quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Justiça das aflições



Somente na vida futura podem efetivar-se as
compensações que Jesus promete aos aflitos
da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas
seriam um contra-senso; mais ainda: seriam um
engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente
se compreende a conveniência de sofrer para ser
feliz. É, dizem, para se ter maior mérito.
Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns
mais do que outros? Por que nascem uns na
miséria e outros na opulência, sem coisa
alguma haverem feito que justifique essas
posições? Por que uns nada conseguem, ao passo
que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que
ainda menos se compreende é que os bens e os
males sejam tão desigualmente repartido entre o
vicio e a virtude; e que os homens virtuosos
sofram, ao lado dos maus que prosperam.
A fé no futuro pode consolar a infundir paciência,
mas não explica essas anomalias, que parecem
desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde
que admita a existência de Deus, ninguém o
pode conceber sem o infinito das perfeições.
Ele necessariamente tem todo o poder toda
a justiça, toda a bondade, sem o que não seria
Deus. Se é soberanamente bom e justo, não
pode agir caprichosamente, nem com parcialidade.
Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma
causa e, pois se Deus é justo, justa há de ser
essa causa. Isso o de cada um deve bem
compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus,
Deus pôs os homens na direção dessa causa,
por meio do Espiritismo, isto é,
pela palavra dos Espíritos.


Allan Kardec

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