"Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar- me com o que tenho." - Paulo. (FILIPENSES, capítulo 4, versículo 11.)
A vertigem da posse avassala a maioria das criaturas na Terra.
A vida simples, condição da felicidade relativa que o
planeta pode oferecer, foi esquecida pela generalidade dos homens.
Esmagadora percentagem das súplicas terrestres não consegue avançar além
do seu acanhado âmbito de origem.
Pedem-se a Deus absurdos estranhos. Raras pessoas se
contentam com o material recebido para a solução de suas necessidades,
raríssimas pedem apenas o "pão de cada dia", como símbolo das aquisições
indispensáveis.
O homem incoerente não procura saber se possui o menos
para a vida eterna, porque está sempre ansioso pelo mais nas
possibilidades transitórias. Geralmente, permanece absorvido pelos
interesses perecíveis, insaciado, inquieto, sob o tormento angustioso da
desmedida ambição. Na corrida louca para o imediatismo, esquece a
oportunidade que lhe pertence, abandona o material que lhe foi concedido
para a evolução própria e atira-se a aventuras de conseqüências
imprevisíveis, em face do seu futuro infinito.
Se já compreendes tuas responsabilidades com o Cristo,
examina a essência de teus desejos mais íntimos. Lembra-te de que Paulo
de Tarso, o apóstolo chamado por Jesus para a disseminação da verdade
divina, entre os homens, foi obrigado a aprender a contentar-se com o
que possuía, penetrando o caminho de disciplinas acerbas.
Estarás, acaso, esperando que alguém realize semelhante aprendizado por ti?
Francisco Cândido Xavier. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel.
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