quinta-feira, 31 de julho de 2014

Aprendendo com a Morte



Toda vez que se pensa na morte, imagina-se que é o outro quem vai morrer, não nós. Mas, todos vamos morrer. É o que existe de mais preciso.

Não importa se somos ilustres ou desconhecidos, que tenhamos muitos diplomas ou sequer tenhamos cursado o ensino fundamental.

Não importa se tenhamos estragado nossa vida, tornando-a quase insuportável, ou se a tornamos bela, harmoniosa. Todos vamos morrer.

Mas, se isso é o que há de mais certo na nossa vida, por que tememos tanto a morte?

Segundo Léo Buscaglia, só tememos a morte quando não estamos vivendo. Se estamos envolvidos no processo de vida, não vamos gritar, nem gemer. Se tratamos bem as pessoas enquanto estavam ao nosso lado, na carne, nós as deixaremos morrer com dignidade, sem que tenham que se sentir culpadas porque morreram antes de nós.

A morte é um processo contínuo e belo da vida. É uma boa amiga, pois nos diz que não temos para sempre e temos que viver agora. Por isso, cada minuto é precioso. E temos que viver conforme esta verdade.

Quando alguém está falando conosco, escutemos e não olhemos por cima do ombro para ver o que mais está acontecendo. Usufruamos o momento. 

Olhemos a pessoa nos olhos. Ouçamos o que ela tem a dizer. Pode ser que seja o seu último contato conosco.

E nos empenhemos em ouvir sua voz, gravando-a em nossa memória. 

Assim, quando tivermos saudades do timbre daquela voz, poderemos amenizá-la, acionando os preciosos mecanismos cerebrais, escutando-a outra vez, na intimidade da alma.

A morte nos ensina que o momento é sempre agora. É este o momento para pegar o telefone e ligar para a pessoa que amamos e dizer que a amamos. É este o momento de atender o chamado do filho e observá-lo enquanto ele se balança no galho mais alto da árvore e, feliz, nos pergunta: Viu o que eu faço?

É o momento de pararmos de ler o jornal e almoçarmos com a família, de corpo e alma presentes. Dar-se conta de que o filho está com o joelho machucado e perguntar onde foi que se esfolou. Olhar para a esposa e fazer um carinho, dizer-lhe como, apesar dos anos, ela continua a namorada encantadora e porque, um dia, nos apaixonamos por ela.

A morte nos ensina que não temos a eternidade na Terra. Ensina que nada aqui é permanente. Ensina-nos a deixar as coisas terrenas, que não há nada a que nos possamos agarrar, senão aos sentimentos que nos acompanharão aonde formos.

A morte nos diz para olharmos hoje para o mar, com olhos de quem quer mesmo olhar o mar. Encantar-se com o pôr do sol, reconhecendo que este pôr do sol, com estas tonalidades, jamais se repetirá.

Finalmente, a morte nos diz para vivermos agora, sem querer de forma ansiosa viver o momento seguinte, porque afinal, ninguém pode ter a certeza de que ele existirá para nós.

Este é um grande desafio. Viver o instante presente, com toda intensidade, usufruindo todo o encanto, amor e ternura que ele nos pode oferecer.

*   *   *

O Mestre de Nazaré, ao prescrever a fórmula da felicidade para o homem, teve oportunidade de lecionar que não nos preocupássemos com o dia de amanhã, com o que haveríamos de comer ou de vestir.

Com isso, não estava ensinando imprudência ou descaso, mas nos dizendo exatamente isto: Usufrua o dia que o Senhor Deus te concede na carne. Ama. Trabalha. Cresce, hoje, porque este é o dia melhor de toda a tua vida.


Redação do Momento Espírita

terça-feira, 29 de julho de 2014

Grande Tolo


Logo após a cabra-cega,

Zezinho, todo suor,

Ao lado do professor,

Dizia para um colega:


- Eu hoje já fiz das minhas,

amanheci no brinquedo,

levantei-me muito cedo,

Apredrejando as galinhas.


Quebrei xícaras e pratos,

Pus fogo ao quintal vizinho,

Chicoteei meu cãozinho,

Dei pancadas em dois gatos.


Furtei doces à cozinha,

Queimei um sapato e um pente

E atirei água fervente

Ao rosto da empregadinha.


Esfregando as mãos, contente,

Sem respeito, sem temor,

Perguntou ao professor:

- Não julga que sou valente?


O mestre, sem repreender,

Respondeu-lhe, em desconsolo:

- Não passas de um grande tolo

que tem muito que aprender.


Francisco Cândido Xavier - Espírito João de Deus

sábado, 26 de julho de 2014

Que é o que dá origem ao caráter distintivo que se nota em cada povo?



Questão 215. Que é o que dá origem ao caráter distintivo que se nota em cada povo? 

"Também os Espíritos se grupam em famílias, formando-as pela analogia de seus pendores mais ou menos puros, conforme a elevação que tenham alcançado. Pois bem! um povo é uma grande família formada pela reunião de Espíritos simpáticos. Na tendência que apresentam os membros dessas famílias, para se unirem, é que está a origem da semelhança que, existindo entre os indivíduos, constitui o caráter distintivo de cada povo.

Julgas que Espíritos bons e humanitários procurem, para nele encarnar, um povo rude e grosseiro? Não. Os Espíritos simpatizam com as coletividades, como simpatizam com os indivíduos. Naquelas em cujo seio se encontrem, eles se acham no meio que lhes é próprio."

Allan Kardec

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Aceite a correção



Paulo, Apóstolo, em sua Epístola aos Hebreus, prescreve: Na verdade, toda correção, no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça naqueles exercitados por 
ela...

*   *   *

Como você tem lidado com as correções que recebe?

Você é daquelas pessoas que não admite ser corrigida? Que mesmo que o outro tenha razão nos apontamentos, não dá o braço a torcer e não assume que errou, na presença de alguém?

Ou já consegue absorver bem as críticas, sorvendo o que elas podem lhe trazer de bom?

Quanto é difícil para você dizer: Desculpe, você está certo?

Reflitamos com a mensagem do Espírito Emmanuel, do livro Fonte Viva:

A terra, sob a pressão do arado, rasga-se e dilacera-se,no entanto, a breve tempo, de seus sulcos retificados brotam flores e frutos deliciosos.

A árvore, em regime de poda, perde grandes reservas de seiva, desnutrindo-se e afeando-se, todavia, em semanas rápidas, cobre-se de nova robustez, habilitando-se à beleza e à fartura.

A água humilde abandona o aconchego da fonte, sofre os impositivos do movimento, alcança o grande rio e, depois, partilha a grandeza do mar.

Qual ocorre na esfera simples da natureza, acontece no reino complexo da alma.

A corrigenda é sempre rude, desagradável, amargurosa; mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta em frutos abençoados de experiência, conhecimento, compreensão e justiça.

A terra, a árvore e a água suportam-na, através de constrangimento, mas o homem, campeão da inteligência no planeta, é livre para recebê-la e ambientá-la no próprio coração.

O problema da felicidade pessoal, por isso mesmo, nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador.

Exterioriza-se a correção celeste em todos os ângulos da Terra.

Raros, contudo, lhe aceitam a bênção, porque semelhante dádiva, na maior parte das vezes, não chega envolvida em brancura, e, quando levada aos lábios, não se assemelha a saboroso confeito.

Surge, revestida de espinhos ou misturada de fel, como remédio curativo e salutar.

Não percamos, portanto, a preciosa oportunidade de aperfeiçoamento.
A dor e o obstáculo, o trabalho e a luta são recursos de sublimação que nos compete aproveitar.

*   *   *

Só não suporta críticas aquele que ainda é dominado pelo vício do orgulho.

Por mais duras que sejam e, por vezes, carregadas de veneno, precisamos aprender com elas, retirando apenas o remédio de que necessitamos para crescer.

Essa é a postura da humildade, é a postura daqueles que ganham a existência, que avançam sem cessar.

Os orgulhosos, os teimosos, os endurecidos, esses ficam para trás, estagnados.

Não tenha medo de ser criticado. Se você se enxerga muito suscetível, isto é, aquele que a qualquer sinal de correção se magoa, se retrai, é bom rever as atitudes, refazer os caminhos.

O mundo de provas e expiações é também o mundo da lapidação. Pedras brutas que somos vamos sendo esculpidas pela vida, e as críticas são 
poderoso cinzel, que não deve nos dar medo.

Aceitemos a correção.


Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ouvindo a voz de Deus



Deus não ouve as minhas preces. Eis uma sentença repetida por muitos que, passando pelas provações da vida, se valem da oração, mas, por não obterem aquilo que solicitam, julgam que não estão sendo ouvidos pelo Criador.
Aqueles que verbalizam tal sentença desconhecem o valor inestimável da prece.
Na questão 659 de O livro dos Espíritos, encontramos registrado o questionamento de Allan Kardec, que solicita aos mensageiros do Alto esclarecimentos acerca do caráter geral da prece.
Eis a iluminada resposta: A prece é um ato de adoração. Fazer preces a Deus é pensar nEle, aproximar-se dEle, pôr-se em comunicação com Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir e agradecer.
A prece que se faz em favor de si mesmo ou de outrem é ferramenta valiosíssima que lança luz sobre as trevas que nos escurecem o Espírito, quando passamos pelas tribulações da vida.
E tenhamos a certeza: Deus sempre ouve nosso clamor e responde às nossas orações, porém, faz-se necessário que ajustemos a acústica da alma para ouvi-lo.

*   *   *

Meu filho, tu és forte, capaz, inteligente, cheio de talentos. Reconhece tuas possibilidades e utiliza-as em teu favor.
Tu és dotado da mais nobre de todas as virtudes: a capacidade de amar.
Usa sabiamente esta virtude: escolhe a paz e não a violência. O perdão e não o ódio. A caridade e não o egoísmo.
Nas tuas dúvidas e incertezas, nos teus medos, receios e, até mesmo, na tua falta de fé, contempla o céu, o mar, a natureza em festa, o perfume das flores e percebe que, passado o cinza dos dias invernais, tudo se torna colorido novamente...
E é sempre o colorido que permanece...
Busca-me no sorriso do teu irmão, naqueles que nascem, naqueles que retornam à Espiritualidade e naqueles que te procuram na aflição.
Cresce a cada dia em otimismo, verdade e esperança. Abandona os sentimentos inferiores e as reclamações infundadas.
Em todos os passos que dás, estou contigo. Mesmo quando, em meio às tuas lágrimas, te sentes sozinho, estou ao teu lado e amparo-te em teus sofrimentos, ainda que não me percebas.
Torna-te simples. Aprende que precisas de pouco, muito pouco, para descobrir em ti mesmo o caminho que te levará à felicidade e à paz que tanto almejas.
Torna-te generoso contigo mesmo e com os que te cercam.
Reconhece tuas falhas, mas não te cobres em demasia. Faze a parte que te cabe em tua reforma íntima e concede ao tempo a parte que lhe é própria, a fim de que ele te auxilie nesse processo.
E,  filho, sê feliz desde já, como sejas, com o que tenhas e com aqueles que te cercam, pois foi em nome da felicidade que te criei.
A felicidade habita dentro de ti. Busca-a e haverás de encontrá-la.

*   *   *

Através da prece, conversamos com Deus e o Senhor da Vida nos escuta. Silenciemos nosso foro íntimo para ouvi-lO respondendo-nos às rogativas.
O que Ele nos revela hoje? Sua voz se manifesta na intimidade da alma e no recôndito do coração.
Ouça.

Redação do Momento Espírita

terça-feira, 22 de julho de 2014

Ouro e Amor


Há expressivos depósitos de ouro nas organizações bancárias de todos os povos; e as nações continuam gemendo sob o guante da guerra.
Há toneladas de ouro no corpo ciclópico da Terra; e, na crosta planetária, há quem chore nos braços constringentes da enfermidade e da fome.
Há imensa quantidade de ouro no seio do oceano; e a dor abarca todos os continentes.
Há ouro nas casas nobres; e os pequenos castelos, da ilusória felicidade humana, padecem o assalto de extremas desilusões.
Há ouro nos templos de pedra; e os crentes da fé religiosa permanecem famintos de paz e consolação.
Há ouro na indumentária de sacerdotes e magistrados, de homens poderosos e de mulheres felizes, entretanto, os museus gelados aguardam essas peças preciosas que se movimentam no rumo do silêncio e da morte.
Acima do ouro, porém, reina o amor no coração humano; amor que sorri para os infortunados e lhes renova o bom ânimo; que trabalha para o bem comum e preserva os tesouros da vida; que se sacrifica e acende imperecível claridade para séculos inteiros; que se gasta, em serviço aos semelhantes, sem jamais consumir-se...
Não esperes, assim, pelo ouro para fazer o bem.
Desenterra o talento do amor que jaz oculto em teu peito e tua existência brilhara, para os homens, por abençoado sol de alegria e esperança.
Jesus não possuía uma caixa forte para exibir virtude, segurança e poder, mas, alçando o próprio coração na cruz, em nome do amor, converteu-se na eterna mensagem de luz que redimirá o mundo inteiro.

(Emmanuel / Chico Xavier)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Sem Competição



Desde cedo, o homem é educado para a competição. Os pais fazem questão de enumerar as qualidades dos seus filhos, que são ou devem ser os mais inteligentes, os mais espertos, os mais ágeis.

Nas idas ao parque, eles esperam que seus filhos sejam os que demonstrem melhores habilidades na bicicleta, no escorregador, sejam os primeiros na corrida, um craque da bola.

Nas festas de aniversário, melhor é aquele que consegue apanhar mais brinquedos na hora do estouro dos balões recheados de mil coisas que fazem o encanto da criançada.

Os destaques são, na escola, para os           que conseguem as notas mais altas, aprendem mais rápido ou, de alguma forma, se sobressaem nos estudos ou nos jogos.

Para os não tão hábeis, nem tão inteligentes, resta verem os irmãos em evidência, os colegas sendo laureados e, se não tiverem uma boa estrutura emocional, admitirem o adjetivo de incapazes ou de tolos.

Bela é a experiência daquela professora recém-formada, chamada Mary, que foi lecionar em uma reserva de índios navajos.

Todos os dias ela pedia a cinco dos jovens alunos navajos que fossem até o quadro e resolvessem um problema simples de matemática de seu dever de casa.

Eles ficavam ali em silêncio, sem querer cumprir a tarefa. Mary não conseguia entender.

Nada do que Mary havia estudado em seu currículo pedagógico ajudava e ela não sabia como lidar com a situação.

O que estou fazendo de errado? Será possível que eu tenha escolhido cinco alunos que não sabem resolver o problema?

Finalmente, ela perguntou a eles o que havia de errado. E, na resposta de seus jovens alunos índios, aprendeu uma surpreendente lição sobre autoimagem e noção de valor próprio.

Eles explicaram que queriam se respeitar uns aos outros. E, como sabiam que uns eram mais capazes e outros encontrariam dificuldade em resolver os problemas, não queriam exibir isso publicamente.

Apesar de muito jovens, entendiam como era inútil e desrespeitosa a competição do tipo perde-ganha na sala de aula. Pensavam que ninguém sairia ganhando se algum deles se exibisse ou ficasse encabulado diante de toda a turma.

Então se recusavam a competir uns com os outros em público.

Quando entendeu aquilo, Mary mudou o sistema, de modo a poder corrigir, individualmente, os problemas de matemática de cada criança, dedicando-se mais aos que tinham dificuldades.

E mudou muitas coisas em sua vida ao compreender que todos nós queremos aprender – não para nos sobressairmos diante dos outros, mas para sermos mais felizes.


*   *   *

Não estimule a competição no seu filho. Cultive nele a consciência dos valores reais.

Ensine-o a respeitar os que apresentam dificuldades, reconhecendo que o importante não é chegar em primeiro lugar a qualquer preço, mas completar com honra o percurso, e nunca a sós.

Por fim, estimule-o a conquistar a mais bela e brilhante medalha que deverá ostentar no peito: a do amor fraterno, que significa se importar com o outro, em todas as circunstâncias.


Redação do Momento Espírita

domingo, 20 de julho de 2014

Separação da Alma e do Corpo



154. É dolorosa a separação da alma e do corpo?

“Não; o corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no momento da morte; a alma nenhuma parte toma nisso. Os sofrimentos que algumas vezes se experimentam no instante da morte são um gozo para o Espírito, que vê chegar o termo do seu exílio.” Na morte natural, a que sobrevém pelo esgotamento dos órgãos, em conseqüência da idade, o homem deixa a vida sem o perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de óleo.

155. Como se opera a separação da alma e do corpo?

“Rotos os laços que a retinham, ela se desprende.”

a) - A separação se dá instantaneamente por brusca transição? Haverá alguma linha de demarcação nitidamente traçada entre a vida e a morte?

“Não; a alma se desprende gradualmente, não se escapa como um pássaro cativo a que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de sorte que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram.”

 Allan Kardec. O Livro dos Espíritos

sábado, 19 de julho de 2014

Com Doçura



O rapaz entrou na repartição pública, de forma impetuosa e sentou-se em frente à recepcionista. Antes que ela pudesse abrir a boca para cumprimentá-lo ou lhe perguntar a que vinha, ele desatou a falar.

Falava sem parar, sem pausas, sem pontos nem vírgulas. As suas eram reclamações pesadas, porque, dizia, todos estavam contra ele.

 A moça logo verificou que ele estava totalmente fora de controle e tentou perguntar: O que o senhor deseja que fa...?

O rapaz a interrompeu, de imediato, dizendo que ela ficasse quieta porque ele não concluíra o rol das reclamações. No entanto, embora ela se mantivesse silente, ouvindo, ele foi elevando o tom de voz, de forma que atraiu a atenção dos colegas das salas próximas.

Agora, várias pessoas se encontravam ali, preocupadas com a integridade física da recepcionista, dado o descontrole que ele manifestava.
A chefe de gabinete acionou a segurança, pedindo que, de forma discreta, ficasse à porta, para alguma eventualidade mais grave.

Cada qual ali presente, por sua vez, foi tentando estabelecer um diálogo com o jovem. Ele respondia a uma ou outra pergunta que lhe era feita, mas sempre em altos brados.

Então, uma jovem, de voz doce, lhe indagou: Você quer um copo d´agua?

Ele parou, surpreendido e disse: Quero sim, obrigado.

Ela logo retornou com a água e uma barra de chocolate. Os olhos dele brilharam.

Não como há bastante tempo! – Desabafou.

Na sequência, ela lhe foi perguntando a respeito de seu pai, se eles se falavam, se o pai o poderia ajudar na situação em que se encontrava.

Ele foi se acalmando e, tocado pela doçura da voz, o acolhimento que sentiu, foi respondendo, uma a uma as questões, o que permitiu pudesse receber atendimento.

Os que acompanhavam o desenrolar das cenas, ficaram boquiabertos. 

Eles, embora de forma serena, haviam tentado o diálogo, sem êxito.

No entanto, ela, com a sua doçura, lembrando-se de lhe oferecer algo que o pudesse confortar, retirando-o da crise de lamúrias, foi quem conseguiu.

Mais do que seu gesto, a doçura que colocou nas palavras teve o condão de modificar a disposição daquele jovem.

Atendido, ele se levantou e se dirigiu à porta. A segurança fora previamente dispensada. Ele se voltou, olhou para todos e disse: 

Obrigado. Nunca fui tratado como gente como aqui.

E, com a cortina das lágrimas quase a romper em caudal, se foi.

*   *   *

Por vezes, na mecânica das atitudes, nos esquecemos o quanto a doçura pode conseguir. Esquecemos de que pessoas que estão quase fora de si, por vezes, somente estão dizendo, de forma desesperada: Olhe para mim. Trate-me bem. É tão pouco o que eu peço: me ouça.

Há muita carência de amor, de afeição, no mundo. Fiquemos atentos e sejamos mais atenciosos com quem nos busca na repartição, no escritório, na escola.

Francisco de Assis, com sua doçura, falou ao irmão lobo, assassino da região, e dele conseguiu adesão à mudança de hábitos.

Nós também, utilizando doçura, poderemos alcançar corações em turbulência, que somente aguardam um gesto de bondade, para alterarem o rumo da própria vida.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Querendo Encurtar Caminho



“Por que o senhor nos faz perder tempo buscando Deus, quando já o conhece tão bem?”, disse um discípulo de Hasan de Basra. “Podia contar-nos como Ele é”.

    “Sim”, respondeu Hasan de Basra. “Mas acontece que, certa tarde, eu estava diante de um pântano, quando reparei que um homem se preparava para atravessá-lo. Gritei: cuidado, porque você pode escorregar numa pedra e molhar-se todo!”.

    O homem me respondeu: “Se isto acontecer, eu serei o único a ficar sujo. Entretanto, Hasan, se você escorregar e cair no seu caminho, todos os seus discípulos escorregarão e cairão contigo”.

    “A partir deste momento, compreendi: Deus é um desafio individual, cada pessoa é responsável por sua busca. Um mestre pode compartilhar sua experiência, mas nunca os seus resultados”.

 Autor desconhecido


quinta-feira, 17 de julho de 2014

Casa ou lar?



O que será mais importante: uma casa ou um lar? Existe grande preocupação com a casa. São importantes o estilo, o tamanho, os móveis e, claro, cada coisa no seu lugar.

Enquanto não se tem filhos, quase tudo vai bem, mas depois, começa a se tornar difícil se ter uma casa bem arrumada.

Alguns pais ocultam brinquedos das crianças, porque elas fazem bagunça demais. Esquecem que, quando se tornarem adultas, elas não necessitarão mais de brinquedos.

Um dia, um pai, depois de ouvir o estardalhaço da esposa sobre o estado de sua casa, perguntou: Afinal, o que você quer: uma casa ou um lar?

As palavras soaram como uma bomba. Ele tinha razão. Os olhos dela se voltaram para um quadro que se encontrava na parede da sala.

O quadro mostrava uma antiga roda de vagão de trem, encostada em um pilar, prestes a apodrecer. O mato ameaçava tomar conta das flores silvestres que cresciam perto de sua base.

No topo do pilar, havia uma velha caixa de correspondência amassada, cuja porta sustentava-se no lugar apenas por uma dobradiça enferrujada.

Dentro, protegidos em seu ninho de galhos secos, quatro filhotes aguardavam a refeição. A cautelosa mãe estava empoleirada no galho de um arbusto retorcido, que sobressaía do outro lado da abertura da caixa.

Ela havia escolhido o local do ninho com muito cuidado. Ali, seus filhotes estariam protegidos do sol e da chuva, enquanto ela e seu companheiro procuravam comida.

A pequenina ave não estava preocupada com o que seus vizinhos poderiam pensar ou se seu ninho passaria pelo teste de controle de qualidade.

A mensagem da pintura era muito simples: a casa não faz o lar. O lar é construção da família. É produto do carinho e do amor. Resultado do saber eleger prioridades.

Assim, quando você tiver que escolher entre uma casa totalmente limpa e arrumada e as necessidades de sua família, pense um pouco.

Se sua filha a convidar para sair com ela e você tiver roupas para lavar, pense que sempre haverá roupas sujas, mas um dia aquela garotinha vai parar de chamar você para sair com ela.

Se seu filho o convidar para jogar bola e você estiver pensando em colocar em ordem a sua biblioteca, pense que os livros continuarão sempre necessitando de ordem e limpeza, mas o seu garotinho crescerá e deixará de buscar você para chutar bola com ele.

Naturalmente, você não dará todo o seu tempo aos seus filhos, mas terá o bom senso para administrá-lo bem, a fim de eleger o que seja mais importante.


* * *

Mantenha a casa em ordem, mas não esqueça de colocar flores de ternura nos vasos do seu lar, e de regá-las com a água da paciência.

Quando descobrir rabiscos nas paredes, peça a seus filhos que os limpem, mas antes admire o arco-íris que eles pintaram.

Quando aparecerem marcas de dedos nas janelas, providencie a limpeza, mas antes fotografe todos os dedinhos com a câmara do seu coração para sempre os lembrar.

E quando descobrir brinquedos quebrados, agradeça a Deus, que sejam somente brinquedos e não os corações amados dos seus filhos, joias preciosas da sua existência.

Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Ideais e Sonhos




Como um idealista pode viver sob um regime ditatorial? Como administrar sonhos de grandeza em um país onde tudo é proibido?

Será melhor desistir dos próprios anseios e acomodar-se?

Para Ziauddin, vivendo no Swat, anexado ao Paquistão, a instrução era o ideal da sua vida. E ele não estava disposto a abdicar disso.

Abriu sua escola e foi de casa em casa, tentando convencer os pais a enviarem seus filhos para estudar. E a inaugurou com três alunos.

Perto da entrada do prédio, pintou a frase: Estamos comprometidos a construir para você o chamado da Nova Era.

Ele queria que o povo se unisse contra seu maior inimigo, que não era o Talibã, nem os estrangeiros ou dominadores de qualquer procedência. Era a ignorância.

Ele desejava uma revolução, inspirada em grandes heróis. Mas de um modo adequado aos tempos atuais: com canetas, não com espadas, nem com armas sofisticadas ou mísseis de longo alcance.

Por isso, naquele dia, mesmo com somente três alunos, tudo realizou em grande estilo, cantando o Hino Nacional e hasteando a bandeira.

Quando foi registrar a escola, conforme as exigências legais, foi ridicularizado. Uma escola com somente dois professores?

Quando lhe sugeriram que ele deveria pagar propina, defendeu, com garra, seu direito de abrir a escola, afirmando que os funcionários daquela repartição deveriam atender ao seu dever.

E, apesar de todas as adversidades, continuou a pensar grande. Criticado por seu sócio, por seus parentes, ele perseverou.

Na primeira inspeção, ganhou uma enorme multa porque o oficial que lá compareceu, não recebeu a propina que esperava.

Parecia que o estabelecimento estava destinado a perecer. Mas Ziauddin não iria, jamais, abrir mão de seu sonho. Buscou ajuda, fez empréstimos.

Levou sua família para viver nos cômodos, em cima das salas de aula.
E fazia tudo. Era professor, contador, diretor, varria chão, caiava as paredes, limpava os banheiros, subia nos postes de eletricidade e colocava faixas de propaganda da escola.

Finalmente, quando o dinheiro começou a entrar, abriu uma segunda escola. E contratou propaganda na televisão. Pensar grande, sem limites.

Conseguiu ter oitocentos alunos, divididos em três escolas. Meninos e meninas, mesmo com toda a pressão política para as meninas ficarem em casa.

Naturalmente, os lucros eram poucos pois, preocupado com a educação, ele mantinha mais de cem vagas gratuitas, para aqueles que não dispunham de condições para pagar.

Para alguns desses, ainda oferecia café da manhã e almoço porque, dizia, com fome é difícil aprender.


*   *   *

Os idealistas são pessoas de fibra. Não se atemorizam, nem cedem aos percalços.

Pensam no objetivo que desejam alcançar, veem os benefícios que seus sonhos podem gerar ao próximo e se mantêm firmes.

Perseverança é a sua bandeira.
Como eles, não deixemos de sonhar. Não abandonemos nossos ideais de engrandecimento e nobreza. Mantenhamo-nos firmes na posição de quem sabe e deseja alterar o panorama do mundo para melhor, muito melhor.


Redação do Momento Espírita

domingo, 13 de julho de 2014

O Remédio Imprevisto



O pequeno príncipe Julião andava doente e abatido.

Não brincava, não estudava, não comia. Perdera o gosto de colher os pêssegos saborosos do pomar. Esquecera a peteca e o cavalo.

Vivia tristonho e calado no quarto, esparramado numa espreguiçadeira.

Enquanto a mãezinha, aflita, se desvelava junto dele, o rei experimentava muitos médicos.

Os facultativos, porém, chegavam e saíam, sem resultados satisfatórios.

O menino sentia grande mal-estar. Quando se lhe aliviava a dor de cabeça, vinha-lhe a dor nos braços. Quando os braços melhoravam, as pernas se punham a doer.

O soberano, preocupado, fêz convite público aos cientistas do País. Recompensaria nababescamente a quem lhe curasse o filho.

Depois de muitos médicos famosos ensaiarem, embalde, apareceu um velhinho humilde que propôs ao monarca diferente medicação. Não exigia pagamento. Reclamava tão-somente plena autoridade sobre o doentinho. Julião deveria fazer o que lhe fôsse determinado.

O pai aceitou as condições e, no dia imediato, o menino foi entregue ao ancião.

O sábio anônimo conduziu-o a pequeno trato de terra e recomendou-lhe arrancasse a erva daninha que ameaçava um tomateiro.

- Não posso! estou doente! - gritou o menino.

O velhinho, contudo, convenceu-o, sem impaciência, de que o esforço era viável e, em minutos breves, ambos libertavam as plantas da erva invasora.

Veio o Sol, passou o vento; as nuvens, no alto, rondavam a terra, como a reparar onde estava o campo mais necessitado de chuva...

Um pouco antes do meio-dia, Julião disse ao velho que sentia fome, O sábio humilde sorriu, contente, enxugou-lhe o suor copioso e levou-o a almoçar.

O jovem devorou a sopa e as frutas, gostosamente.

Após ligeiro descanso, voltaram a trabalhar.

No dia seguinte, o ancião levou o príncipe a servir na construção de pequena parede.

Julião aprendeu a manejar os instrumentos menores de um pedreiro e alimentou-se ainda melhor.

Finda a primeira semana, o orientador traçou-lhe novo programa. Levantava-se de manhã para o banho frio, obrigava-se a cavar a terra com uma enxada, almoçava e repousava. Logo após, antes do entardecer, tomava livros e cadernos para estudar e, à noitinha, terminada a última refeição, brincava e passeava, em companhia de outros jovens da mesma idade.

Transcorridos dois meses, Julião era restituído à autoridade paternal, rosado, robusto e feliz. Ardia, agora, em desejos de ser útil, ansioso por fazer algo de bom. Descobrira, enfim, que o serviço para o bem é a mais rica fonte de saúde.

O rei, muito satisfeito, tentou recompensar o velhinho.

Todavia, o ancião esquivou-se, acrescentando:

- Grande soberano, o maior salário de um homem reside na execução da Vontade de Deus, através do trabalho digno. Ensina a glória do serviço aos teus filhos e tutelados e o teu reino será abençoado, forte e feliz.

Dito isto, desapareceu na multidão e ninguém mais o viu.


Francisco Cândido Xavier - Neio Lúcio

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Amar a Vida




O pintor Van Gogh disse: O melhor meio de amar a vida é amar muitas coisas.

Se você quiser saber se sabe amar, preste atenção e veja quantas vezes por dia você diz: Detesto isso. 

Detesto esse tipo de gente. Detesto esse tipo de coisas. Tudo isso em vez de dizer gosto.

Você diz que ama as coisas? Quantas vezes você diz gosto disso? Gosto de crianças. Gosto de flores. 

Gosto de música.

Para amar a vida, devemos estar dispostos a amar.

Você pode imaginar alguma coisa mais importante?

Por que se trabalha? Por que se luta? Por que se sofre? Por que se espera? É o amor. É a vida.

Trabalha-se porque se ama o trabalho. Escolhemos a profissão porque gostamos de fazer aquilo. Certo dia, observamos um cirurgião que estudava para uma delicada intervenção, que teria que realizar no dia seguinte. 

Ele lia, fazia apontamentos, preparava gráficos.

Era uma cirurgia para reconstituição da face de uma adolescente que sofrera um sério traumatismo. De vez em quando, entre uma e outra anotação, ele exclamava: Fascinante! Maravilha! Que coisa surpreendente.

Era o profissional apaixonado pela sua arte, pela sua profissão, pelo que ele iria realizar no dia seguinte.

Conta um professor universitário que, certa feita, foi para a Nova Inglaterra, no outono, visitar um de seus alunos. Passeando, ele pediu que parasse o carro. Ele estava maravilhado com a visão daquelas árvores com folhas vermelhas, douradas, azuis, roxas, castanhas, magenta e pretas.

Sim, pretas, tudo na mesma árvore. Ele nunca havia visto algo assim. Em Los Angeles, onde residia, estava habituado, na chegada do outono, a que as folhas secassem e caíssem. E pronto.

Mas ali, ele estava impressionado e perguntou: Como é que essa folha resolve ser preta e esta resolve ser amarela? Na mesma árvore!?

Ora, disse o aluno, sei lá. É assim mesmo.

Não, falou o professor. Não é assim mesmo. Deve haver um bom motivo para isso e eu quero saber qual é. 

Leve-me para a biblioteca!

Foram à biblioteca e pesquisaram o assunto. Depois de esclarecido acerca das razões científicas para a mudança das cores, o professor afirmou: Conhecer tudo isso não torna a questão nem mais nem menos espiritual. Continua a ser pura magia. A ser maravilhoso.

E se manteve encantado e apaixonado pelas cores das folhas. Isso é amar as coisas.

Isso é dizer sim à vida. É ser um amante da vida. E se a vida, por acaso, lhe oferecer muitos dias de céu cinzento, siga à risca a recomendação do escritor Nikos Kazantzakis: Você tem o seu pincel, tem as suas tintas, pinte o paraíso e depois entre nele.

*   *   *

Contemplemos a terra submissa e boa, sulcada pelo arado para a dádiva do pão.

Aprendamos com ela a lição da humildade e deixemos que o agricultor compassivo transforme nossa vida numa semeadura de amor para o bem de todos.

Amemos a manhã que desperta ensolarada. Amemos a chuva que chega, sem avisar.

Agradeçamos ao vento que enche de folhas a nossa calçada. Quando ele sossegar, aproveitemos e fotografemos o tapete natural. Acreditemos: ninguém, além do vento, consegue colocar as folhas dessa forma tão livre, tão espontânea.

Aproveitemos a hora que passa depressa e aquela que parece nunca terminar. Amemos nosso dia, nosso tempo. Amemos a vida.

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Campanha do Bem




Quando você assiste ao noticiário televisivo, com frequência se cansa, rapidamente, não é verdade? As notícias são, na grande maioria, as da corrupção, que toma de assalto autoridades, que deveriam dar exemplo de austeridade e honestidade.

Ou imagens de tragédias que vão desde a queda de um avião, consumindo mais de uma centena de vítimas, ao naufrágio de navios, com muitos mortos e total descomprometimento dos comandantes, preocupados com a preservação da própria vida.

Você troca de canal e ali, as imagens são incêndios, explosões, acidentes rodoviários. Sombras e mais sombras.

E você conclui que o mundo anda sempre pior. Onde, então, o mundo renovado do Terceiro Milênio? Utopia?

No entanto, se você retirar o olhar da TV, ou do seu celular ou das páginas de jornais e revistas sensacionalistas, descobrirá um panorama bem diverso.

Se passar pela frente de uma igreja, em dia de preces especiais ou novenas, verificará que os fiéis são em tal número, que ficam, em pé, do lado de fora, impossibilitados de adentrarem, porque ela está lotada.

Isso diz que as pessoas estão em busca de espiritualidade, de alguns momentos de paz e recolhimento.

Se você transitar frente a um centro espírita, verá o expressivo número de carros estacionados à porta, demonstrando das dezenas ou centenas de pessoas que ali se encontram.

Isso falará de quantos estão à procura de respostas e de consolo: por que se nasce? Por que se morre? Por que nos encontramos sobre a Terra?

Se você adentrar uma livraria, verificará o número não pequeno de crianças, jovens e adultos, buscando salutar literatura, ou mídias diversas, com áudio e vídeo.

Todos interessados em algo bom, construtivo.

Se você comparecer a asilos, hospitais, instituições de caridade, encontrará uma legião de voluntários que se ocupa com o próximo, em desveladas horas de trabalho.

Em nome do amor.
A lista é interminável: jovens que se debruçam horas a fio sobre livros, no intuito de alcançar ensino superior, a graduação, a especialização.

Outros que se esmeram nos treinamentos diários no intuito da primorosa execução musical. E há os que dançam, cantam, no cultivo do belo.

Observe e concluirá: há muito maior soma de bem, de coisas positivas do que negativas, sobre a face da Terra.

O que estamos precisando é desligar o ruim, para deixar de assinalar grandes índices de audiência, deixar de comprar o jornal, de cujas páginas verte tanto mal.

Isso fará com que o foco seja alterado, e que as coisas positivas passem a ter foro de cidadania. Porque estaremos demonstrando que desejamos ler, ver, ouvir, a respeito de quem produz nas ciências, nas artes, para o bem da Humanidade.

E hoje é o momento ideal para iniciar esta campanha.

Pense nisso! Comece agora!

Privilegie os canais televisivos que mostram os avanços da ciência, a beleza das artes, o altruísmo impregnando as pessoas.

Ouça o bem, divulgue o bem, invista no bem, no bom, no belo.

Comece hoje! Estamos com você!

Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A Tentação do Repouso


Num campo de lavoura, grande quantidade de vermes desejava destruir um velho arado de madeira, muito trabalhador, que lhes perturbava os planos e, em razão disso, certa ocasião se reuniram ao redor dele e começaram a dizer:

- Por que não cuidas de ti? Estás doente e cansado...

- Afinal, todos nós precisamos de algum repouso...

- Liberta-te do jugo terrível do lavrador!

- Pobre máquina! A quantos martírios te submetes!...

O arado escutou... escutou... e acabou acreditando.

Ele, que era tão corajoso, que nem sentia o mais leve incômodo nas mais duras obrigações, começou a queixar-se do frio da chuva, do calor do Sol, da aspereza das pedras e da umidade do chão.

Tanto clamou e chorou, implorando descanso, que o antigo companheiro concedeu-lhe alguns dias de folga, a um canto do milharal.

Quando os vermes o viram parado, aproximaram-se em massa, atacando-o sem compaixão.

Em poucos dias, apodreceram-no, crivando-o de manchas, de feridas e de buracos.

O arado gemia e suspirava pelo socorro do lavrador, sonhando com o regresso às tarefas alegres e iluminadas do campo ...

Mas, era tarde.

Quando o prestimoso amigo voltou para utilizá-lo, era simplesmente um traste inútil.

A história do arado é um aviso para nós todos.

A tentação do repouso é das mais perigosas, porque, depois da ignorância, a preguiça é a fonte escura de todos os males.

Jamais olvidemos que o trabalho é o dom divino que Deus nos confiou para a defesa de nossa alegria e para a conservação de nossa própria saúde.

Francisco Cândido Xavier - Meime