sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Insuperável Amor


Até onde vai a capacidade de amar de uma pessoa? Fala-se muito a respeito do amor de mãe, verdadeiramente qualificado como excepcional.
Mas, quando se menciona a vida a dois, alguns casais demonstram tal intensidade no amor, que deixam boquiabertos os que os conhecem.
Isso nos faz lembrar de Mário e Lia. O filho teve poliomielite e ficou com várias sequelas. Os pais se revezavam no atendimento às suas necessidades.
Certo dia, estavam os três no jardim. Mário aparava a grama, enquanto Lia e o filho o observavam. De repente, ela começou a sentir frio nas pernas.
Logo, Mário foi ao interior da casa e buscou um cobertor. Mas, o frio não passou. Avançou noite adentro e, no dia seguinte, ele a conduziu ao hospital.
Lia foi internada a fim de ser submetida a uma bateria de exames complicados. Grave doença circulatória se manifestara, de forma intempestiva. Naquela mesma semana, ela teve amputada uma das pernas, acima do joelho.
E, na semana seguinte, foi a outra, próxima ao quadril. O quadro piorou e ela teve amputadas as duas mãos. A fragilidade da circulação local impedia o recebimento de próteses.
Em todo esse drama, que se desenrolou em apenas trinta dias, Lia nunca reclamou nem de dor, nem de cansaço. No hospital, as fisioterapeutas e psicólogas buscavam amenizar a dificuldade, distraindo-a com brincadeiras que ela, facilmente, aceitava.
Sabia ser gentil e agradecida. E o marido, firme, ao lado dela. Quando ela recebeu alta hospitalar, ele continuou a levá-la, várias vezes na semana, para o trabalho de preparação para receber prótese dos membros inferiores.
Era de tal forma atencioso, carinhoso no trato para com ela que as estagiárias, em observando, brincavam com Lia:
Você trate muito bem este marido porque, do contrário, iremos roubá-lo de você.
*   *   *
Amor, insuperável amor, que transcende a beleza e a integridade física, que mantém acesa a chama do carinho, acima e além de qualquer circunstância.
Ao criar os Espíritos, Deus lhes conferiu a Sua própria essência de amar. Por isso, o amor é a vida em expansão.
E, por essa mesma razão, os seres se atraem para o fenômeno da comunhão. E, onde reinem problemas, dificuldades, incapacidades, o amor enseja soluções, solidariedade, companheirismo.
Quando a criatura humana ama com a profundidade real, que a leva a esquecer-se de si mesma, torna-se força ativa da alegria, saudavelmente direcionada para o altruísmo.
Por isso, onde vige o amor, a dor é diminuída no algodão aconchegante da ternura e o amparo se faz presente, em todas as horas.
No amor se iniciam todas as coisas e seres, sob o hálito Divino, e nele se plenificam as criaturas.
Somente o amor, com sua força insuperável, possui a energia transformadora para tudo suportar, firme, ao lado de quem padece limitações, de qualquer ordem.
Atendamos pois ao convite do Divino Pastor: Amai-vos, como eu vos amei.
E façamos do amor nosso estandarte de vida, de propósitos, de luz.
 

Redação do Momento Espírita

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