Existem coisas pequenas e grandes, coisas que levaremos para o resto de nossas vidas.
Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas, depende de cada um, depende da vida de cada um de nós.
Levaremos
lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que
nos marcaram e irão nos marcar, que irão mexer com a nossa existência em
algum instante.
Provavelmente
iremos pela vida afora colecionando essas ocorrências, colocando em
ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante, cada momento que
interferiu em nossos dias, que deixou marcas; cada instante que foi
cravado no nosso peito como uma tatuagem.
Marcas, isso, serão marcas. Umas mais profundas, outras superficiais, porém, com algum significado também.
Serão
detalhes que guardaremos dentro de nós e que se contarmos para
terceiros, talvez não tenham a menor importância, pois só nós saberemos o
quanto foi incrível vivê-los.
Poderá
ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia, uma carta, um
e-mail, uma viagem, uma frase que alguém tenha nos dito num determinado
momento.
Poderá ser um raiar de sol, um buquê de flores que se recebeu, um cartão de Natal, uma palavra amiga num momento preciso.
Talvez
venha a ser um sentimento que foi abandonado, uma decepção, a perda de
alguém querido, um certo encontro casual, um desencontro proposital.
Quem
sabe uma amizade incomparável, um sonho que foi alcançado após muita
luta, um que deixou de existir por puro fracasso. Pode ser simplesmente
um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo.
Para o resto de nossas vidas levaremos pessoas guardadas em nossas memórias.
Umas
porque nos dedicaram um carinho enorme, outras porque foram objeto do
nosso amor e, ainda outras por terem nos magoado profundamente – essas
que aguardam nosso perdão.
Lá
na frente é que poderemos realmente saber a qualidade de vida que
tivemos, a quantidade de marcas que conseguimos carregar conosco e a
riqueza que cada uma delas guardou dentro de si.
Bem
lá na frente é que poderemos avaliar do que exatamente foi feita a
nossa vida, se de amor ou de rancor, se de alegrias ou de tristezas, se
de vitórias ou derrotas, se de ilusões ou de realidades.
Pensemos
sempre que hoje é só o começo de tudo, e que se houver algo de errado,
ainda está em tempo de ser mudado, e que o resto de nossas vidas de
certa forma ainda está em nossas mãos.
* * *
A vida não é uma correnteza bravia que nos leva adiante, ou, pelo menos, não deveria ser.
Precisamos
saber que estamos no comando de nossa embarcação, e que somos nós que
escolhemos as direções, as velocidades, os destinos.
Não
nos deixemos levar pelo transcorrer dos dias. Não deixemos a vida
passar por nós e, sim, passemos pela vida, conscientes de tudo, do que
devemos fazer, de quem precisamos amar, de quem precisamos perdoar.
A
vida não é uma correnteza bravia que nos leva adiante, é o rio que
vislumbramos do alto da cabine de comando de nosso Espírito, o rio que
devemos percorrer empregando todo o nosso esforço.
Redação do Momento Espírita
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