Guardemos o coracão na luz do bem, para que nossa alma diariamente, possa banhar-se nas águas vivas da grande compreensão.
Somente assim nossos olhos aprenderão a ver ignorância
onde presumimos encontrar a delinqüência e apenas desse modo, nossos
ouvidos registrarão a dor e o infortúnio, onde costumamos assinalar a
intemperança e a revolta.
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Não basta observar as telas do mundo, na conceituação
habitual da experiência terrestre, porque o raciocínio, quase sempre,
mora na faixa estreita do cálculo que se atrela ao egoísmo para
entregar-se ao jogo pernicioso das vantagens imediatas e nem vale
criticar com a inteligência, porquanto, muitas vezes, a apreciação que
nos é própria resulta de enganosa exigência do nosso modo de ser.
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É preciso mergulhar o sentimento nas desventuras e
necessidades alheias com a elevação do amor que não apenas situa o
defeito, mas acima de tudo busca extirpá-Io em silêncio, à força de
espontânea bondade e justa cooperação.
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Busquemos preservar o templo íntimo contra todas as
formas de condenação e de crueldade, procurando, em toda parte, a nossa
quota de serviço na exaltação do bem que esposamos e, socorrendo as
vítimas do mal sem nos prendermos à sombra, aprenderemos com Jesus a
retirar a cegueira dos cegos, a enfermidade dos enfermos, a obsessão dos
obsessos, a tristeza dos tristes, a fraqueza dos fracos, a desesperação
dos desesperados e a derrota dos que se sentem vencidos, restituindo os
nossos companheiros à sanidade espiritual e conservando toda a nossa
existência erguida ao amor que tudo aprimora, de vez que é do coração
que partem as fontes da vida.
Francisco Cândido Xavier. Da obra: Viajor. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Araras, SP: IDE. 1985.
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