Quando chega a primavera, nos extasiamos ante a variedade de cores e esbanjamento de vida.
Com extraordinária alegria, saudamos a estação das flores, dos perfumes, das bênçãos do sol, da amenidade dos dias, dos cânticos dos pássaros.
Vivemos intensamente a estação primaveril, mesmo sabendo que, em poucos meses, tudo isso desaparecerá, que o inverno chegará com seus dias gélidos, cinzentos.
Mesmo sabendo que as flores fenecerão nos jardins, que as árvores ficarão despidas de folhagens, mostrando seus braços nus.
É de nos perguntarmos por que não ficamos extremamente tristes com essa mutação permanente que se apresenta nos quadros da natureza.
É que todos estamos plenamente cientes de que as estações se sucedem, periodicamente, e que, passado o inverno, com seus mantos de gelo, a primavera retornará a cantar hosanas no mundo.
* * *
Se isso acontece na natureza, por que não pode o mesmo acontecer entre os seres humanos, filhos de um Pai amoroso e bom?
Por que ainda insistimos que, depois da morte física, nada mais existe?
Recordamos Jesus, lecionando a respeito da erva do campo, que Deus veste de forma magnífica, a erva que hoje reverdece o campo e logo mais, será lançada ao fogo, por estar seca.
Ele nos indaga, em síntese: Acaso não sois muito mais importantes, filhos do Pai Celeste?
A ciência estabelece que, neste mundo, nem a menor partícula atômica desaparece sem deixar vestígio. Nada se perde, tudo se transforma.
Por que seria diferente com a alma do homem, criada à imagem e semelhança de Deus?
Deus é eterno, a alma é imortal. Semelhança. Por que haveria o homem de estudar tanto, se aprimorar, lutar, amar, se engrandecer na Terra se fosse para acabar no túmulo? Ou como um simples punhado de cinzas, jogado aos ventos?
Seria somente o homem destinado para a finitude, para o se findar, de forma irremediável, depois de cinquenta, setenta ou cem anos sobre a Terra?
Se tudo vive, revive, se transforma, ressurge além, por que deveria ser diferente com o Espírito?
Isso nos remete à forma como encaramos a morte. Quando parte um ser querido, choramos como se fosse perda irreparável.
Alguns nos revoltamos. Acusamos Deus de padrasto, com tudo o que, de forma preconceituosa, julgamos amargo na palavra.
Justa é a tristeza pela separação de alguém que realiza, antes de nós, a grande viagem, rumo ao Além.
Contudo, não devemos chorar demasiadamente os nossos mortos queridos. Como ensinam as almas de luz, tristeza prolongada é censura muda que se faz ao Criador.
Pensemos nisso. Recordemos a noite que sucumbe ante a madrugada de luz. Lembremos da primavera que arrebenta em flores e cores, depois de ter adormecido, durante a estação invernosa.
Recordemos a lagarta que ressurge como alada borboleta.
Somos imortais. Nossos mortos queridos estão de pé. Eles nos veem, prosseguem a ter por nós os mesmos sentimentos. E nos aguardam.
Oremos por eles, enviemos-lhes nossas vibrações de carinho, abracemo-los com nossas preces.
Logo mais, tornaremos a estar juntos, no Além ou sobre esta bendita Terra de Deus.
Redação do Momento Espírita
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixem seu comentário, ficamos felizes com suas contribuições.