Conta-se que, certa vez, uma mãe procurou um médium, famoso por sua dedicação ao próximo. Levava ao colo sua filha.
A menina devia ter seus sete para oito anos. Podia se perceber o esforço da mãe sustentando a própria filha nos braços.
Ela crescera e pesava. Entretanto, não podia se manter em pé, dadas as dificuldades físicas de que era portadora. Era visível, ainda, a limitação mental da criança, parecendo alheia a tudo, olhando para o nada.
A mãe, entre lágrimas, explicou que grande era o seu sofrimento em ver a filha em tais condições. Doía-lhe a alma constatar que ela, para toda a vida, precisaria ter quem a auxiliasse nas mínimas questões.
Ela não podia se alimentar sozinha, nem fazer a própria higiene, sequer deslocar-se de um para outro lado.
Era extremamente limitada.
Ela e o marido haviam aguardado com grande ansiedade o seu nascimento. Esperavam um anjo. E quando o anjo chegara, perceberam que ele tinha as asas partidas.
Não podia alçar voo. Sequer podia se manter ereto, caminhar.
Naturalmente, entre as lágrimas, uma indagação foi feita ao médium:
Por que Deus me deu uma filha excepcional? Somos um casal sem as condições adequadas para lhe oferecer.
Não temos grandes posses. Somos pessoas simples. As exigências de minha filha impedem que eu possa me dedicar a trabalho remunerado. Com isso, crescem as necessidades no lar.
Ela precisa que eu a leve ao fonoaudiólogo, à fisioterapia, além de necessitar cuidados médicos, que sempre nos surpreendem, dada a sua saúde frágil.
Por que Deus nos concedeu esta filha, sem que a possamos amparar devidamente?
O médium acariciou a cabeça da criança, demoradamente. Ela reagiu como que adormecendo, calma, no ombro materno. Depois, ele se voltou para a mãe sofrida e lhe disse:
Minha filha, acredite. Os pais de crianças especiais são muito especiais.
Se Deus lhe confiou e ao seu marido a guarda deste Espírito, encarcerado em limitações, é porque tem a certeza de que ambos darão conta de atendê-la.
Não é qualquer pessoa que pode aninhar nos braços uma criança que não oferecerá sorrisos às brincadeiras habituais dos pais, que não poderá correr atrás de uma bola, nem vestir bonecas.
Não é qualquer pessoa que tem a capacidade de amar, de forma incondicional, um ser que somente espera carinho, atenção, sem conseguir retribuir, externamente.
Sim, minha filha. Somente a seres muito especiais Deus confere tal missão.
* * *
Um filho especial precisa de uma família especial. Mãe e pais, vocês são especiais. Não desanimem. Prossigam ofertando o seu amor pleno, brotado dos seus corações.
O amor cura todas as dores. O amor supera todos os óbices.
Envolvam em sua ternura a esse filho especial, cantando poemas de esperança aos seus ouvidos.
E, se parecer difícil tudo empreender, superar, oferecer, lembrem-se do Pai Altíssimo e roguem:
Senhor, dai-nos forças para passar por esta provação. Ajudai-nos a nós e a nosso querido filho. Desejamos vencer, juntos.
Redação do Momento Espírita
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