sábado, 2 de fevereiro de 2013

Amor, Alimento das Almas


O maior sustentáculo das criaturas é o amor. Todo sistema de alimentação, nas variadas esferas da vida, tem no amor a base profunda. O alimento físico é simples problema de materialidade transitória, como no caso dos veículos terrestres, necessitados de colaboração da graxa e do óleo. A alma, em si, apenas se nutre de amor. Quanto mais nos elevarmos no plano evolutivo da Criação, mais extensamente conheceremos essa verdade. O amor divino é o cibo do Universo.
Tudo se equilibra no amor infinito de Deus, e, quanto mais evoluido o ser criado, mais sutil o processo de alimentação.
"Amai-vos uns aos outros"... Jesus não preceituou esses princípios objetivando tão-somente os casos de caridade, nos quais todos aprenderemos, mais dia menos dia, que a prática do bem constitui simples dever. Aconselhava-nos, igualmente, a nos alimentarmos uns aos outros, no campo da fraternidade e da simpatia. O homem encarnado saberá, mais tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal - patrimônios que se derivam naturalmente do amor profundo - constituem sólidos alimentos para a vida em si. Reencarnados na Terra, experimentamos grandes limitações; voltando para cá, entretanto, reconhecemos que toda a estabilidade da alegria é problema de alimentação puramente espiritual.
Formam-se lares, vilas, cidades e nações em obediência a imperativos tais.
E não se diga que o fenômeno é simplesmente sexual. O sexo é manifestação sagrada desse amor universal e divino, mas é apenas uma expressão isolada do potencial infinito. Entre os casais mais espiritualizados, o carinho e a confiança, a dedicação e o entendimento mútuos permanecem muito acima da união física, reduzida, entre eles, a realização transitória. A permuta magnética é o fator que estabelece ritmo necessário à manifestação da harmonia. Para que se alimente a ventura, basta a presença e, às vezes, apenas a compreensão.
A vida terrestre se equilibra no amor, sem que a maior parte dos homens se aperceba. Almas gêmeas, almas irmãs, almas afins, constituem pares e grupos numerosos. Unindo-se umas às outras, amparando-se mutuamente, conseguem equilíbrio no plano de redenção. Quando, porém, faltam companheiros, a criatura menos forte costuma sucumbir em meio da jornada.
Ainda aqui é possível relembrar o Evangelho do Cristo. "Nem só de pão vive o homem."
O amor é o pão divino das almas, o pábulo sublime dos corações.


(André Luiz, do livro "Nosso Lar", cap. 18, Francisco Cândido Xavier)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixem seu comentário, ficamos felizes com suas contribuições.