As
crianças são excelentes mestras. Espontâneas, confiantes, sem terem
ainda ligado as antenas da autocrítica, elas nos concedem lições todos
os dias.
Lições que nos levam a reflexionar o quanto perdemos em reais valores quando nos tornamos adultos excessivamente racionais.
A
criança costuma colher muitos tesouros quando sai a passear. Ela junta
raminhos, pedras, folhas de árvore. Mas, como deseja continuar a correr,
brincar, subir em árvores, ela precisa guardar as suas preciosidades em
lugar seguro.
É então que se aproxima da mãe, entrega-lhe tudo e pede: Guarde isto para mim.
Ela coloca as suas riquezas na mão de sua mãe, com a recomendação de que deve guardá-las em lugar seguro até a sua volta.
Ela
sabe que com a mãe o tesouro estará seguro. Nenhuma preocupação ou medo
toma conta dela. Por isso, despreocupada, ela volta a brincar até a
exaustão.
* * *
Como seria confortável para nós se pudéssemos ser tão confiantes também, colocando nas mãos de Deus nossos tesouros.
Quantas preocupações nos atormentam as horas e tornam difíceis os dias.
Preocupações com a criança que está no berço.
Crescerá
com saúde? Conseguiremos pagar-lhe os estudos? Viveremos para vê-la
concluir a faculdade? Casar-se? Veremos nossos netos?
Preocupações com o emprego que estamos buscando há tanto tempo. Conseguiremos a vaga? Será que nos adaptaremos à nova função?
E
a saúde? Conseguiremos recuperá-la? Dará certo o tratamento que estamos
fazendo? Poderemos retornar às nossas atividades habituais?
O
namorado continuará apaixonado por nós, enquanto estiver no Exterior,
tão distante e com tantas belezas a descobrir, conhecendo pessoas
interessantes?
Tantas
incertezas que desembocam em atormentados dias e que nos tornam
infelizes, ansiosos. Sempre preocupados, impedindo gozarmos de pequenas
alegrias que, somadas, poderiam resultar em um saldo positivo de
felicidade.
Tão bom seria se colocássemos nas mãos de Deus nossas esperanças, nossas necessidades e aqueles que amamos. Nossos tesouros.
Deixar tudo em Seus braços carinhosos e dizer, com o coração tranquilo: Guarde isso para mim, retornando às lutas com confiança, vivendo cada dia, com suas próprias dificuldades, exatamente como lecionou Jesus.
Isso
nos evitaria o sofrimento antecipado de situações que imaginamos
acontecerão e que quase nunca acontecem. Evitaria o sofrermos duas
vezes: antes de acontecer o fato e quando ele ocorresse.
Assim, em qualquer circunstância, mantenhamos nossa confiança em Deus, que rege o Universo e guarda nossa vida.
Agradeçamos
o que temos no corpo e na alma, utilizando-nos com sabedoria dos dons
incomparáveis de que nos encontramos investidos.
Confiemos em Deus e prossigamos serenos, na nossa jornada de crescimento e ascensão.
* * *
A fé expressa uma confiança que transcende o juízo. Ela é para a alma o que o oxigênio significa para o corpo.
Fé e vida se confundem. A fé clareia. A vida sustenta. A fé vitaliza. A vida produz.
A fé não se dobra. A vida levanta.
Transforma homens comuns em gigantes e anônimos em heróis.
Ninguém vive sem fé.
Redação do Momento Espírita