quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A Outra Janela


  
A menina debruçada na janela trazia nos olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor causado pela morte de seu cão de estimação. Com pesar observava atenta ao jardineiro a enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras. A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.
O avô que observava a aproximou-se a envolveu em um abraço e falou-lhe com serenidade: - "Triste a cena, não é verdade?" A netinha ficou ainda mais triste e as lágrimas rolaram em abundância. No entanto, o avô que desejava confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra realidade pegou-lhe pela mão e a conduziu para uma janela opostamente localizada na ampla sala. 
Abriu as cortinas e permitiu-a que visse o jardim florido a sua frente e lhe perguntou carinhosamente: - "Está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali a frente? Lembra que você me ajudou a plantá-lo? Foi em um dia de sol como hoje que nós dois o plantamos. Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos e hoje veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas." 
A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre umas e outras das tantas rosas de variados matizes que enfeitavam o jardim. 
O avô, satisfeito pôr tê-la ajudado a superar o momento de dor falou-lhe com afeto: - Veja, minha filha. A vida nos oferece sempre várias janelas. 
Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro, voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente. 
Tantos são os momentos de nossa existência, tantas as oportunidades de aprendizado que nos visitam no dia-a-dia, que não vale a pena sofrer diante de quadros que não podemos alterar. 
São experiências valiosas da vida, das quais devemos tirar lições oportunas sem nos deixar tragar pelo desespero e revolta, que só infelicitam e denotam a falta de confiança em Deus. 
Se hoje você está a observar um quadro desolador, lembre-se de que existem tantas outras janelas, com paisagens repletas de promessas de melhores dias.

(Autor Desconhecido) 

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