Palha italiana é um doce preparado com brigadeiro e biscoito. A mistura fica muito saborosa e chega a ser a preferida de muitas pessoas.
O preparo é simples, rápido e o resultado é delicioso. Por essa razão aquela jovem, cursando arquitetura, pensando em fazer um dinheirinho, começou a preparar e levar palha italiana para a faculdade.
As colegas aderiram, as pessoas de outros cursos também gostaram e as vendas iam muito bem.
Ana começou cobrando um real o pedaço. Os parentes sugeriram que ela aumentasse o preço. Afinal, os ingredientes não são baratos e, ademais, ela precisava valorizar o próprio produto.
Eles diziam: Existem outros doces semelhantes no mercado, por valor superior e nem sempre tão bons quanto o seu. Suba o preço!
Ela resistia. Olhava para os colegas estudantes e achava que seria talvez dispendioso para eles continuarem a comprar como faziam.
A tia insistia: Você precisa valorizar-se e ao seu produto. Não é questão de extorquir o cliente, mas de colocar o preço do real valor.
Ana continuava insegura. Consultou alguns colegas, que acharam caro dois reais.
Então, ela saiu de casa com sua palha italiana e pelo caminho, foi pensando: Será que continuo cobrando um real? Será que subo o preço para um real e cinquenta? Ou será que passo para dois reais?
Que seu produto valia, ela tinha certeza.
Nesse dia, ela encontrou um jovem de outro curso fazendo o mesmo que ela, ou seja, vendendo doces. Só que era brownie.
O preço? Dois reais. Foi o suficiente para encorajá-la. Ela subiu o preço da sua palha italiana para dois reais.
A essa altura, poderíamos cogitar de questões de regulamentação do mercado e de concorrência.
Alunos com pouco dinheiro em mãos, com um doce a um real e outro a dois, poderia ser mais competitivo.
Porém, Ana enxergou o fato como uma possibilidade de subir o preço do doce que oferecia.
O outro estudante conhecia o produto dela. E, apesar de estarem disputando o mesmo nicho de mercado de doces, ou seja, os mesmos estudantes, tiveram ambos uma ideia singela. Ao mesmo tempo, bonita.
Pensaram em trocar os doces entre eles: um pedaço de brownie por uma palha italiana. Um verdadeiro escambo.
Eles não se sentiram competindo. Cada qual valorizou o produto do outro.
E saíram a vender. Ela, a sua palha, enquanto comia um brownie e ele, os seus brownies, enquanto saboreava a palha italiana.
E os clientes comuns compraram brownies e palha. Todos felizes, com açúcar e com afeto.
* * *
Como seria bom se todos agíssemos assim, sem ver no outro um competidor. Alguém que devemos derrubar, seja com preços incompatíveis de serem mantidos a longo prazo, somente para conquistar o mercado, seja depreciando o produto alheio.
Como seria tão mais ameno se entendêssemos que sob esse imenso mundo de Deus, há lugar para todos.
O que conquista o cliente aqui ou ali é o diferencial do atendimento, um jeitinho especial conferido ao produto em oferta, algo simples, que faz a diferença.
E assim continuam todos vendendo, ganhando, vivendo.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita
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