sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Rastros


Os que estudam a fauna e nesse estudo se esmeram, sabem reconhecer, identificar os animais pelos rastros que deixam em sua passagem: as pegadas, os dejetos, as construções ou a destruição.
Os homens, igualmente, por onde passam, deixam suas marcas.
Há os que realizam, felizes, viagens turísticas e vão marcando o caminho com o que não mais necessitam ou de que se serviram: latas, papéis, cascas de frutas. Tudo jogado pela janela do carro ou deixado na areia, no campo ou na montanha.
Itens que vão assinalando a sua passagem. Parece que, quais os meninos que temiam não encontrar o caminho de volta para casa, necessitam deixar marcas precisas pelo caminho, a fim de poderem retornar, em outro momento.
Quem segue atrás de pessoas que assim se portam, logo reconhece que aquelas não primam pela educação e que não se importam com mais ninguém que consigo mesmas.
São pessoas que vivem no mundo como se somente elas existissem, que não atentam para o bem-estar alheio, com o dia seguinte, com o local em que vivem.
São essas mesmas que não se preocupam em colaborar com a coleta seletiva do lixo, que não economizam água mesmo em épocas de crise de abastecimento.
Para essas, o fato de pagar pelo consumo lhes dá o direito de usufruir sem limites, sem pensarem se o que desperdiçam, fará falta a outras comunidades.
São criaturas que não têm consciência de que a Terra é um único e grande lar de uma só Humanidade. Pessoas que não pensam no amanhã, que não se preocupam com a sustentabilidade do planeta, com o mundo do futuro.
Mas existe um outro tipo de marcas que, igualmente, deixamos no mundo.
São as marcas morais. Não são visíveis senão para os que têm olhos de ver, os que veem o seu entorno e com ele se importam.
Essas marcas são determinadas pelo comportamento, a conduta.
Cada um de nós, onde se situe, impregna, com suas vibrações, o local. Por isso mesmo, alguns somos muito benquistos, outros, nem tanto.
Alguns somos prestativos, simpáticos, de tal forma que nossa ausência é sentida, por mínima que seja. É percebida a falta do nosso sorriso, da nossa graça, do nosso bom humor. E nos recordam, rememorando procederes e ações que nos caracterizam.
Assim, se desejamos marcar nosso caminho com pegadas luminosas, comecemos hoje o exercício da gentileza.
Um sorriso, um por favor, obrigado, podem ser o início. E nos tornemos mais prestativos, solidários, amigos.
Francisco de Assis deixou impregnada de vibrações positivas a Porciúncula. Até hoje, quem a visite, se aquieta espontaneamente, sentindo bem-estar.
A nós cabe a decisão de registrar nossa passagem com as coisas positivas ou negativas.
*   *   *
Deixemos nossas marcas de bondade nas alheias vidas para que, mesmo após nossa partida da Terra, elas prossigam apontando caminhos de segurança, iluminando a estrada.
Um gesto de bondade poderá estimular a muitos.
Nossa palavra afetuosa poderá sustentar quem se encontra abraçado ao desânimo.
Nossa fortaleza moral poderá se constituir em apoio a quem está prestes a soçobrar.
Hoje, enquanto aqui estamos, marquemos de forma indelével nossa passagem.
Amanhã, os que percorrerem as mesmas veredas, encontrarão pontos luminosos de esperança, otimismo, bem-estar.
Pensemos nisso desde hoje, desde agora.

Redação do Momento Espírita.

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