terça-feira, 13 de novembro de 2012

Mãe Desnecessária



A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.

Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha.
 
Até agora. Agora, quando minha filha de quase 16 anos começa a dar voos-solo.

Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. 
 
Uma batalha hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje
absolutamente clara.
 
Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.

Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
 
Ser 'desnecessária' é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. 


Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também. 
 
A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. 
 
A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. 
 
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida.

 
Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. 
 
O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado,o conforto nas horas difíceis.
 
Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.
 
Ao aprendermos a ser 'desnecessários', nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.


(Autor Desconhecido)

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