Um autor desconhecido
escreveu certa vez que a alegria, a tristeza, a vaidade, a sabedoria, o amor e
outros sentimentos habitavam uma pequena ilha. Certo dia, foram avisados que
essa ilha seria inundada.
Preocupado, o amor
cuidou para que todos os outros se salvassem, falando:
Fujam todos, a ilha
vai ser inundada.
Todos se apressaram a pegar seu barquinho para se abrigar em um morro bem alto, no continente. Só o amor não teve pressa. Quando percebeu que ia se afogar, correu a pedir ajuda.
Para a riqueza
apavorada, ele pediu: Riqueza, leve-me com você.
Ao que ela respondeu: Não posso, meu barco está cheio de ouro e prata e não tem lugar para você.
Passou então a
vaidade e ele disse: Dona Vaidade, leve-me com você...
Sinto muito, mas você
vai sujar meu barco.
Em seguida, veio a
tristeza e o amor suplicou: Senhora Tristeza, posso ir com
você?
Amor, estou tão
triste que prefiro ir sozinha
Passou a alegria, mas
se encontrava tão alegre que nem ouviu o amor chamar por ela.
Então passou um
barquinho, onde remava um senhor idoso, e ele disse:
Sobe, amor, que eu te
levo.
O amor ficou tão
feliz, que até se esqueceu de perguntar o nome do velhinho.
Chegando ao morro
alto, onde já estavam os outros sentimentos, ele perguntou à
sabedoria:
Dona Sabedoria, quem
era o senhor que me amparou?
Ela respondeu: O
tempo.
O tempo? Mas por que ele me trouxe
aqui?
Porque só o tempo é
capaz de ajudar e entender um grande amor.
*
* *
Dentre todos os dons
que a Divindade concede ao homem, o tempo tem lugar especial. É ele que acalma
as paixões indevidas, ensinando que tudo tem sua hora e local certos.
É ele que cicatriza
as feridas das profundas dores, colocando o algodão anestesiante nas chagas
abertas.
É o tempo que nos
permite amadurecer, através do exercício sadio da reflexão, adquirindo
ponderação e bom senso.
É o tempo que desenha
marcas nas faces, espalha neve nos cabelos, leciona calma e paciência, quando o
passo já se faz mais lento.
É o tempo que
confirma as grandes verdades e destrói as falsidades, os valores
ilusórios.
O tempo é, enfim, um
grande mestre, que ensina sem pressa, aguarda um tanto mais e espera que cada um
a sua vez, se disponha a crescer, servir e ser feliz.
E é o tempo, em
verdade, que nos demonstra, no correr dos anos, que o verdadeiro amor supera a
idade, a doença, a dificuldade, e permanece conosco para sempre.
*
* *
Neste mundo, tudo tem
a sua hora. Cada coisa tem o seu tempo.
Há o tempo de nascer
e o tempo de morrer. Tempo de plantar e de colher. Tempo de derrubar e de
construir.
Há o tempo de se
tornar triste e de se alegrar. Tempo de chorar e de sorrir. Tempo de espalhar
pedras e de juntá-las.
Tempo de abraçar e de
se afastar.
Há tempo de calar e
de falar. Há o tempo de guerra e o tempo de paz. Mas sempre é tempo de
amar.
Redação do Momento Espírita, com base no texto História
de amor, de autoria
desconhecida e no cap. 3, versículos 1 a 8 do livro Eclesiastes, da Bíblia, ed. Paulinas.
desconhecida e no cap. 3, versículos 1 a 8 do livro Eclesiastes, da Bíblia, ed. Paulinas.
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