Cada homem tem a vida exterior, conhecida e analisada
pelos que o rodeiam, e a vida íntima da qual somente ele próprio poderá
fornecer o testemunho.
O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons ou maus e todas as expressões exteriores guardam aí os seus fundamentos.
Em regra geral, todos somos portadores de graves deficiências íntimas, necessitadas de retificação.
Mas o trabalho de purificar não é tão simples quanto parece.
Será muito fácil ao homem confessar a aceitação de
verdades religiosas, operar a adesão verbal a ideologias edificantes...
Outra coisa, porém, é realizar a obra da elevação de si mesmo,
valendo-se da auto-disciplina, da compreensão fraternal e do espírito de
sacrifício.
O apóstolo Tiago entendia perfeitamente a gravidade do
assunto e aconselhava aos discípulos para que limpassem as mãos, isto é,
retificassem as atividades do plano exterior, renovassem suas ações ao
olhar de todos, apelando para que se efetuasse, igualmente, a
purificação do sentimento, no recinto sagrado da consciência, apenas
conhecido pelo aprendiz, na soledade indevassável de seus pensamentos. O
companheiro valoroso do Cristo, contudo, não se esqueceu de afirmar que
isso é trabalho para os de duplo ânimo, porque semelhante renovação
jamais se fará tão-somente à custa de palavras brilhantes.
Francisco Cândido Xavier. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 18.
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