Tantos rogam!...
E o coração se enternece.
São doentes largados à noite, companheiros em penúria
aguardando auxílio, pequeninos sem lar
e irmãos em prova que te estendem as mãos, algo esperando de
tua bondade ou de tua bolsa!...
Todos são dignos do apoio que se te faça possível.
Entretanto, nas trilhas do cotidiano,
outros necessitados vão surgindo, a reclamarem
uma das mais preciosas doações que a criatura
é capaz de oferecer.
São aqueles que te agridem a vida, os que te dilapidam os interesses;
os que te experimentam
com a magia da tentação; os que te estragam o relacionamento
familiar; os que te menosprezam
os sentimentos; os que te espancam com as farpas invisíveis do sarcasmo;
os que se apoderam do destaque para que te omitas obrigatoriamente nas sombras;
os que descarregam seus próprios fardos sobre as responsabilidades
que transpostas nos ombros; os que te agravam as dificuldades e
aqueles outros que em vão te consomem as possibilidades de trabalho,
anulando-te o tempo.
Diante desses irmãos que tantas vezes te
emaranham no cipoal da inquietação vazia,
não desesperes, nem desanimes.
Oferece-lhes a tua doação de paciência e deixa-os
no recanto de incompreensão a que se acolhem.
Entrega-os a Deus e segue o teu próprio caminho.
São doentes do espírito que só a Divina Providência
conseguirá curar na clínica do tempo.
E é preciso reconhecer que os doentes da alma
não sabem o que fazem.
Meimei/Chico Xavier
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