terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Terra






A Terra é um magneto enorme, gigantesco aparelho cósmico em que fazemos, a pleno céu, nossa viagem evolutiva.


Comboio imenso, a deslocar-se sobre si mesmo e girando em torno do Sol, podemos comparar as classes sociais que o habitam a grandes vagões de categorias diversas.


De quando em quando, permutamos lugar com os nossos vizinhos e companheiros.


Quem viaja em instalações de luxo volta a conhecer os bancos humildes em carros de condição inferior.


Quem segue nas acomodações singelas, ergue-se, depois, a situações invejáveis, alterando as experiências que lhe dizem respeito.


Temos aí o símbolo das reencarnações.


De corpo em corpo, como quem se utiliza de variadas vestiduras, peregrina o Espírito de existência em existência, buscando aquisições novas para o tesouro de amor e sabedoria que lhe constituirá divina garantia no campo da eternidade.


Podemos, ainda, filosoficamente, classificar o Planeta, com mais propriedade, tomando-o por nossa escola multimilenária.


Há muitos aprendizes que lhe ocupam as instalações, na expectativa inoperante, mas o tempo lhes cobra caro a ociosidade, separando-os, por fim, de paisagens e criaturas amadas ou relegando-os à paralisia ou à cristalização, em largos despenhadeiros de sombra.


Outros alunos indagam, dia e noite...e, com as perquirições viciosas, perdem os valores do tempo.


Imaginemos um educandário, em cuja intimidade comparecessem os discípulos de primária iniciação, exigindo retribuições e homenagens, antes de se confiarem ao estudo das primeiras lições.


O menino bisonho não poderia reclamar esclarecimentos, quanto à congregação que dirige a casa de ensino onde está recebendo as primeiras letras.


E, ante a grandeza infinita da vida que nos cerca, não passamos de crianças no conhecimento superior.


Vacilamos, tateamos e experimentamos, a fim de aprender e amealhar os recursos do Espírito.


Compete-nos, assim, tão-somente, um direito:  o direito de trabalhar e servir, obedecendo às disciplinas edificantes que a 
Sabedoria Perfeita nos oferece, através das variadas circunstâncias em que a nossa vida se movimenta.


Ninguém se engane, julgando mistificar a Natureza.


O trabalho é divina lei.


Pesquisar indefinidamente, na maioria das vezes é disfarçar a preguiça intelectual.


A vida, porém, é ciosa dos seus segredos e somente responde com segurança aos que lhe batem à porta com o esforço incessante do trabalho que deseja para si a coroa resplandecente do apostolado no serviço.




Francisco Cândido Xavier. Da obra: Roteiro. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Capítulo 8.  

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