A família estava se mudando para um bairro, do outro lado da cidade.
Os
amigos aconselharam a ter muito cuidado, a trancar as portas, o portão,
coisas que não tinha o hábito de fazer. Afinal, ali eram todos amigos.
Os vizinhos cuidavam uns dos outros.
O caminhão da mudança foi à frente e os carregadores receberam instruções de trancar a casa. Mas, esqueceram desse detalhe.
Quando
a família chegou, assustou-se. A porta estava aberta. Entrou
cuidadosamente na casa, o pai à frente, em atitude defensiva.
Logo constataram que alguém havia estado ali, naquele curto período de tempo.
Os
intrusos tinham deixado um cartão de visita. Sobre o balcão da cozinha,
havia um bule de café recém coado, um bolo de chocolate, um vidro
grande de doce e todos os ingredientes para uma refeição de boas-vindas
ao bairro.
* * *
A
desconfiança, muitas vezes, nos faz sermos infelizes. A violência que
vemos, no mundo, nos faz esquecer que existem corações bondosos,
criaturas prestativas e generosidade crescente.
Não
nos permitamos erguer muros na alma. Se a segurança física nos exige
que tranquemos portas, janelas e tenhamos sistemas de alarme em nossas
casas e em nossos carros, não nos permitamos fazer o mesmo com as portas
dos nossos corações.
No
mundo onde a solidão é tão grande, onde as pessoas passam com rapidez
sem olhar para o lado, permitamo-nos o sorriso espontâneo, o gesto
gentil.
Experimentemos entrar no elevador, cada manhã e saudar a todos com um Bom dia!
Acostumemo-nos a indagar dos vizinhos, ao cruzar com eles, na rua, ou ao passar em frente a suas casas, como está sua saúde.
Habituemo-nos a dizer Olá, oi. Como vai?
Exercitemos
o agradecimento a funcionários que nos abram a porta do carro no
estacionamento, em locais de trabalho. Eles não são robôs, nem máquinas
eletrônicas. São criaturas que amam, têm família, sentimentos e apreciam
um agradecimento, um sorriso.
Alonguemos
o exercício a caixas de supermercados, que ficam longas horas em
trabalho mecânico e exaustivo, quase sempre recebendo somente
reclamações.
Utilizemos, com frequência, Por favor... Pode fazer a gentileza de... Seria possível me dizer... Poderia me informar?
A
tecnologia cada dia nos oferece maior conforto material, contudo não
nos tornemos nós também técnicos no relacionamento interpessoal.
Não
nos esqueçamos de que somos seres humanos, a caminho da angelitude. Não
nos tornemos máquinas de raciocinar, porque toda vez que o coração
deixa de abraçar o cérebro, o mundo enlouquece.
O Mestre de Nazaré ensinou: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei.
O amor começa e termina nas coisas mais simples, pequenas e insignificantes.
Comecemos hoje nosso exercício de amar.
* * *
Em toda parte a astúcia, a violência e o crime se apresentam vitoriosos. Estes são dias de insensatez e cálculo para o mal.
Certamente, há uma avalanche de loucura ameaçadora.
Mas, jamais houve tanto amor e tanta bondade na Terra.
Inumeráveis pessoas acreditam e trabalham pelo seu próximo, promovendo a era da felicidade.
Unamo-nos a esses heróis anônimos do bem e projetemos o homem, ajudando-o a ser livre e ditoso.
Redação do Momento Espírita
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