosa.

E é exatamente nesta luta interior e silenciosa que está o “x” da questão. É esta luta interior que solicita a alteração dos pensamentos. Alteração que exige persistência, coragem, determinação.

Por isso é que o conhecido Dr. Dráuzio Varella, em texto que circulou pela Internet, recomenda que Se não quiser adoecer, há que se tomar algumas decisões importantes. Entre elas, destaco as quatro que mais nos interessa no assunto:

a) Tome decisão – pessoa indecisa permanece na angústia;

b)Busque soluções – pessoas negativas não enxergam soluções;

c) Confie – sem confiança, não há relacionamento durável;

d) Não viva sempre triste – a alegria recupera a saúde.

Portanto, para a serenidade que todos buscamos; para a harmonia interior que tanto almejamos; para a superação de conflitos; para o exercício do amor e especialmente para a conquista de patamares aprimorados de equilíbrio e saúde, comecemos desde já a pensar melhor. Alteremos o rumo dos pensamentos: da intolerância para a compreensão; da inveja para a solidariedade; do medo para a decisão; do egoísmo para o amor. E viveremos melhor.

(Orson Peter Carrara)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Agasalho



O aprendiz buscou o orientador e clamou, agoniado: 

- Amigo querido, por que a contradição em que me vejo? Vivia tranquilo, quando adquiri a fé. Depois de instalar a fé no coração, o sofrimento apareceu em minha vida... Se acumulei tanta confiança na Divina Providência, qual a razão pela qual tantas tribulações me acompanham? Momentos surgem, nos quais me sinto em doloroso desespero. Por que tamanho contra-senso? 

O interpelado, entretanto, respondeu sem hesitar: 

- Filho, não te revoltes. A Lei do Senhor é justiça e misericórdia... O Pai Todo-Sábio não podia livrar-te da provação, mas não podes negar 
que a Infinita Bondade te amparou com apoio oportuno, a fim de que atravesses as tempestades de hoje com o agasalho preciso....



(Emmanuel, de "Caminhos", de Francisco Cândido Xavier)