sábado, 31 de março de 2012

Semear Esperança


Eles existem aos milhões.

Habitam casebres e palácios.

Muitos ocultam-se sob o verniz de posições transitórias.

São os desesperados do mundo.

Você os encontrará nas ruas, no local de trabalho, em seu próprio lar.

Criaturas que se viram colhidas pela provação e perderam o ânimo e o equilíbrio.

Este viu o afeto partir para o além, sem compreender que a vida continua.

Aquele foi alcançado pela enfermidade de longo curso.

Outro se viu ante decepções e passou a desacreditar de todos.

Diante deles, não critique nem questione. Ajude. Ouça com interesse e auxilie com amor.

Cada espírito é um campo a ser cultivado.

Semear esperança é dever de todo aquele que já encontrou a luz da verdade.

Por certo, a Misericórdia Divina sabe como amparar os sofredores. 

Entretanto, Jesus não dispensa a colaboração de todos os aprendizes do bem, para amenizar o sofrimento e recuperar a esperança para quem chora.


Autor: Scheilla
Psicografia de Clayton B. Levy. 

Do livro: A Mensagem do Dia

Casamento e Divórcio



Divórcio, edificação adiada, resto a pagar no balanço do espírito devedor. Isso geralmente porque um dos cônjuges, sócio na firma do casamento, veio a esquecer que os direitos na instituição doméstica somam deveres iguais.

A Doutrina Espírita elucida claramente o problema do lar, definindo responsabilidades e entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da reencarnação.

Dois espíritos sob o aguilhão do remorso ou tangidos pelas exigências da evolução, ambos portando necessidades e débitos, combinam encontro ou reencontro no matrimônio, convencidos de que união esponsalícia é, sobretudo, programa de obrigações regenerativas.

Reincorporados, porém, na veste física, se deixam embair pelas ilusões de antigos preconceitos da convenção social humana ou pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade matrimonial, quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.

Surgem, no entanto, as realidades que sacodem a consciência.

Esposo e esposa reconhecem para logo que não são os donos exclusivos da empresa. Sogro e sogra, cunhados e tutores consangüíneos são também sócios comanditários, cobrando os juros do capital afetivo que emprestaram, e os filhos vão aparecendo na feição de interessados no ajuste, reclamando cotas de sacrifício.

O tempo que durante o noivado era todo empregado no montante dos sonhos, passa a ser rigorosamente dividido entre deveres e pagamentos, previsões e apreensões, lutas e disciplinas e os cônjuges desprevenidos de conhecimento elevado, começam a experimentar fadiga e desânimo, quanto mais se lhes torna necessária a confiança recíproca para que o estabelecimento doméstico produza rendimento de valores substanciais em favor do mundo e da vida do espírito.

Descobrem, por fim, que amar não é apenas fantasiar, mas acima de tudo, construir. E construir pede não somente plano e esperança, mas também suor e por vezes aflição e lágrimas.

Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento como sendo um consórcio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é preciso evitar.

Divulguemos o princípio da reencarnação e da responsabilidade individual para que os lares formados atendam à missão a que se destinam.

Compreendamos os irmãos que não puderem evitar o divórcio porquanto ignoramos qual seria a nossa conduta em lugar deles, nos obstáculos e sofrimentos com que foram defrontados, mas interpretemos o matrimônio por sociedade venerável de interesses da alma perante Deus.

Waldo Vieira. Sol nas Almas. Pelo Espírito André Luiz. CEC. 

sexta-feira, 30 de março de 2012

Herdeiros da Luz




O homem está jornadeando num reino de luz.

A Terra é um agregado gigantesco de átomos luminosos, através do movimento a que se vê impulsionada pelos princípios da gravitação.

Todos os elementos conhecidos e aqueles outros ainda não catalogados na química tradicional se constituem na base da luz.

Cada átomo, em si, é um sistema de força em que núcleos de energia e recursos-satélites se aglutinam para a composição das formas em que a vida se manifesta.

Todos os minerais, plantas e animais, sejam quais forem, se organizam em agentes de luz.

Dos céus aos abismos, o clarão solar varre todos os recantos, fornecendo radioso alimento a tudo o que existe.

Das usinas do Sol nas quais se nos entretecem as energias, emergem todos os ingredientes que asseguram a existência das criaturas, acalentando a vida que se eleva, em forma de inteligência, para os cimos da evolução.

Apresentamos semelhante quadro de modo a certificar-nos de que as bases de todas as revelações da Sabedoria Divina se alicerçam na luz.

Diz a Bíblia que o Criador, antes de tudo, fez a luz por elemento básico do Universo.

Jesus nos adverte: – "Deixai que a vossa luz brilhe diante dos homens".

E, nos domínios da luz, os filhos de Deus – nós outros, os espíritos eternos – vivemos imersos na luz, promovendo a construção de destino melhor, através do uso de nosso livre arbítrio.

Por isso mesmo, convém lembrar que os herdeiros da luz que somos todos – já que a luz é para cada um de nós aquilo que a corrente oceânica representa, em si, para o peixe que lhe atravessa os campos de força – temos conosco a faculdade de gerar a sombra.

Acordemos para a luz, aplicando-a na formação de novas bênçãos de luz.

Por muito que sejam sonegados pela inteligência interessada em domínio, os poderes espirituais que nos regem nunca receberam as dificuldades que assacamos contra eles, em forma de indiferença ou de injúria.

Os mestres na escola compreendem os impulsos de agressividade da criança e os médicos num hospital não consideram as reclamações indébitas dos doentes.

Urge avançar, melhorar, elevar, sublimar, e estamos convidados a isto.

Exercer a caridade e a benevolência é criar mais luz; disseminar a concórdia e o progresso é estender a luz e ampliá-la.

Perdão é sustentação da luz; esperança é a preservação dela.

E, sobre todas as forças da Vida Espiritual a que nos é possível recorrer, o 

Amor é o Sol Divino irradiando, onde esteja, tudo o que é belo e bom, grande e santo.

Esperamos o futuro, esforçando-nos para que a luz de Deus em nós venha a brilhar cada vez mais.

Muito próxima vemos a época em que as sombras de nossa própria alma – ou melhor, todas as sombras criadas por nós mesmos em nossas próprias almas – serão capituladas na patologia comum.

Radiografaremos o novelo mortífero do ódio qual observamos a presença do carcinoma onde surja e se desenvolva.

Fotografaremos a tristeza e o desânimo, a inveja e o ressentimento, e concluiremos com segurança sobre as calamidades de nosso próprio mundo íntimo, quando os nossos desequilíbrios de espírito estabelecem, dentro de nós e conosco, a introdução às doenças.

E, por isso mesmo, a ciência curativa se baseará no amor, que o Cristo nos legou, isto é, no uso da luz de que dispomos para extinguir as trevas.

Perturbar é ensombrar e construir será iluminar sempre. Abençoemos a Vida, a fim de iluminá-la. Aceitemos os nossos obstáculos e provas a fim de revestir de luz o caminho a trilhar. Ajustemo-nos às Leis Divinas. Deus é Amor e o Amor é Luz Divina.

Todos somos chamados a multiplicar os Valores de Deus em nossas mãos, porque, onde estivermos, somos todos nós de Deus, dentro da Vida e do Universo, aprendendo, pouco a pouco, a refletir Deus, criando o bem que é a luz permanente da Vida, em favor de nós mesmos. Sigamos adiante. E conservemos a certeza de que unicamente pela Ação do Bem de Todos conseguiremos traçar a senda para o Mais Alto, onde a Luz Divina nos reunirá e abençoará para sempre.

Espírito Bezerra de Menezes/Francisco Cândido Xavier. 
Caminhos de Volta. Espíritos Diversos. GEEM. 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Conforto



Nos dias atuais, a ciência progride vertiginosamente no planeta.

No entanto, à medida que se suprimem os sofrimentos do corpo, multiplicam-se as aflições da alma.

Nos países com padrão social mais elevado, impressiona o crescente número de suicídios.

Os jornais estão cheios de notícias maravilhosas quanto ao progresso material.

Segredos sublimes da natureza são surpreendidos nos domínios do mar, da terra e do ar.

Contudo, a estatística dos crimes humanos segue espantosa.

São frequentes as notícias sobre tragédias conjugais, traições e abandonos.

Parece haver muita sede de liberdade sem responsabilidade.

As criaturas se permitem tristes inquietações sexuais, sem atinar quanto a possíveis limites.

Ao muito se facultarem, no entanto, não se tornam mais pacíficas e felizes.

Ao contrário, sôfregas e inquietas, passam a imagem de uma imensa carência.

Nessa onda de loucuras, surgem novas e intrigantes enfermidades, físicas e psíquicas.

A rigor, o homem moderno não se mostra preparado para viver com conforto.

Ele a cada dia mais domina a paisagem exterior, mas não conhece a si mesmo.

Quando são atendidas as necessidades do corpo, surgem imperiosas as carências da alma.

O conforto humano tende a aumentar naturalmente.

Pouco a pouco, o homem disporá de mais tempo para si.

O trabalho se tornará cada vez mais intelectualizado e eficiente.

A democratização das informações também viabilizará o questionamento de antigas crenças e valores.

O problema reside em identificar o que convém, ante tal quadro, a um tempo perigoso e promissor.

Ressurge oportuna a reflexão de Paulo de Tarso, no sentido de que tudo nos é possível, mas nem tudo nos convém fazer.

Com horas livres e acesso à Internet, surge um mundo de possibilidades.

O homem pode se permitir as maiores baixezas nesse ambiente virtual.

Pode se viciar em pornografia, participar de conversas de baixo calão e incentivar o ódio.

Contudo, na conformidade do que decidir viver, terá consequências inevitáveis.

Caso se conecte com as faixas infelizes da vida, a cada dia mais infeliz será.

Assim, no pleno uso da liberdade pessoal, é o momento de decidir o que se viverá.

Não mais movido por convenções sociais, medo ou falta de opções.

Tudo é possível, mas convém fazer escolhas felizes e construtivas.

Instruir-se, voltar os olhos para o que de belo e puro há no mundo.

Cuidar para que as horas de folga sejam momentos de paz e aprimoramento.

Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro Os mensageiros, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 28 de março de 2012

O Mundo Está Acabando




Não é novidade a previsão de que o mundo vai acabar. As culturas milenares ou doutrinas recentes, pregadores de hoje ou profetas do ontem se fizeram arautos do fim do mundo.

Alguns previram explosões e convulsões intensas avassalando imensas regiões.

Outros, imaginaram grandes asteróides se chocando com a Terra, convulsionando de tal forma a harmonia do planeta, que a vida humana se tornaria impossível, sendo destruída em sua totalidade.

Alguns fanáticos promoveram suicídios coletivos, antecipando a catástrofe que, imaginavam eles, se daria brevemente.

Não foram poucos aqueles que marcaram data, ano, na exatidão do calendário que se escoava e que teimava em não cumprir a previsão catastrófica.

Poucos, porém, se deram conta de que o mundo há muito tempo vem acabando.

Onde está o mundo onde as mulheres não tinham direitos sociais, eram proibidas de votar, não podiam frequentar a escola?

Esse mundo acabou, resistindo apenas em alguns rincões de ignorância e miséria moral.

Como falar, então, do mundo onde as cartas levavam meses para encontrar seu destino, onde as notícias eram poucas e raras, onde sabia-se de pouco e pouco se difundia?

Esse mundo também acabou, substituído por um mundo melhor, onde a tecnologia nos aproxima, nos beneficia, coloca luzes nos mais distantes lugares do mundo, minimizando as dores e dificuldades.

Analisando assim, é verdade que o mundo está acabando. Não da maneira violenta e definitiva como imaginavam tantos, nem tampouco de forma irreversível e avassaladora como pregaram outros.

É natural da evolução humana que o mundo vá se acabando, para que outro mundo se construa, na marcha inevitável do progresso e da melhora.

Mesmo a guerra, as grandes catástrofes naturais, os desastres são previstos nas leis de Deus para que o progresso ganhe marcha e a melhora se instale para todos.

Nesses dias de transição que ora passamos, é urgente que o mundo também se acabe.

Mas esse mundo que deve ser extinto é o mundo da violência que palpita dentro de nós.

Temos que ajudar a dar fim ao mundo de injustiça que, muitas vezes, permitimos que se dê sob os nossos olhos.

Devemos colaborar para o fim de um mundo de iniquidades, de desigualdades, de fome e miséria que ainda se estende por tanta parte e para tantos.

É verdadeiramente urgente que esse mundo todo se acabe. E que um novo mundo se inicie em nossa intimidade e, aos poucos, possamos colaborar para que nosso planeta ganhe outras paisagens e outros valores.

Só assim dia virá em que olharemos para esses dias que ora se passam e teremos a certeza de que o mundo acabou. E que no lugar dele, um mundo de paz, harmonia e justiça se instaurou, para nunca mais acabar.

Redação do Momento Espírita

terça-feira, 27 de março de 2012

Pacificar



Não perturbe. Tranqüilize.

Não Grite. Converse.

Não critique. Auxilie.

Não acuse. Ampare.

Não se irrite. Sorria.

Não fira. Balsamize.

Não se queixe. Compreenda.

Não condene. Abençoe.

Não exija. Sirva.

Não destrua. Edifique.

Recorde: a Humanidade é uma coleção de grupos e a paz do grupo de corações a que pertencemos começa de nós.

                                  
                                   *
Francisco Cândido Xavier. Respostas da Vida. Pelo Espírito André Luiz. IDEAL. Capítulo 27.  

segunda-feira, 26 de março de 2012

Intuição



Todos os homens participam dos poderes da intuição, no divino tabernáculo da consciência, e todos podem desenvolver suas possibilidades nesse sentido, no domínio da elevação espiritual.

Não são fundamentalmente necessárias as grandes manifestações fenomênicas da mediunidade para que se estabeleçam movimentos de intercâmbio entre os planos visível e invisível.

Todas as noções que dignificam a vida humana vieram da esfera superior. E essas idéias nobilitantes não se produziram por vontade de homem algum, porque os raciocínios propriamente terrestres sempre se inclinam para a materialidade em seu arraigado egoísmo.

A revelação divina, significando o que a Humanidade possui de melhor, é cooperação da espiritualidade sublime, trazida às criaturas pelos colaboradores de Jesus, através da exemplificação, dos atos e das palavras dos homens retos que, a golpes de esforço próprio, quebram o círculo de vulgaridades que os rodeia, tornando-se instrumentos de renovação necessária.

A faculdade intuitiva é instituição universal. Através de seus recursos, recebe o homem terrestre as vibrações da vida mais alta, em contribuições reli giosas, filosóficas, artísticas e científicas, ampliando conquistas sentimentais e culturais, colaboração essa que se verifica sempre, não pela vontade da criatura, mas pela concessão de Deus.



Francisco Cândido Xavier . Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 156.  

domingo, 25 de março de 2012

Notas de Bem Viver




Por maiores sejam os obstáculos, procura doar o melhor de ti, na execução das tarefas que te cabem.
*
Se erraste, recomeça.
*
Se caíres, pensa em tua condição de criatura humana, reajusta as próprias emoções e reergue-te para caminhar adiante.
*
Desânimo, em muitos casos, é a ausência de aceitação do que ainda somos, ante a pressa de ser o que outros, pelo esforço próprio nas estradas do tempo, já conseguem ser.
*
Coragem é a força que nasce da nossa própria disposição de aprender e de servir.
*
Não te ausentes dos próprios encargos.
*
Dever cumprido é passaporte ao direito que anseias usufruir.
*
Não acredites em felicidade no campo íntimo, sem o teu próprio trabalho para construí-la.
*
Toda realização nobre se levanta na base da perseverança no bem.
*
Compadece-te dos que, porventura, te firam e, ao recordá-lo, exerce a bondade sem ressentimento.
*
Não exijas de ninguém a obrigação de seguir-te os modelos de vida e pensamento.
*
Protege as crianças, tanto quanto se te faça possível, mas não te tortures, ante a escolha dos adultos que esperam de ti o respeito às experiências deles, tanto quanto reclamas o acatamento alheio para com as tuas.
*
Distribui otimismo e simpatia.
*
Irritação não edifica.
*
Não percas tempo com lamentações inúteis, reconhecendo que há sempre alguém a quem podes beneficiar com essa ou aquela migalha de apoio e generosidade.
*
Deixa algum sinal de alegria onde passes.
*
Quando os problemas do cotidiano se te façam difíceis, ao invés de inconformação ou de azedume, usa a paciência.
*
Sempre que necessário, empenha-te a ouvir esse ou aquele assunto, com mais atenção para que possas compreender isso ou aquilo com mais segurança.
*
Lembra-te de que falando ou silenciando, sempre é possível fazer algum bem.
*
Grande entendimento demonstra a criatura que vive a própria vida do melhor modo que se faça possível, concedendo aos outros o dom de viverem a vida que lhes é própria, como melhor lhes pareça.


* * *


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Atenção.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Araras, SP: IDE, 1997.

sábado, 24 de março de 2012

Força da Fé



A fé religiosa, assentada nas sólidas bases da razão, constitui equipamento de segurança para a travessia feliz da existência corporal.
Luz acesa na sombra, aponta o rumo no processo humano para a conquista dos valores eternos.
O homem sem fé é semelhante a barco sem bússola em oceano imenso.
Quando bruxuleia a fé, e se apaga por falta do combustível que a razão proporciona, ei-lo a padecer a rude provação de ter que seguir em plena escuridão, sem apoio nem discernimento.
A fé pode ser comparada a uma lâmpada acesa colocada nos pés, clareando o caminho.
*
Sustenta a tua fé com a lógica do raciocínio claro.
Concede-lhe tempo mental, aprofundando reflexões em torno da vida e da sua superior finalidade.
Exercita-a, mediante a irrestrita confiança em Deus e na incondicional ação do bem.
A fé é campo para experiências transcendentes, que dilatam a capacidade espiritual do ser.
Com o dinamismo que a fé propicia, cresce nas tuas aspirações, impulsionando a vontade na diretriz da edificação de ti mesmo, superando impedimentos e revestindo-te de coragem com que triunfarás nos tentames da evolução.
Conforme a intensidade da tua fé, agirás, fazendo da tua vida aquilo em que realmente acreditas.


Divaldo Pereira Franco. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 45.  

sexta-feira, 23 de março de 2012

Observemos




Não te detenhas no poder aquisitivo do ouro terrestre para fazer o bem.
*
Anota a riqueza dos teus conhecimentos e não menosprezes o companheiro ainda enleado no espinheiro da ignorância.
Considera o tesouro da fé que te enriquece o entendimento e aprende a desculpar o irmão em dificuldade que talvez se encontre no precipício da negação.
*
Medite sobre a luz que te brilha na compreensão e não reproves o infeliz que ainda tateia nas trevas.
*
Analisa o patrimônio de amor que te vivifica a existência e auxilia as vítimas do ódio que não souberam edificar para si mesmas senão o reduto do sofrimento.
*
Examina tuas conquistas de segurança pessoal e não passes de largo, à frente dos caídos em desânimo ou desesperação.
*
Relaciona os valores da saúde que te consolidam o relativo equilíbrio na Terra e não perca a serenidade e a paciência com os enfermos que te reclamam devotamento e carinho.
*
Mentaliza a riqueza de tuas horas, de tuas palavras, de teus movimentos livres.
*
Reflete no acervo de bênçãos amontoadas em teus olhos que vêm, em teus ouvidos que ouvem, em teus pés que andam e em tuas mãos que trabalham.
*
Quem será mais rico de verdadeira felicidade, o homem que agoniza sobre um monte de ouro ou aquele que pode respirar os perfumes do vale, entre a paz do trabalho e a misericórdia da luz?
Não admitas que a caridade seja tarefa exclusiva dos que acumularam o dinheiro do mundo. Ao invés disso, compadece-te do irmão que se faz sovina, aferrolhando o próprio coração, entre as duras paredes de um cofre forte.
*
Recordemos o Divino Doador de Vida Imperecível.
Cristo, sem monumentalizar o amor em obras de metal ou de pedra, com um simples berço de palha e com uma cruz de sacrifício a lhe emoldurarem o ministério de fraternidade, espalhou a beleza e a paz, o otimismo e a compreensão em todos os escaninhos do mundo, a benefício de todas as gerações.
*
Em matéria de auxiliar, dividamos a nossa própria alma, na prestação do serviço infatigável da boa vontade para com todos.
E, com semelhante investimento, estejamos convencidos de que toda a penúria do nosso passado não nos subtrairá o tesouro de bênçãos que acumularemos, nos altos caminhos da vida, a brilhar perenemente em nosso grande futuro.



 Francisco Cândido Xavier. Dinheiro. Pelo Espírito Emmanuel. IDE. Capítulo 4.  

quinta-feira, 22 de março de 2012

Cura Espiritual



Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibracionais da mente em desequilíbrio?

No trato com as nossas doenças, além dos cuidados
médicos indispensáveis à nossa cura, não nos esqueçamos
também de que, quase sempre, a origem de toda enfermidade
principia nos profundezas do espírito.

A doença, quando se manifesta no corpo físico, já
está em sua fase conclusiva, em seu ciclo derradeiro.

Ela teve início há muito tempo, provavelmente, naqueles períodos
em que nos descontrolamos emocionalmente, contagiados que
fomos por diversos vírus potentes e conhecidos como raiva,
medo, tristeza, inveja, mágoa, ódio e culpa.

Como a doença vem de dentro para fora, isto é, do espírito para a matéria, o encontro da cura também dependerá da renovação interior do enfermo.

Não basta uma simples pintura quando a parede apresenta trincas.

Renovar-se é o processo de consertar nossas rachaduras internas, é
escolher novas respostas para velhas questões até hoje não resolvidas.

O momento da doença é o momento do enfrentamento de nós próprios,
é o momento de tirarmos o lixo que jogamos debaixo do tapete,
é o ensejo de encararmos nossas paredes rachadas.

O Evangelho nos propõe
tapar as trincas com a argamassa
do amor e do perdão.

Nada de martírios e culpas
pelo tempo em que deixamos
a casa descuidada.

O momento pede responsabilidade de não mais se viver de forma tão desequilibrada.

Quem ama e perdoa vive em paz, vive sem conflitos, vive sem culpa.

Quando atingimos esse patamar de harmonia interior, nossa
mente vibra nas melhores frequências do equililíbrio e da felicidade,
fazendo com que a saúde do espírito se derrame por todo o corpo.

Vamos começar agora mesmo o nosso tratamento?


(Vinha de Luz - Francisco Cândido Xavier / Emmanuel) 

quarta-feira, 21 de março de 2012

A Mente em Ação




Mais graves que as viroses habituais são aquelas que têm procedência no psiquismo desvairado.
Por ser agente da vida organizada, a mente sadia propicia o desenvolvimento das micropartículas que sustentam com equilíbrio a organização somática, assim como, através de descargas vigorosas, bombardeia os seus centros de atividade, dando curso a desarmonias inumeráveis.
Mentes viciosas e pessimistas geram vírus que se alojam no núcleo das células, e as destruindo se espalham pela corrente sanguínea, dando surgimento a enfermidades vorazes.
Além desta funesta realização, interferem na organização imunológica e, afetando-a, facultam a agressão de outros agentes destruidores, que desenvolvem síndromes cruéis e degenerativas.
Além dos vícios que entorpecem os sentimentos relevantes do homem, perturbando-lhe a existência, o tédio e o ciúme, a violência e a queixa, entre outros hábitos perniciosos, são responsáveis pela desestruturação física e emocional da criatura.
*
O tédio é resultado da ociosidade costumeira da mente acomodada e preguiçosa.
Matriz de muitos infortúnios, responde por neuroses estranhas e depressivas, culminando com o suicídio injustificável e covarde.
Entregue ao tédio, o paciente transfere responsabilidades e ações para os outros, deixando-se sucumbir na amargura, quando não se envenena pela revolta contra todos e tudo.
*
A mente, entregue ao ciúme, fomenta acontecimentos que gostaria se realizassem, a fim de atormentar-se e atormentar, aprisionando ou perseguindo a sua vítima.
Por sua vez, desconecta os centros de equilíbrio, passando à condição de vapor dissolvente da confiança e do amor.
*
A violência é distúrbio emocional, que remanesce do primitivismo das origens, facultando o combustível do ódio, que se inflama em incêndio infeliz, a devorar o ser que o proporciona.
Quando isto não ocorre, dispara dardos certeiros nas usinas da emoção, que se destrambelha, gerando vírus perigosos que se instalam no organismo desarticulado e o vencem.
*
A queixa ressuma como desrespeito ao trabalho e aos valores alheios, sempre pronta a censurar e a fiscalizar os outros, lamentando-se, enquanto vapores tóxicos inutilizam os núcleos da ação, que se enferrujam e perdem a finalidade.
*
Há todo um complexo de hábitos mentais e vícios morais, prejudiciais, que agridem a vida e a desnaturam.
É indispensável que o homem se resolva por utilizar do admirável arsenal de recursos que possui, aplicando os valores edificantes a serviço da sua felicidade.
*
Vives consoante pensas e almejas. consciente ou inconscientemente.
Conforme dirijas a mente, recolherás os resultados.
Possuis todos os recursos ao alcance da vontade.
Canalizando-a para o bem ou para o mal, fruirás saúde ou doença.
Tem em mente, no entanto, que o teu destino é programado pela tua mente e pelos teus atos, dependendo de ti a direção que lhe concedas.


* * *
Divaldo Pereira Franco. Da obra: Momentos de Felicidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

terça-feira, 20 de março de 2012

Doação Diferente



Tantos rogam!...

E o coração se enternece.
São doentes largados à noite, companheiros em penúria aguardando auxílio, pequeninos sem lar 
e irmãos em prova que te estendem as mãos, algo esperando de tua bondade ou de tua bolsa!... 
Todos são dignos do apoio que se te faça possível.
Entretanto, nas trilhas do cotidiano, 
outros necessitados vão surgindo, a reclamarem 
uma das mais preciosas doações que a criatura 
é capaz de oferecer.
São aqueles que te agridem a vida, os que te dilapidam os interesses; os que te experimentam 
com a magia da tentação; os que te estragam o relacionamento familiar; os que te menosprezam 
os sentimentos; os que te espancam com as farpas invisíveis do sarcasmo; os que se apoderam do destaque para que te omitas obrigatoriamente nas sombras; os que descarregam seus próprios fardos sobre as responsabilidades que transpostas nos ombros; os que te agravam as dificuldades e 
aqueles outros que em vão te consomem as possibilidades de trabalho, anulando-te o tempo.
Diante desses irmãos que tantas vezes te 
emaranham no cipoal da inquietação vazia, 
não desesperes, nem desanimes.
Oferece-lhes a tua doação de paciência e deixa-os 
no recanto de incompreensão a que se acolhem.
Entrega-os a Deus e segue o teu próprio caminho. 
São doentes do espírito que só a Divina Providência conseguirá curar na clínica do tempo. 
E é preciso reconhecer que os doentes da alma 
não sabem o que fazem.

Meimei/Chico Xavier

segunda-feira, 19 de março de 2012

Os Sábios Reais




"Quem dentre vós é sábio e entendido mostre por seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria". (Tiago, 3:13)

Milhares de pessoas senhoreiam os tesouros da instrução, multiplicando títulos, no campo social, para fugirem, incompreensivelmente, do trabalho e da fraternidade.

Aqui temos um bacharel que, por haver conquistado um diploma profissional, declara-se incapaz de efetuar a limpeza da própria roupa, quando necessário; ali vemos uma jovem musicista que, por haver atravessado os salões de um conservatório, afirma-se inabilitada para servir as refeições no próprio lar. Além, observamos um negociante inteligente que, por haver explorado a confiança alheia, recolhe-se nos castelos da finança segura, asseverando-se entediado do contato com a multidão, que lhe conferiu a prosperidade. Mais adiante notamos religiosos de vários matizes que, depois de se declararem consolados e esclarecidos pela fé, começam a ironizar os irmãos infelizes ou ignorantes que, em nome de Deus, lhes aguardam os testemunhos de bondade e de amor.

Na vida espiritual, todavia, os verdadeiros sábios são conhecidos por ângulos diferentes.

Os verdadeiros amigos da luz revelam-se através da generosidade pessoal. Sabem que o isolamento é orgulho, que a violência é crueldade, que a exigência descabida é serviço da treva, que o sarcasmo é perturbação... 

Reconhecem que a sabedoria é paternidade espiritual, cheia de compreensão e carinho, e, por isso, sem qualquer humilhação a ninguém, auxiliam a todos, indistintamente, acendendo, com amor, na escura ignorância que os cercam, a luz abençoada que brilhará, vitoriosa, amanhã.

 Francisco Cândido Xavier. Segue-me!... Pelo Espírito Emmanuel. O Clarim. 

domingo, 18 de março de 2012

O Serviço da Perfeição



Um velho oleiro, muito dedicado ao trabalho, certa feita adoeceu gravemente e entrou a passar enormes dificuldades.



Os parentes, aos quais ele mais servira, moravam em regiões distantes e pareciam haver perdido a memória...

Sem ninguém que o auxiliasse, passou a viver da caridade pública, mas, quando esmolava, caiu na via pública e quebrou uma das pernas, sendo obrigado a recolher-se à cama por longo tempo.

Chorando, amargurado, fez uma prece e rogou a Deus alguma consolação para os seus males.

Então, dormiu e sonhou que um anjo lhe apareceu, trazendo a resposta pedida.

O mensageiro do Céu conduziu-o até o antigo forno em que trabalhava, e, mostrando-lhe alguns formosos vasos de sua produção, perguntou:

- Como é que você conseguiu realizar trabalhos assim tão perfeitos?

O oleiro, orgulhoso de sua obra, informou:

- Usando o fogo com muito cuidado e com muito carinho, no serviço da perfeição. Alguns vasos voltaram ao calor intenso duas ou três vezes.

- E sem fogo você realizaria a sua tarefa? - indagou, ainda, o emissário.

- Nunca! - respondeu o velho, certo do que afirmava.

- Assim também - esclareceu o anjo, bondoso -, o sofrimento e a luta são as chamas invisíveis que Nosso Pai Celestial criou para o embelezamento de nossas almas que, um dia, serão vasos sublimes e perfeitos para o serviço do Céu.

Nesse instante, o doente acordou, compreendeu a Vontade Divina e rendeu graças a Deus.
                                               
                                                   *
Francisco Cândido Xavier. Pai Nosso. Pelo Espírito Meimei. FEB. 

sábado, 17 de março de 2012

Temperamento




Somos cuidadosos, salvaguardando o clima doméstico. Dispositivos de alarme, faxinas, inseticidas, engenhos de proteção e limpeza.

No entanto, raros de nós se acautelam contra o inimigo que se nos instala no próprio ser, sob os nomes de canseira, nervosismo, angústia ou preocupação.

Asseguramos a tranqüilidade dos que nos cercam, multiplicando recursos de segurança e higiene, no plano exterior, e, simultaneamente, acumulamos nuvens de pensamentos obsessivos que terminam suscitando pesadelos dentro de casa.

Muitas vezes, desapontados conosco mesmos, à face dos estragos estabelecidos por nossa invigilância, recorremos a tranquilizantes diversos, tentando situar a impulsividade que nos é própria no quadro das moléstias nervosas, no pressuposto de inocentar-nos.

Sem dúvidas não podemos subestimar o poder da mente sobre o campo físico em que se apóia. Se acalentarmos a irritação sistemática, é natural que os choques do espírito atrabiliário alcancem corpo sensível, descerrando brechas à enfermidade.

Nesse caso, é preciso rogar por socorro ao remédio. Ainda assim, é imperioso nos decidamos ao difícil entendimento do autodomínio.
No que concerne a temperamento, é possível receber as melhores instruções e receitas de calma; entretanto, em última análise, a providência decisiva pertence a nós mesmos.

Ninguém consegue penetrar nos redutos de nossa alma, a fim de guarnece-la com barricadas e trancas.

Queiramos ou não, somos senhores de nosso reino mental. Por muito nos achemos hoje encarcerados, do ponto de vista de superfície, nas conseqüências do passado, pelas ações infelizes em nossa estrada de ontem, somos livres, na esfera íntima, para controlar e educar o nosso modo de ser. Não nos esqueçamos de que fomos colocados, no campo da vida, com o objetivo supremo de nosso rendimento máximo para o bem comum.

Saibamos enfrentar os nossos problemas como sejam e como venham, opondo-lhes as faculdades de trabalho e de estudo que somos portadores. Nem explosão pelas tempestades magnéticas da cólera e nem fuga pela tangente do desculpismo.

Conter-nos. Governar-nos. Aqui e além, estamos chamados a conviver com os outros, mas viveremos em nós estruturando os próprios destinos, na pauta de nossa vontade, porque a vida, em nome de Deus, criou em cada um de nós um mundo por si.


(Do livro "Encontro Marcado", pelo Espírito Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Oração por Entendimento



Senhor Jesus!


Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que, somente assim, as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.


Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que os felicitam a vida.


E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.


Assim seja.


* * *


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Paciência.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quinta-feira, 15 de março de 2012

A Poesia Suave de Jesus




O evangelho de Jesus é um poema à simplicidade. Não requer explicações metafísicas nem elasticidade filosófica para entendê-lo.

“Olhai as aves do céu; não semeiam nem ceifam, mas nosso Pai Celestial as alimenta.” É a lição do desprendimento.

“Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não está apto ao reino de Deus.” 
É a lição da perseverança.

“Aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra.”
É a lição da auto-análise.

“Quando fordes convidados para um banquete, senta no último lugar.” 
É a lição da humildade.

“Aquele que quer ser o maior, que seja o que mais serve.” 
É a lição da caridade.

“Vinde a mim todos vós que estás aflitos  e sobrecarregados , e eu vos aliviarei.” 
É a lição do acolhimento.

“Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.” 
 É a lição da delicadeza. 

“Reconcilia-te com o teu inimigo, enquanto estás a caminho com ele.”  
É a lição da paz.

“Saiu o semeador  a semear sua semente.” 
 É a lição do trabalho.

“Para entrar no reino do céu é necessário nascer de novo.” 
 É a lição da volta. 

"O filho do homem veio para servir,  e não para ser servido." 
É a lição da nobreza.

“Seja o vosso falar , sim  sim e não não.”  
É a lição da firmeza.

“Tratai a todos como gostarias de ser tratado.” 
É a lição da justiça.

“Vai e não peques mais!” 
É a lição da resistência.

“Lázaro, levanta-te e anda!” 
É a lição da fé.

Procure Jesus nas coisas simples; na  lágrima, no afago, na alegria pura, no trabalho honesto, no gesto fraterno, no poema à vida, enfim, em tudo que eleva e ilumina.  Por isso é tão difícil para a ciência e para a filosofia encontrá-lo. 

Texto de Luiz Gonzaga Pinheiro.