Espíritos
culpados, somos
quase todos.
Julgávamos
que o poder transitório, entre os homens, nos fosse conferido
como sendo privilégio a imaginário merecimento e usamo-lo por
espada destruidora, aniquilando a alegria dos semelhantes...
Contudo,
renascemos nos últimos degraus da subalternidade, aprendendo
quanto dói o cativeiro da humilhação.
Acreditávamos
que a moeda farta nos situasse a cavaleiro dos desmandos de
consciência...
Entretanto,
voltamos à arena terrestre, em doloroso pauperismo,
experimentando a miséria que infligimos aos outros.
Admitíamos
que as vítimas de nossos erros deliberados se distanciassem,
para sempre, de nós, depois da morte.
Mas
tornamos a encontra-las no lar, usando nomes familiares, no seio
da parentela, onde nos cobram, às vezes com juros de mora, as dívidas
de outro tempo, em suor do rosto, no sacrifício constante, ou
em sangue do coração, na forma de lágrimas.
Supúnhamos
que os abusos do sexo nos constituíssem a razão de viver e
corrompemos o coração das almas sensíveis e nobres com as
quais nos harmonizávamos, vampirizando-lhes a existência...
No
entanto, regressamos ao mundo em corpos dilacerados ou
deprimidos, exibindo as estranhas enfermidades ou as gravosas
obsessões que criamos para nós mesmos, a estampar na apresentação
pessoal a soma deplorável de nossos desequilíbrios.
Espíritos
culpados!
Somos
quase todos.
A
Perfeita Justiça, porém, nunca se expressa, sem a Perfeita
Misericórdia e abre-nos a todos, sem exceção, o serviço do
bem, que podemos abraçar na altura e na quantidade que
desejarmos, por recurso infalível de resgate e reajuste,
burilamento e ascensão.
Atendamos
às boas obras quanto nos seja possível.
Cada
migalha de bem que faças é luz contigo, clareando os que amas.
E
assim é porque, de conformidade com as Leis Divinas, o aperfeiçoamento
do mundo depende do mundo, mas o aperfeiçoamento em nós mesmos
depende de nós.Chico Xavier / Emmanuel
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