quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Linhas de Evolução




"Caridade e humildade, tal a senda única da salvação."
(Alan Kardec. E.S.E. Cap.XV. Item 5.)



Observando os companheiros a quem você deseja ajudar, seja breve na exposição e demorado no socorro.
Sem o suor do exemplo, os mais belos comentários perdem a legitimidade.
*
Utilize-se do poço do caminho, sem lhe tisnar a limpidez das águas. Mais tarde você poderá necessitar dele novamente.
*
Seu vestuário desvela para os outros suas íntimas inclinações. Use a roupa, sem a ela escravizar-se.
*
Mantenha a higiene de seu corpo para preservar a saúde. No entanto, viver excessivamente preocupado com a limpeza é sintoma de desequilíbrio.
*
Cobiçando o melhor de cada dia, viva cada minuto nobremente, como se fosse o último a que você tivesse direito. O depois começa agora.
*
Pare para refletir, não obstante sabendo refletir para não parar. Quem avança, sem estacionar, pára sem forças para avançar.
*
Planifique, antes de agir, e demonstrará respeito pelo serviço. Evite, porém, planificar assoberbado de preocupações, pois que assim você jamais realizará algo.
*
Se você acredita em felicidade vivendo a sós, disponha-se para inquietantes aflições. A gota de orvalho no deserto reflete a glória de longínqua estrela, mas não dá vitalidade à terra onde se aquieta e consome, sem ajudar.
*
Em todas as conjunturas de sua vida, recorde-se da caridade, primeiro, e da humildade, logo depois.
"Caridade e humildade, tal a senda única da salvação."


* * *


Divaldo Pereira Franco. Da obra: Glossário Espírita-Cristão.
Ditado pelo Espírito Marco Prisco.

Não temas


 
Não temas a noite quando ela se
torna sombria e escura
Lembre-se que esta antecipa o sol
Porque temer se existem trevas e estas denunciam a luz?
Não temas a tempestade que
se divisa no horizonte
Lembre-se que esta é passageira
ainda que demore
Porque temer se a tempestade
é seguida de bonança?
Não temas a tormenta
quando esta se avoluma
Lembre-se que por maior que seja
não alcança todos
Porque temer se ela dura
apenas uma fração do seu dia?
Não temas relâmpago a iluminar
célere as trevas
Lembre-se que a luz
vence as trevas, sempre
Porque temer se podem te ajudar
a encontrar uma vela?
Não temas o trovão a ribombar
pela amplidão celeste
Lembre-se que é apenas som, conseqüência
Porque temer se Deus se mostra poderoso?
Não temas o raio a riscar o ar e
partir penhas e árvores
Lembre-se que eles são necessários
ao equilíbrio natural
Porque temer se você pode assistir
a um espetáculo?
Não temas o vento a açoitar
copas e telhados, janelas e portas
Lembre-se que é ele mesmo
quem dissipa a tempestade,
apesar de a ter feito
Porque temer se no fundo ele é brisa?
Não temas as obras que Deus faz,
ainda que estas pareçam assustadoras
Lembre-se que Ele tem propósito
em toda a Sua criação,
para Sua Glória
Porque temer se tu és o auge da
Sua criação e por ti deu Seu Filho?

Fábio Roberto Rodrigues

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Programa para perdoar







Esforce-se para impedir que a ofensa se converta em mágoa.
 
Silencie o sucesso infeliz em que se viu envolvido. Acautele-se, face aos comentários que lhe tragam os maledicentes e os
levianos. 

Reflita maduramente, valorizando o ensejo e retirando proveito da lição que o alcança em forma de sofrimento. 
Se você é inocente, exulte. Se é culpado tranquilize-se diante do pagamento.

Não fique remoendo, mentalmente o acontecido. Pense na hipótese de o seu agressor estar enfermo. A posição da vítima
é sempre melhor. 

Enseje ao desafeto oportunidade para a reparação e o retorno. Se tudo estiver, aparentemente, contra você, fiscalizado
por uns, perseguido por outros, 
mantenha inalterada sua confiança em Deus,que tudo sabe.

 Desgraça verdadeira é perseguir, inquietar, comprazer-se na dor alheia, envenenar-se com o azedume e a cólera. 

Perdoando, você estará sempre em paz, podendo auferir mais tarde as vantagens de haver sido enganado, perseguido ou    ultrajado, com o espírito livre de outros débitos, de que,então se encontrará liberado.


( Marco Prisco )

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Lesões Afetivas



Um tipo de auxílio raramente lembrado: o respeito que devemos uns aos outros na vida particular.

Caro é o preço que pagamos pelas lesões afetivas que provocamos nos outros.

Nas ocorrências da Terra de hoje, quando se escreve e se fala tanto, em torno de amor livre e de sexo liberado, muitos poucos são os companheiros encarnados que meditam nas conseqüências amargas dos votos não cumpridos.

Se habitas um corpo masculino, conforme as tarefas que foram assinaladas, se encontraste essa ou aquela irmã que se te afinou como o modo de ser, não lhe desarticules os sentimentos, a pretexto de amá-la, se não estás em condição de cumprir com à própria palavra, no que tange a promessas de amor.

E se moras presentemente num corpo feminino, para o desempenho de atividades determinadas, se surpreendestes esse ou aquele irmão que se harmonizou com as tuas preferências, não lhe perturbes a sensibilidade sob a desculpa de desejar-lhe a proteção, caso não estejas na posição de quem desfruta a possibilidade de honorificar os próprios compromissos.

Não comeces um romance de carinho a dois, quando não possas e nem queiras manter-lhe a continuidade.

O amor, sem dúvida, é lei da vida, mas não será lícito esquecer os suicídios e homicídios, os abortos e crimes na sombra, as retaliações e as injúrias que dilapidam ou arrasam a existência das vítimas, espoliados do afeto que lhes nutria as forças, cujas lágrimas e aflições clamam, perante A divina Justiça, porque ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro e nem sabe a qualidade das reações que virão daqueles que enlouquecem, na dor da afeição incompreendida, quando isso acontece por nossa causa.

Certamente que muito desses delitos não estão catalogados nos estatutos da sociedade humana; entretanto, não passam despercebidos nas Leis de Deus que nos exigem, quando na condição de responsáveis, o resgate justo.

Tangendo este assunto, lembramo-nos automaticamente de Jesus, perante a multidão e a mulher sofredora, quando afirmou peremptório: "aquele que estiver isento de culpa, atire a primeira pedra".

Todos nós, os espíritos vinculados à evolução da Terra, estamos altamente compromissados em matéria de amor e sexo, e, em matéria de amor e sexo irresponsáveis, não podemos estranhar os estudos respeitáveis nesse sentido, porque, um dia, todos seremos chamados a examinar semelhantes realidades, especialmente as que se relacionem conosco, que podem efetivamente ser muito amargas, mas que devem ser ditas.


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Momentos de Ouro. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

domingo, 27 de novembro de 2011

Educandário de luz



Ninguém se reconheceria fora da paciência e do amor que Jesus nos legou, se todos freqüentássemos a universidade da beneficência, cujos institutos de orientação funcionam, quase sempre nas áreas da retaguarda.

Aí, nos recintos da penúria, as lições são administradas, ao vivo, através das aulas inumeráveis do sofrimento.

Tanto quanto possas e, mais demoradamente nos dias de aflição, quando tudo te pareça convite ao desalento, procura experiência e compreensão nessa escola bendita, alicerçada em necessidades e lágrimas.

Se contratempos te ferem nos assuntos humanos, visita os irmãos enfermos, segregados no hospital, a fim de que possas aprender a valorizar a saúde que te permite trabalhar e renovar a esperança.

Quando te atormente a fome de sucesso nos temas afetivos e a ventura do coração se te afigure tardia, toma contato com aqueles companheiros que habitam furnas abandonadas, para quem a solidão se fez o prato de cada dia.

Ante os empeços da profissão com que o mundo te honra a existência, consagra alguns minutos a escutar o relatório dos pais de família, entregues ao desespero por lhes escassearem recursos à própria subsistência.

E, se experimentas dissabores, perante os filhos que te enriquecem a a alma de esperança e carinho, à face das tribulações que lhes gravam a vida, observa aqueles outros pequeninos que caminham nas trilhas do mundo, sem tutela de pai ou mãe que os resguarde, atirados à noite da criminalidade e da ignorância.

Matricula-te no educandário da caridade e guardarás a força da paciência.

Enriquece de cultura os dotes que te enfeitam a personalidade e realiza na terra os nobres ideais afetivos que te povoam os pensamentos, no entanto, se queres que a felicidade venha morar efetivamente contigo, auxilia igualmente a construir a felicidade dos outros.

Nosso encontro com aqueles que sofrem dificuldades e provações maiores que as nossas será sempre, em qualquer lugar, o nosso mais belo e mais duradouro encontro com Deus.

*  *  *
Emmanuel
Mensagem retirada do livro "Paz e Renovação" Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

sábado, 26 de novembro de 2011

O Primeiro Desafio



Disposto a esquecer o mal, dedicando-te ao bem, enfrentas o primeiro desafio.
Incidente doméstico ocorre envolvendo-te emocionalmente.
Tens a impressão que todo o planejamento para o dia se desfaz.
Sentes os nervos abalados e estás a ponto de aceitar a luta.
Silencia, porém, e age.
O hábito da discussão perniciosa se te instalou no comportamento, e crês que não possuis forças para superar o acontecimento danoso.
*
Recorda que estás num clima de efeitos que vêm dos dias anteriores, quando te engajavas nas provocações, reagindo no mesmo tom.
Os familiares não sabem das tuas disposições novas e, porque estão acostumados às querelas e agressões, preservam o ambiente prejudicial.
*
Em teu procedimento de homem novo necessitas do autocontrole, reconquistando os familiares, que se surpreenderão com a tua nova filosofia de vida.
Contorna o primeiro desafio, dilui por antecipação e com sabedoria o mal-estar que ele podia gerar.
Este é o passo inicial para o teu dia feliz.



Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 3. LEAL.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Problemas do Mundo



O mundo está repleto de ouro

Ouro no solo. Ouro no mar. Ouro nos cofres.

Mas o ouro não resolve o problema da miséria.

O mundo está repleto de espaço.

Espaço nos continentes. Espaço nas cidades. Espaço nos campos.

Mas o espaço não resolve o problema da cobiça.

O mundo está repleto de cultura.

Cultura no ensino. Cultura na técnica. Cultura na opinião.

Mas a cultura da inteligência não resolve o problema do egoísmo.

O mundo está repleto de teorias. Teorias nas escolas filosóficas. Teoria nas religiões.

Mas as teorias não resolvem o problema do desespero.

O mundo está repleto de organizações.

Organizações administrativas. Organizações econômicas. Organizações sociais.

Mas as organizações não resolvem o problema do crime.

Para extinguir a chaga da ignorância, que acalenta a miséria; para dissipar a sombra da cobiça, que gera a ilusão; para extinguir o monstro do egoísmo que promove a guerra; para anular o verme do desespero, que promove a loucura, e para remover o charco do crime, que carreia o infortúnio, o único remédio eficiente é o Evangelho de Jesus no coração humano.

Sejamos, assim, valorosos, estendendo a Doutrina Espírita que desentranha da letra, na construção da Humanidade nova, irradiando a influência e a inspiração do Divino Mestre, pela emoção e pela idéia, pela diretriz e pela conduta, pela palavra e pelo exemplo e parafraseando o conceito inolvidável de Allan Kardec, em torno da caridade, proclamemos aos problemas do mundo: "Fora do Cristo não há solução."




Francisco Cândido Xavier. Da obra: O Espírito da Verdade. Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes. FEB.

Não Basta Ver





"E logo viu, e o foi seguindo, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus." - (LUCAS, 18:43.)

A atitude do cego de Jericó representa padrão elevado a todo discípulo sincero do Evangelho.
O enfermo de boa-vontade procura primeiramente o Mestre, diante da multidão. Em seguida à cura, acompanha Jesus, glorificando a Deus. E todo o povo, observando o benefício, a gratidão e a fidelidade reunidos, volta-se para a confiança no Divino Poder.
A maioria dos necessitados, porém, assume posição muito diversa. Quase todos os doentes reclamam a atuação do Cristo, exigindo que a dádiva desça aos caprichos perniciosos que lhes são peculiares, sem qualquer esforço pela elevação de si mesmos à bênção do Mestre.
Raros procuram o Cristo à luz meridiana; e, de quantos lhe recebem os dons, raríssimos são os que lhe seguem os passos no mundo.
Daí procede a ausência da legítima glorificação a Deus e a cura incompleta da cegueira que os obscurecia, antes do primeiro contacto com a fé.
Em razão disso, a Terra está repleta dos que crêem e descrêem, estudam e não aprendem, esperam e desesperam, ensinam e não sabem, confiam e duvidam.
Aquele que recebe dádivas pode ser somente beneficiário.
O que, porém, recebe o favor e agradece-o, vendo a luz e seguindo-a, será redimido.
É óbvio que o mundo inteiro reclama visão com o Cristo, mas não basta ver simplesmente; os que se circunscrevem ao ato de enxergar podem ser bons narradores, excelentes estatísticos, entretanto, para ver e glorificar o Senhor é indispensável marchar nas pegadas do Cristo, escalando, com Ele, a montanha do trabalho e do testemunho.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 14 edição. Capítulo 34. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Caridade Essencial



"E a caridade é esta: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o principio ouvistes; que andeis nele." - João. (II JOÃO, 6.)

Em todos os lugares e situações da vida, a caridade será sempre a fonte divina das bênçãos do Senhor.
Quem dá o pão ao faminto e água ao sedento, remédio ao enfermo e luz ao ignorante, está colaborando na edificação do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi chamado.

A voz compassiva e fraternal que ilumina o espírito é irmã das mãos que alimentam o corpo.
Assistência, medicação e ensinamento constituem modalidades santas da caridade generosa que executa os programas do bem. São vestiduras diferentes de uma virtude única. Conjugam-se e completam-se num todo nobre e digno.

Ninguém pode assistir a outrem, com eficiência, se não procurou a edificação de si mesmo; ninguém medicará, com proveito, se não adquiriu o espírito de boa-vontade para com os que necessitam, e ninguém ensinará, com segurança, se não possui a seu favor os atos de amor ao próximo, no que se refira à compreensão e ao auxílio fraternais.

Em razão disso, as menores manifestações de caridade, nascidas da sincera disposição de servir com Jesus, são atividades sagradas e indiscutíveis. Em todos os lugares, serão sempre sublimes luzes da fraternidade, disseminando alegria, esperança, gratidão, conforto e intercessões benditas.

Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos. Trata-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho.

É a caridade de vivermos verdadeiramente nEle para que Ele viva em nós. Sem esta, poderemos levar a efeito grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas, em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz.



Francisco Cândido Xavier. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 14 edição. Capítulo 110. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Destinação da Terra - Causas das Misérias Humanas



Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista em que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa idéia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.

Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima idéia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite.

Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades morais.

Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição.

Ante o Sublime



"Não faças tu comum o que Deus purificou." (Atos, capítulo 10, versículo 15.)

Existem expressões no Evangelho que, à maneira de flores a se salientarem num ramo divino, devem ser retiradas do conjunto para que nos deslumbremos ante o seu brilho e perfume peculiares.
A voz celeste, que se dirige a Simão Pedro, nos Atos, abrange horizontes muito mais vastos que o problema individual do apóstolo.
O homem comum está rodeado de glórias na Terra, entretanto, considera-se num campo de vulgaridades, incapaz de valorizar as riquezas que o cercam.
Cego diante do espetáculo soberbo da vida que lhe emoldura o desenvolvimento, tripudia sobre as preciosidades do mundo, sem meditar no paciente esforço dos séculos que a Sabedoria Infinita utilizou no aperfeiçoamento e na seleção dos valores que o rodeiam.
Quantos milênios terá exigido a formação da rocha?
Quantos ingredientes se harmonizam na elaboração de um simples raio de sol?
Quantos óbices foram vencidos para que a flor se materializasse?
Quanto esforço custou a domesticação das árvores e dos animais?
Quantos séculos terá empregado a Paciência do Céu na estruturação complexa da máquina orgânica em que o Espírito encarnado se manifesta?
A razão é luz gradativa, diante do sublime.
Não te esqueças, meu irmão, de que o Senhor te situou a experiência terrestre num verdadeiro paraíso, onde a semente minúscula retribui na média do infinito por um e onde águas e flores, solo e atmosfera te convidam a produzir, em favor da multiplicação dos Tesouros Eternos.
Cada dia, louva o Senhor que te agraciou com as oportunidades valiosas e com os dons divinos.
Pensa, estuda, trabalha e serve...
Não suponhas comum o que Deus purificou e engrandeceu.

 Francisco Cândido Xavier. Da obra: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Capítulo 23. FEB

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Calma para o Êxito




Em todos os passos da vida, a calma é convidada a estar presente.

Aqui, é uma pessoa tresvairada, que te agride...

Ali, é uma circunstância infeliz, que gera dificuldade...

Acolá, é uma ameaça de insucesso na atividade programada...

Adiante, é uma incompreensão urdindo males contra os teus esforços...

É necessário ter calma sempre.

A calma é filha dileta da confiança em Deus e na Sua justiça, a expressar-se numa conduta reta que responde por uma atitude mental harmonizada.

Quando não se age com incorreção, não há por que temer-se acontecimento infeliz.

A irritação, alma gêmea da instabilidade emocional, é responsável por danos, ainda não avaliados, na conduta moral e emocional da criatura.

A calma inspira a melhor maneira de agir, e sabe aguardar o momento próprio para atuar, propiciando os meios para a ação correta.

Não antecipa, nem retarda.

Soluciona os desafios, beneficiando aqueles que se desequilibram e sofrem.

Preserva-te em calma, aconteça o que acontecer.

Aprendendo a agir com amor e misericórdia em favor do outro, o teu próximo, ou da circunstância aziaga, possuirás a calma inspiradora da paz e do êxito.

* * *
Divaldo P. Franco.
Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Em Boa Lógica





Quem alimenta o ódio, atira fogo ao próprio coração.
*
Quem sustenta o vício, encarcera-se nele.
*
Quem cultiva a ociosidade, faz neve em torno de si.
*
Quem se encoleriza, é inquisidor da própria alma.
*
Quem estima a censura, lança pedras sobre si mesmo.
*
Quem provoca situações difíceis, aumenta os obstáculos em que se encontra.
*
Quem se precipita no julgar, é sempre analisado à pressa.
*
Quem se especializa na identificação do mal, dificilmente verá o bem.
*
Quem não deseja suportar, é incapaz de servir.
*
Quem vive colecionando lamentações, caminhará sob a chuva de lágrimas.


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

domingo, 20 de novembro de 2011

Amparo Oculto



Não lamentes, alma boa,
Contratempo que aconteça,
Que a luta não te esmoreça
Nada existe sem valor;


Aquilo que te parece
Um desencanto de vulto
É sempre socorro oculto
Que desponta em teu favor.

Uma viagem frustrada,
Uma festa que se adia,
Uma palavra sombria
Que encerra uma diversão;

O desajuste num carro,
Um desgosto pequenino,
Alteram qualquer destino
Em forma de salvação.

Não chores por bagatelas,
Guarda a fé por agasalho,
Deus te defende o trabalho,
Atuando em derredor;

Contrariedades no tempo,
Quase sempre, em maioria,
É amparo que o Céu te envia
Por bênção do mal menor.


Francisco Cândido Xavier.
Da obra: Canteiro de Idéias. Ditado pelo Espírito Maria Dolores.

sábado, 19 de novembro de 2011

Moda




Os caprichos da moda!

As criaturas engendram tormentos nos quais tombam de forma leviana e lamentável.

Dentre outros, assoma o que se refere à moda.
Versatilidade no vestir e calçar, variedade para usar.

Armários abarrotados e as pessoas lamentando-se ausência de trajes condignos para este ou aquele evento.

Noites insones por causa de um modelo; preocupações exageradas para a aquisição de uma indumentária.

Roupa exclusiva para causar sensação ou extravagante para chamar a atenção.

A vacuidade inspira formas de automaceração e de realização em disfarces de trapos de alto custo, que logo perdem o sentido.
*
Não são poucas as criaturas que se consideram infelizes por causa da moda, que as impede de estar em dia com os figurinos e os lançamentos últimos.
... E são portadoras de apenas um corpo!
*
Veste-te para que te sintas asseado e confortável na tua roupa.
Se for factível usar o que ora é aceito, fica à vontade para fazê-lo.

Se não puderes acompanhar os lançamentos, usa da simplicidade e veste o que te seja possível, sem tormento nem angústia.

Na maioria das vezes, ninguém nota como estás vestido, exceto quando chamas a atenção pela originalidade, pelo inusitado...
Importa o que és e não como te vestes.

O invólucro ajuda, porém, o importante mesmo é o produto que ele reveste.

Excesso, em moda, jamais!


Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 29. LEAL.

Em Torno da Obsessão


O êxito do pensamento positivo depende do trabalho positivo. O projeto de edifício importante reunirá planos magníficos, hauridos nas mais avançadas práticas da Civilização; no entanto, para que se concretize, reclama o emprego de material adequado, a fim de que a obra não se transfigure em joguete de forças destrutivas.
Numa construção de cimento armado, ninguém se lembrará de colocar varas de madeira em lugar das estruturas de ferro e nem de substituir a pedra britada por taipa de mão. Para que o trabalho se defina dentro das linhas determinadas, as substâncias devem estar nas condições certas e nas posições justas. Idênticos princípios regem o plano da alma.
Se aspiramos ao erguimento de realizações que nos respondam ao elevado gabarito dos ideais, é forçoso selecionar os ingredientes que nos constituem a vida íntima, cultivando o bem nas menores manifestações. Qualquer ação oposta comprometerá a estabilidade da organização que pretendamos efetuar. À vista disso, cogitemos de sanear emoções, idéias, palavras, atitudes e atos, por mínimos que sejam.
Todos nos referimos ao perigo dos agentes do mal que nos ameaçam; no entanto, os agentes do mal apenas dominam onde lhes favoreçamos a intromissão. E a intromissão deles, via de regra, se verifica principiando pela imprudência da brecha…
Hoje, uma queixa; amanhã, um momento de azedume; cedo, uma discussão temerária; mais tarde, uma crise de angústia perfeitamente removível através do serviço; agora, um comentário deprimente; depois, um minuto de irritação; e, por fim, a enfermidade, a delinquência, a perturbação, e, às vezes, a morte prematura.
O desastre grande, quase sempre, é a soma dos descuidos pequenos. Estejamos convencidos de que, nos processos de obsessão, acontece também assim.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Estude e Viva

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Que Pedes?




"Louco, esta noite te pedirão a tua alma." - Jesus. (LUCAS, 12:20.)

Que pedes à vida, amigo?
Os ambiciosos reclamam reservas de milhões.
Os egoístas exigem todas as satisfações para si somente.
Os arbitrários solicitam atenção exclusiva aos caprichos que lhes são próprios.
Os vaidosos reclamam louvores.
Os invejosos exigem compensações que lhes não cabem.
Os despeitados solicitam considerações indébitas.
Os ociosos pedem prosperidade sem esforço. Os tolos reclamam divertimentos sem preocupação de serviço.
Os revoltados reclamam direitos sem deveres. Os extravagantes exigem saúde sem cuidados.
Os impacientes aguardam realizações sem bases.
Os insaciáveis pedem todos os bens, olvidando as necessidades dos outros.
Essencialmente considerando, porém, tudo isto é verdadeira loucura, tudo fantasia do coração que se atirou exclusivamente à posse efêmera das coisas mutáveis.
Vigia, assim, cautelosamente, o plano de teus desejos.
Que pedes à vida?
Não te esqueças de que, talvez nesta noite, pedirá o Senhor a tua alma.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 14 edição. Capítulo 35. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996.

Observe para Atender


A piedade é o melancólico, mas celeste precursor da caridade. primeira das virtudes que a tem por irmã e cujos benefícios ela prepara e enobrece. (Alan Kardec, E.S.E. Cap.XIII- ltem 17).

Você comentará falhas alheias, sem resultado edificante, e se fará dilapidador das fraquezas do próximo.
Você censurará o vizinho, sem lhe retificar a posição, e se converterá em juiz impiedoso das vicissitudes dos outros.
Você discutirá as imperfeições do amigo, sem lhe modificar a situação moral, e se transformará em algoz de quem já é vitima de si mesmo.
Você debaterá problemas dos conhecidos, sem os solucionar, e se tornará leviano examinador das causas que lhe não pertencem.
Você exporá feridas do caráter das pessoas, sem as medicar, e se situará na condiçao de enfermeiro negligente em doenças a que lhe não cabe oferecer assistência.
*
Cale o verbo que não ajuda, observe e sirva.
Você caminha sob a mesma ameaça. Os outros observam-no também.
Deixe que a tentação da censura morra asfixiada no algodão do silêncio.
Ninguém é infeliz por prazer.
Os que mais erram são doentes contumazes que requerem o medicamento fraterno da prece e do entendimento.
O comentário improdutivo é gás que asfixia as plantas da esperança alheia.
Sua censura é espinho na alma do vizinho.
A exposição dos insucessos do próximo é estilete a ferir-lhe a chaga aberta.
Recorde o Mestre e examine-se.
Sua ascensão apóia-se na ascensão dos companheiros.
A queda de alguém é embaraço em seu caminho.
Auxilie sem exigência e indistintamente.
Permita ao grande tempo a tarefa de corrigir e educar. Confira a você mesmo o impositivo somente de ajudar.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Glossário Espírita-Cristão. Ditado pelo Espírito Marco Prisco. 4 edição. Salvador, BA: LEAL. 1993.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Previna-se



Equilibre sua justiça, subtraindo-lhe as inclinações para a vingança.
*
Acautele-se com o seu desassombro, para não cair em temeridade.
*
Analise sua firmeza, para que se não transforme em petrificação.
*
Ilumine suas diretrizes, a fim de que se não convertam em despotismo.
*
Examine sua habilidade, evitando-lhe a internação em velhacaria.
*
Estude sua dor para que não seja revolta.
*
Controle seus melindres, de modo que se não instalem na casa sinistra do ódio.
*
Vele por sua franqueza, a fim de que a sua palavra não destile veneno.
*
Vigie seu entusiasmo para que não constitua imponderação.
*
Cultive seu zelo nobre, mas não faça dele uma cartilha escura de violência.




Francisco Cândido Xavier. Da obra: Agenda Cristã
Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 

domingo, 13 de novembro de 2011

Crítica



Diante dos acontecimentos chocantes do dia-a-dia e face a determinados comportamentos equivocados que recebem aplauso geral, vem-te a tentação de criticar.
Algumas palavras bem colocadas, e serão suficientes para desmascarar mandatários inescrupulosos e indivíduos subservientes de conduta vil.
Quase todas as pessoas do círculo onde eles se movimentam, conhecem- lhes as falhas. Não obstante, sorriem com falsa anuência em relação à sua forma de viver, quase os detestando.
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Tu, que procuras ser honesto contigo mesmo e com o teu próximo, ficas magoado, desejoso de te referires às deficiências que caracterizam essas pessoas e esses fatos.
Este procedimento em nada ajudará aos criticados, que se irritarão, carregando-se de ódio contra ti e passando a perseguir-te, piorando a própria situação.
A crítica ácida, inspirada pela revolta ou pelo ressentimento, não contribui para a mudança delas ou das ocorrências examinadas.
Ninguém gosta de sofrer críticas, mesmo quando merecidas.
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A palavra gentil de ajuda e de esclarecimento produz melhor efeito do que a acusação, irada, a censura severa.
A tua melhor maneira de criticar o erro será agir com acerto, diferenciando-te pela forma de atuar, em relação àquele que se comporta irregularmente.
A força da retidão se expressa pela conduta, muito mais do que através das palavras.
Evita a crítica, forma sutil de vingança e, não raro, de despeito sórdido.
A tua vida deve tornar-se uma lição viva de correção e dignidade, sem que estejas apontando os erros e debilidades alheios.





Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 28. LEAL.