quinta-feira, 17 de abril de 2014

Quando Me Amo



Quando me amo...

Acendo uma luz que clareia meus porões esquecidos, deixando para trás os erros e derrotas de tempos idos, e volto a respirar.
Quando me amo...

Aprendo a olhar para dentro, descobrindo-me em parte “potência”, em parte “possibilidade” – aquilo que já sou, aquilo que serei; onde já estou, onde quero estar.

Quando me amo...

Acolho-me feito mãe acolhe um filho ferido: dando colo, amparando o choro, aconselhando a refazer os caminhos. Não me engole a culpa; não me desestimula a derrota.

Quando me amo...

Cuido do corpo, como o lavrador cuida de sua enxada – instrumento preciso de trabalho e de vida adorada.

Cuido também da nutrição da alma: o que escolho assistir, o que escolho ler, pensar e dizer.

Quando me amo...

Vejo minh´alma como a escultura debaixo do mármore de Michelangelo, e entendo que a dor é cinzel que vai retirando um pouco aqui, um pouco lá, até que tudo se transforme em belo Davi.
Quando me amo...

Clareio também a tua face, pois toda luz não fica guardada, não há quem disfarce, um farol a reluzir sobre um monte erguido no ar.
Quando me amo...

Inspiro o teu auto amor, para que possas te amar e crescer, assim  como nova flor, que um dia foi broto, que um dia foi semente, que um dia foi sonho de florescer.

Quando me amo...

Amo-te com mais profundidade, pois conhecendo-me, conheço-te melhor também.

*   *   * 

A proposta de Jesus em torno do amor é das mais belas psicoterapias que existe:

Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, numa trilogia harmônica.

Como ainda temos dificuldade em conceber o absoluto, para nos adequarmos à proposição crística, invertemos a ordem do mandamento, amando-nos de início, afim de desenvolver as aptidões que dormem em latência e acumularmos valores iluminativos, ao longo dos dias.

Assim, nosso grande caminho de amor precisa começar com o auto amor, pois sem auto amar-se, o homem não consegue amar ao seu próximo e tão pouco amar o Criador.

Começamos a jornada dentro de nós, pois auto amor pede autoconhecimento, pede mergulho profundo para dentro de nós.

O autoconhecimento é o meio prático mais eficaz que temos para melhorar nesta vida e resistirá atração do mal.

E quem trabalha por sua melhora está se auto amando.

Cada movimento que fazemos no sentido de desenvolver nossas aptidões, e de acumular valores que nos façam pessoas melhores, é auto amor.

Naturalmente, esse amor a nós mesmos nos conduzirá ao nosso próximo.

Primeiro, porque o auto amor só se constrói e se vitaliza no encontro.

Segundo, porque quando temos uma cota de amor mais madura, mais consciente, conseguimos amar o outro melhor.

Nossas relações se harmonizam, nosso coração fica em paz, nossas angústias desaparecem.

*   *   *

Que possamos nos proporcionar mais momentos de autoencontro, com o objetivo de aprimorar nosso autoamor, que é a chave de todo nosso desenvolvimento no Universo.

Redação do Momento Espírita

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