sábado, 14 de fevereiro de 2015

Onda Sem Fim


A cena se passa em um supermercado. Com os dois netos, a avó faz compras. Somente o essencial, o que está anotado na curta lista que tem nas mãos.
A menina apanha da prateleira um bolo confeitado, maravilhoso e o coloca no carrinho de compras. No caixa, a avó percebe que não tem dinheiro suficiente e pede para devolvê-lo.
A garota insiste e a avó explica que, em outro momento, quando tiverem condições, comprarão um bolo.
Você disse isso da outra vez. – Responde a menina.
Um rapaz, que a tudo assistia, comprou o bolo deixado no caixa, alcançou os três e o depositou nas mãos da criança.
Não, disse a avó, não podemos aceitar. O senhor não tem obrigação nenhuma de fazer isto.
Na verdade, tenho. – Disse, com um sorriso. Quando eu tinha sete anos, estava no supermercado e escolhi um bolo. Era meu aniversário. Minha mãe explicou que não tínhamos dinheiro. E um homem o comprou, mandou embrulhá-lo e me entregou.
Insistiu para que minha mãe me deixasse aceitá-lo. Ela pediu que ele escrevesse seu número de telefone em um papel para quando possível, lhe devolver o valor.
Ele escreveu algo no papel e colocou no bolso da minha camisa.
Então, diz a avó, escreva seu número de telefone. Devolveremos o valor, assim que pudermos.
As crianças chegaram em casa, carregando as sacolas. A menina, feliz, foi ao encontro do avô, que estava em uma cadeira de rodas e depositou-lhe no colo o bolo.
Feliz aniversário, vovô!
Obrigado, disse ele. É o meu favorito.
E para a esposa: Você não deveria gastar com bolo. Sabe de nossas dificuldades.
Foi um rapaz que o comprou e o ofereceu. Pedi que escrevesse neste papel o número do telefone dele. Veja.
Ele abriu o papel dobrado e leu: Um simples ato de carinho cria uma onda sem fim.
Rapidamente, sua mente o remeteu para uma cena no supermercado. Era ele, em plena madureza, vendo uma mãe explicando para um menino de sete anos que não tinha dinheiro suficiente para comprar o bolo de aniversário.
Ele o adquirira e o entregara ao menino, cujos olhos brilharam.
E, ante o pedido da mãe, para que anotasse seu número de telefone em um papel, escrevera aquela mesma frase.
Sim, um simples ato de carinho cria uma onda sem fim. É a corrente do bem. E, de formas muito específicas, também alcança quem o praticou.
*   *   *
Alguém escreveu que o Universo é um ser vivo. Nele tudo é em ritmo de harmonia. Se, por exemplo, uma borboleta levanta as suas asas no oceano pacífico, isso repercute nas galáxias.
Estamos todos interligados como num imenso mar de vibrações. Mergulhados no hálito Divino do amor, que nos sustenta.
Por isso, tudo que fazemos repercute, ressoa. Quando realizamos o bem, por menor nos pareça o gesto, isso vibra e alcança alguém, próximo ou distante.
Pensemos nisso e estribemos nossos atos no bem, elejamos como propósito diário fazer uma pessoa feliz. Poderá simplesmente ser sorrindo para o vizinho, desejando um bom dia, devolvendo a bola que cai em nosso jardim aos meninos, um gesto de cortesia, cedendo passagem no trânsito.
Uma ação por dia. Um gesto de carinho. Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita

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