Até
onde vai a capacidade de amar de uma pessoa? Fala-se muito a respeito
do amor de mãe, verdadeiramente qualificado como excepcional.
Mas,
quando se menciona a vida a dois, alguns casais demonstram tal
intensidade no amor, que deixam boquiabertos os que os conhecem.
Isso
nos faz lembrar de Mário e Lia. O filho teve poliomielite e ficou com
várias sequelas. Os pais se revezavam no atendimento às suas
necessidades.
Certo
dia, estavam os três no jardim. Mário aparava a grama, enquanto Lia e o
filho o observavam. De repente, ela começou a sentir frio nas pernas.
Logo,
Mário foi ao interior da casa e buscou um cobertor. Mas, o frio não
passou. Avançou noite adentro e, no dia seguinte, ele a conduziu ao
hospital.
Lia
foi internada a fim de ser submetida a uma bateria de exames
complicados. Grave doença circulatória se manifestara, de forma
intempestiva. Naquela mesma semana, ela teve amputada uma das pernas,
acima do joelho.
E,
na semana seguinte, foi a outra, próxima ao quadril. O quadro piorou e
ela teve amputadas as duas mãos. A fragilidade da circulação local
impedia o recebimento de próteses.
Em
todo esse drama, que se desenrolou em apenas trinta dias, Lia nunca
reclamou nem de dor, nem de cansaço. No hospital, as fisioterapeutas e
psicólogas buscavam amenizar a dificuldade, distraindo-a com
brincadeiras que ela, facilmente, aceitava.
Sabia
ser gentil e agradecida. E o marido, firme, ao lado dela. Quando ela
recebeu alta hospitalar, ele continuou a levá-la, várias vezes na
semana, para o trabalho de preparação para receber prótese dos membros
inferiores.
Era de tal forma atencioso, carinhoso no trato para com ela que as estagiárias, em observando, brincavam com Lia:
Você trate muito bem este marido porque, do contrário, iremos roubá-lo de você.
* * *
Amor,
insuperável amor, que transcende a beleza e a integridade física, que
mantém acesa a chama do carinho, acima e além de qualquer circunstância.
Ao criar os Espíritos, Deus lhes conferiu a Sua própria essência de amar. Por isso, o amor é a vida em expansão.
E,
por essa mesma razão, os seres se atraem para o fenômeno da comunhão.
E, onde reinem problemas, dificuldades, incapacidades, o amor enseja
soluções, solidariedade, companheirismo.
Quando a criatura humana ama com a profundidade real, que a leva a esquecer-se de si mesma, torna-se força ativa da alegria, saudavelmente direcionada para o altruísmo.
Por isso, onde vige o amor, a dor é diminuída no algodão aconchegante da ternura e o amparo se faz presente, em todas as horas.
No amor se iniciam todas as coisas e seres, sob o hálito Divino, e nele se plenificam as criaturas.
Somente
o amor, com sua força insuperável, possui a energia transformadora para
tudo suportar, firme, ao lado de quem padece limitações, de qualquer
ordem.
Atendamos pois ao convite do Divino Pastor: Amai-vos, como eu vos amei.
E façamos do amor nosso estandarte de vida, de propósitos, de luz.
Redação do Momento Espírita
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