quarta-feira, 16 de julho de 2014

Ideais e Sonhos




Como um idealista pode viver sob um regime ditatorial? Como administrar sonhos de grandeza em um país onde tudo é proibido?

Será melhor desistir dos próprios anseios e acomodar-se?

Para Ziauddin, vivendo no Swat, anexado ao Paquistão, a instrução era o ideal da sua vida. E ele não estava disposto a abdicar disso.

Abriu sua escola e foi de casa em casa, tentando convencer os pais a enviarem seus filhos para estudar. E a inaugurou com três alunos.

Perto da entrada do prédio, pintou a frase: Estamos comprometidos a construir para você o chamado da Nova Era.

Ele queria que o povo se unisse contra seu maior inimigo, que não era o Talibã, nem os estrangeiros ou dominadores de qualquer procedência. Era a ignorância.

Ele desejava uma revolução, inspirada em grandes heróis. Mas de um modo adequado aos tempos atuais: com canetas, não com espadas, nem com armas sofisticadas ou mísseis de longo alcance.

Por isso, naquele dia, mesmo com somente três alunos, tudo realizou em grande estilo, cantando o Hino Nacional e hasteando a bandeira.

Quando foi registrar a escola, conforme as exigências legais, foi ridicularizado. Uma escola com somente dois professores?

Quando lhe sugeriram que ele deveria pagar propina, defendeu, com garra, seu direito de abrir a escola, afirmando que os funcionários daquela repartição deveriam atender ao seu dever.

E, apesar de todas as adversidades, continuou a pensar grande. Criticado por seu sócio, por seus parentes, ele perseverou.

Na primeira inspeção, ganhou uma enorme multa porque o oficial que lá compareceu, não recebeu a propina que esperava.

Parecia que o estabelecimento estava destinado a perecer. Mas Ziauddin não iria, jamais, abrir mão de seu sonho. Buscou ajuda, fez empréstimos.

Levou sua família para viver nos cômodos, em cima das salas de aula.
E fazia tudo. Era professor, contador, diretor, varria chão, caiava as paredes, limpava os banheiros, subia nos postes de eletricidade e colocava faixas de propaganda da escola.

Finalmente, quando o dinheiro começou a entrar, abriu uma segunda escola. E contratou propaganda na televisão. Pensar grande, sem limites.

Conseguiu ter oitocentos alunos, divididos em três escolas. Meninos e meninas, mesmo com toda a pressão política para as meninas ficarem em casa.

Naturalmente, os lucros eram poucos pois, preocupado com a educação, ele mantinha mais de cem vagas gratuitas, para aqueles que não dispunham de condições para pagar.

Para alguns desses, ainda oferecia café da manhã e almoço porque, dizia, com fome é difícil aprender.


*   *   *

Os idealistas são pessoas de fibra. Não se atemorizam, nem cedem aos percalços.

Pensam no objetivo que desejam alcançar, veem os benefícios que seus sonhos podem gerar ao próximo e se mantêm firmes.

Perseverança é a sua bandeira.
Como eles, não deixemos de sonhar. Não abandonemos nossos ideais de engrandecimento e nobreza. Mantenhamo-nos firmes na posição de quem sabe e deseja alterar o panorama do mundo para melhor, muito melhor.


Redação do Momento Espírita

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