quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Evangelho no Lar



O Evangelho no Lar é um momento em que a família se reúne para orar, entender e conversar acerca dos ensinamentos do Cristo. Ele deve ter horário de início pré-determinado, a fim de que a espiritualidade auxilie e ampare. Todos são convidados a participar, inclusive os visitantes. A inclusão das crianças é importante e os adultos devem encontrar atividades que elas possam realizar, como a prece ou a leitura de pequenos trechos, para que adquiram valores desde tenra idade.
Elevar a vibração mental dos participantes, conhecer as lições de paz, amor e caridade de Jesus, reunir a família, abrir as portas do lar para bênçãos, fortalecer as pessoas para o enfrentamento de dificuldades materiais e espirituais, mantendo ativos os princípios da oração e da vigilância são benefícios do Evangelho no Lar.
Sua realização deve iniciar com uma prece, a fim de harmonizar os participantes. Após, é lido pequeno trecho do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo", aberto ao acaso ou na seqüênciaque está sendo estudado, conforme combinado pela família. Esse texto é, então, comentado pelos presentes, cada um explicando o que entendeu de maneira breve e simples.
No momento seguinte são feitas as vibrações. Vibrar é doar amor, paz, saúde, bons fluidos para os familiares, amigos, doentes, para o próximo. Pode-se vibrar também por fraternidade e paz para toda a humanidade, por perdão e união entre as pessoas, pela implantação do Evangelho nos lares, bem como por motivos sugeridos pelos participantes. Ao final, alguém faz uma prece de encerramento.
Durante o Evangelho não é o momento adequado para desenvolver faculdades mediúnicas, pois elas devem ser orientadas em um Centro Espírita. Pode-se, porém, colocar um recipiente com água que será magnetizada pela espiritualidade durante a reunião e bebida ao final pelos participantes.
É um momento de estudo, oração e paz. Não deve possuir rituais, velas, incensos ou roupas especiais. São, porém, presenças importantes o amor, a vontade de aprender e a consciência de que é uma ocasião de prece, quando há a ajuda dos amigos espirituais para melhor entendimento dos ensinamentos do Mestre Jesus.
O Evangelho no Lar é fonte de aprendizado e crescimento espiritual e, pelo exercício dos ensinamentos do Cristo, a reforma íntima de cada um é contribuição importante para um mundo melhor.

 
Baseado no livro Evangelho no Lar à luz do Espiritismo,
de Maria T. Compri

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O Sono



Durante o sono do corpo, o Espírito fica mais livre. Com o corpo em descanso, afrouxam-se os laços e a alma sai para o espaço. A Terra é apenas o duplo das coisas espirituais. Convém pensar nisso e procurar entender as coisas do Espírito. O Espírito não fica inativo; ele busca a liberdade parcial, pelo sono, pois é nessas saídas que encontramos com mais facilidade os nossos companheiros fora da carne e travamos conversações com eles acerca dos assuntos que nos convém falar e ouvir.
O corpo precisa de descanso, e os seus órgãos se recompõem com as energias auridas pelo Espírito no mundo espiritual, de forma que no dia seguinte está com mais alegria e ânimo para a labuta que corresponde ao seu dever. Para os espíritas, o sono mostra muitas revelações, como também esconde algumas, mas para os leigos no assunto, encontramos o “véu de Isis” empanando a verdade. Sonhar é sair do corpo por instantes, onde a alma vai, aqui e ali, buscando os fluidos divinos para manutenção do seu aparelho físico.
Enquanto o corpo descansa, a alma trabalha; enquanto o corpo trabalha, a alma trabalha. O Espírito é ativo onde quer que seja. Ele descansa trocando de labor, não obstante, quando o Espírito se encontra desencarnado, e não tem certa evolução moral, ele precisa, igualmente, de descanso, em um estado semelhante ao sono dos homens, e também sonham, buscando novas energias para os seus vários corpos espirituais.
A vida é cheia de mistérios, que vão se desvendando de acordo com o crescimento da alma. Ela é cheia de encantos, que somente o amor pode alcançar, porque o amor puro é ciência e sabedoria. O Espírito, durante o sono, fica preso por um cordão fluídico, pelo qual as energias superiores descem para reabastecer o campo fisiológico. Nada fica inativo no mundo; Deus é movimento e a Sua criação divina não pára. A alma pode repousar durante o sono, mas é em outra dimensão que possivelmente ainda não se compreende. A faixa de vida é outra. Mesmo na Terra, o Espírito encarnado, com certa elevação espiritual, pode descansar sem dormir. É o que fazem certos mestres, que aprimoraram o sistema de descanso, ou relax espiritual. Quem não se libertou do ódio, do orgulho, do egoísmo e de outras inferioridades na faixa das paixões humanas, mesmo dormindo por oito horas não consegue o devido descanso. As energias são queimadas pelas inferioridades do Espírito.
Procuremos não deixar crescer na mente as sementes do mal, se não queremos sofrer duras conseqüências. O atavismo não é mais para os espíritas. O Evangelho já os chamou para outra vida, a vida de fraternidade, e Jesus nos mostra o caminho da paz interna, aquela em que o coração brilha com a luz do bem, na feição da caridade bem conduzida.
Que cada um aprimore seus sonhos, com leituras edificantes, com pensamentos sadios e com conversações elevadas, porque somente nesse esforço operante é que aparece a nossa libertação espiritual, visto que, durante o sono, podemos sentir e ver a grande esperança.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Desgraça Real




Toda a gente fala da desgraça, toda a gente já a sentiu e julga conhecer-lhe o caráter múltiplo. Venho eu dizer-vos que quase toda a gente se engana e que a desgraça real não é, absolutamente, o que os homens, isto é, os desgraçados, o supõem. Eles a vêem na miséria, no fogão sem lume, no credor que ameaça, no berço de que o anjo sorridente desapareceu, nas lágrimas, no féretro que se acompanha de cabeça descoberta e com o coração despedaçado, na angústia da traição, na desnudação do orgulho que desejara envolver-se em púrpura e mal oculta a sua nudez sob os andrajos da vaidade. A tudo isso e a muitas coisas mais se dá o nome de desgraça, na linguagem humana. Sim, é desgraça para os que só vêem o presente; a verdadeira desgraça, porém, está nas conseqüências de um fato, mais do que no próprio fato. Dizei-me se um acontecimento, considerado ditoso na ocasião, mas que acarreta consequências funestas, não é, realmente, mais desgraçado do que outro que a princípio causa viva contrariedade e acaba produzindo o bem. Dizei-me se a tempestade que vos arranca as arvores, mas que saneia o ar, dissipando os miasmas insalubres que causariam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade.
Para julgarmos de qualquer coisa, precisamos ver-lhe as consequências. Assim, para bem apreciarmos o que, em realidade, é ditoso ou inditoso para o homem, precisamos transportar-nos para além desta vida, porque é lá que as consequências se fazem sentir. Ora, tudo o que se chama infelicidade, segundo as acanhadas vistas humanas, cessa com a vida corporal e encontra a sua compensação na vida futura.
Vou revelar-vos a infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolheis e desejais com todas as veras de vossas almas iludidas. A infelicidade é a alegria, é o prazer, é o tumulto, é a vã agitação, é a satisfação louca da vaidade, que fazem calar a consciência, que comprimem a ação do pensamento, que atordoam o homem com relação ao seu futuro. A infelicidade é o ópio do esquecimento que ardentemente procurais conseguir.
Esperai, vós que chorais! Tremei, vós que rides, pois que o vosso corpo está satisfeito! A Deus não se engana; não se foge ao destino; e as provações, credoras mais impiedosas do que a matilha que a miséria desencadeia, vos espreitam o repouso ilusório para vos imergir de súbito na agonia da verdadeira infelicidade, daquela que surpreende a alma amolentada pela indiferença e pelo egoísmo.
Que, pois, o Espiritismo vos esclareça e recoloque, para vós, sob verdadeiros prismas, a verdade e o erro, tão singularmente deformados pela vossa cegueira! Agireis então como bravos soldados que, longe de fugirem ao perigo, preferem as lutas dos combates arriscados à paz que lhes não pode dar glória, nem promoção! Que importa ao soldado perder na refrega armas, bagagens e uniforme, desde que saia vencedor e com glória? Que importa ao que tem fé no futuro deixar no campo de batalha da vida a riqueza e o manto de carne, contanto que sua alma entre gloriosa no reino celeste?

Delfina de Girardin. (Paris, 1861.)
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo V.

sábado, 27 de agosto de 2011

Perdoa as Nossas Dívidas



Quando pronunciamos as palavras “perdoa as nossas dividas, assim como perdoamos aos nossos devedores”, não apenas estamos à espera do benefício para o nosso coração e para a nossa consciência, mas estamos igualmente assumindo o compromisso de desculpar os que nos ofendem.

Todos possuímos a tendência de observar com evasivas os grandes defeitos que existem em nós, reprovando, entretanto, sem exame, pequeninas faltas alheias.
Por isso mesmo Jesus, em nos ensinando a orar, recomendou-nos esquecer qualquer mágoa que alguém nos tenha causado.

Se não oferecermos repouso à mente do próximo, como poderemos aguardar o descanso para os nossos, pensamentos?
Será justo conservar todo o pão, em nossa casa, deixando a fome aniquilar a residência do vizinho?

A paz é também alimento da alma, e, se desejamos tranqüilidade para nós, não nos esqueçamos do entendimento e da harmonia que devemos aos demais.
Quando pedirmos a tolerância do Pai Celeste em nosso favor, lembremo-nos também de ajudar aos outros com a nossa tolerância.

Auxiliemos sempre.

Se o Senhor pode suportar-nos e perdoar-nos, concedendo-nos constantemente novas e abençoadas oportunidades de retificação, aprendamos, igualmente, a espalhar a compreensão e o amor, em benefício dos que nos cercam.

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo Espírito Meimei.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Egoísmo




O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. E a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.
Jesus vos deu o exemplo da caridade e Pôncio Pilatos o do egoísmo, pois, quando o primeiro, o Justo, vai percorrer as santas estações do seu martírio, o outro lava as mãos, dizendo: Que me importa! Animou-se a dizer aos judeus: Este homem é justo, por que o quereis crucificar? E, entretanto, deixa que o conduzam ao suplício.
É a esse antagonismo entre a caridade e o egoísmo, à invasão do coração humano por essa lepra que se deve atribuir o fato de não haver ainda o Cristianismo desempenhado por completo a sua missão. Cabem-vos a vós, novos apóstolos da fé, que os Espíritos superiores esclarecem, o encargo e o dever de extirpar esse mal, a fim de dar ao Cristianismo toda a sua força e desobstruir o caminho dos pedrouços que lhe embaraçam a marcha. Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir na escala dos mundos, porquanto já é tempo de a Humanidade envergar sua veste viril, para o que cumpre que primeiramente o expilais dos vossos corações.


- Emmanuel. (Paris, 1861.)
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br/. Federação Espírita Brasileira. 1996.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O SEXO NO MUNDO



Certa noite proclamou
Um dos líderes do Umbral:
“Propaguemos pelo mundo,
Nosso fogo sexual!
Que ele queime mais que a guerra!
Deixe em cinzas a Inglaterra!
O sexo nos dará a Terra!
Avante, ó forças do Mal!”

E um exército espantoso
De Espíritos sensuais,
Invadiu todo o planeta,
Desde o campo às capitais!
E com grandes lutas cruas,
Dominou as praças, ruas!
E hoje andam quase nuas...
Até mães angelicais!

E o sexo, assim instigado,
Fez-se do planeta o rei!
Todo ser é um vassalo,
Que se rende à sua lei!
E o Homem preso à loucura,
No Brasil ou em Singapura,
Hoje ri da compostura,
Mesmo um padre ou mesmo um frei!

E os Espíritos trevosos
Estenderam sua ação:
“Prendamos, agora, os cérebros,
Afeitos à erudição!
O sexo é filosofia,
Quer à noite ou à luz do dia!
Não importa que alguém ria,
— Marcusse, escreva a lição!”

Contaminou-se a Cultura...
Basta olhar a livraria!
Eis na vitrine romances,
Dois não são pornografia...
Em cada livro — heroína,
Parenta de Messalina,
Obras vindas da China,
Da Itália, França ou da Hungria!

Acompanha-me, leitor,
Ao teatro ou ao cinema...
Olha estes grandes cartazes,
Cenas do erótico tema...
E ninguém fica perplexo!
Até a Arte grita: “Sexo!”
Fora dele não há nexo...
Eis do mundo o novo esquema!

Atravessemos a praça.
Eis a rua principal!
Olha as milhares de virgens,
Já envolvidas pelo Umbral!
Em casa, mostram prudência,
Trazem no rosto a inocência,
Mas que grande experiência
Na prática sexual!

Não terão dezoito anos...
Amam todos, e a ninguém;
Podem dar aulas de sexo,
No Oriente, em um harém!
As outras já têm amantes...
Trabalham, são estudantes,
Mas não conhecem Cervantes,
Confundem Bach com Chopin...

A Terra pertence às Trevas!
Está em festas o Umbral!
Ruíram todas barreiras
Na fogueira sexual!
Jovem, velho e até criança,
Na pobreza ou na abastança,
Têm com as Trevas aliança,

E nas costas um punhal!
Espíritas, companheiros,
Cuidado com a obsessão...
Vejo na treva mil olhos,
Mestres na fascinação...
Meditai sempre em Jesus!
Rogai ao Senhor mais luz!
Cuidado com a vossa cruz!
Fazei com os Céus união!



 Livro Castro Alves Fala À Terra.Psicografia de Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hora Vazia






Cuidado com a hora vazia, sem objetivo, sem atividade.

Nesse espaço, a mente engendra mecanismos de evasão e delira.

Cabeça ociosa é perigo a vista.

Mãos desocupadas, facultam o desequilíbrio que se instala.

Grandes males são maquinados quando se dispõe de espaço mental em aberto.
*

Se, por alguma circunstância, surge-te uma hora vazia, preenche-a com uma leitura salutar, ou uma conversação positiva, ou um trabalho que aguarda oportunidade para execução, ou uma ação que te proporcione prazer...
O homem, quanto mais preenche os espaços mentais com as idéias do bem, mediante o estudo, a ação ou a reflexão, mais aumenta a sua capacidade e conquista mais amplos recursos para o progresso.
Estabelece um programa de realizações e visitas para os teus intervalos mentais, as tuas horas vazias, e te enriquecerás de desconhecidos tesouros de alegria e paz.
Hora vazia, nunca!



Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 8. LEAL.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Reencarnação





A reencarnação é um dos pontos fundamentais do Espiritismo, codificado por Allan Kardec, do Hinduísmo, do Jainismo, da Teosofia, do Rosacrucianismo e da filosofia platônica. Existem vertentes místicas do Cristianismo como, por exemplo, o Cristianismo esotérico, que também admite a reencarnação.
Há referência recentes a conceitos que poderiam lembrar a reencarnação na maior parte das religiões, incluindo religiões do Egito Antigo, religiões indígenas, entre outras. A crença na reencarnação também é parte da cultura popular ocidental, e sua representação é frequente em filmes de Hollywood.
Reencarnar é voltar a viver num novo corpo físico. É uma nova oportunidade de aprendizado, como prova do amor de Deus para seus filhos. Somente através da reencarnação se prova a justiça e a bondade de Deus, pois é a única explicação racional para as desigualdades sociais existentes no mundo. Como explicar o fato de crianças que morrem em tenra idade, enquanto outras criaturas vivem quase 100 anos? Como explicar os que nascem com saúde perfeita, enquanto outros nascem com deficiências físicas grosseiras? Somente a reencarnação nos dá a chave desse "mistério". Com as múltiplas experiências na carne, temos a chance de adquirir e aprimorar conhecimentos que ainda nos faltam nos campos do intelecto e da moral. Além de reatar as amizades com nossos inimigos e reparar erros do passado. Quando estivermos evoluídos moral e intelectualmente, não mais necessitaremos reencarnar.
Não se pode precisar o número de reencarnações que uma pessoa já teve, pois isso depende do estado evolutivo em se encontra o espírito. Uns evoluem mais rapidamente por seu maior esforço, portanto necessitam de passar menor número de vezes na carne, outros são mais lentos permanecendo mais tempo no mundo de sofrimentos. Tudo dependerá de nós. Quanto mais rapidamente progredirmos moral e intelectualmente, menos encarnações teremos que sofrer. Quando nosso espírito tiver alcançado todos os graus de evolução moral e intelectual, seremos espíritos puros. Um exemplo de espírito puro é o Mestre Jesus.
O esquecimento temporário das vidas passadas é uma necessidade. Não devemos nos lembrar das vidas passadas enquanto estamos encarnados, e nisso está a sabedoria de Deus. Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viver entre eles atualmente. Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são nossos filhos, irmãos, pais e amigos, que, presentemente, se encontram junto de nós para a reconciliação. Por isso a reencarnação é uma bênção de Deus para seus filhos. As lembranças de erros passados certamente trariam desequilíbrios de toda ordem, uma vez que estamos muito mais perto do ponto de partida do que do ponto de chegada, em termos de caminhada evolutiva. Depois de desencarnado, normalmente nos lembramos de parte desse passado, conforme o grau evolutivo em que nos situamos.

Fonte

domingo, 21 de agosto de 2011

Prece de Cáritas




Deus, nosso Pai, que tendes poder e bondade, dai força àquele que passa pela provação, dai luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus, dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.
Senhor, que a Vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes.
Piedade, meu Deus, para aquele que Vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.
Deus, um raio de luz, uma centelha do Vosso amor pode iluminar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão; um só coração, um só pensamento, subirão até Vós, como um grito de reconhecimento e amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh! poder, oh! bondade, oh! beleza, oh! perfeição, e queremos de algum modo alcançar a Vossa misericórdia.
Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão, dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se deve refletir a Vossa imagem.


Sra. W. Krell. Da obra: Anuário Espirita 2002. Ditado pelo Espírito Cárita. A Prece de Cárita original foi recebida no Natal de 1873, em Bordéus, França, pela médium Sra. W. Krell.. Instituto de Difusão Espírita. 

sábado, 20 de agosto de 2011

Bem e Mal Sofrer




Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.
O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: "Fui o mais forte."
Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso.

- Lacordaire. (Havre, 1863.)
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br/. Federação Espírita Brasileira. 1996.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Depressões






Se trazes o espírito agoniado por sensações depressivas, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.
Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude .
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é a lei do Universo.
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.
Incompreensões com relação a caminho e decisões que se adotem são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos marcam toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.
Compreendendo a realidade de toda a pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e, abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.

(Emmanuel/Chico Xavier)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Depressão




Dizes que sofres angústias
Até mesmo quando em casa,
Que a tua dor extravasa
Nas cinzas da depressão.
Que não suportas a vida,
Nem te desgarras do tédio,
O fantasma, em cujo assédio
Afirma que tudo é vão.


Perto da rua em que moras
Há uma viúva esquecida,
Guarda o avô quase sem vida
E três filhinhos no lar;
Doente, serve em hotel,
Trabalha na rouparia.
Busca o pão de cada dia,
Sem tempo para chorar.


Não longe triste mulher,
Num cubículo apertado,
Chora o esposo assassinado
Que era guarda de armazém...
Tem dois filhinhos de colo.
Por enquanto, ainda não sabe
O que deve fazer da existência.
Espera pela assistência
Dos que trabalham no bem.


Um paralítico cego,
Numa esteira de barbante,
Implora mais adiante
Quem lhe dê água a beber...
Ninguém atende... Ele grita,
Na penúria que o consome,
Tem sede e febre, tem fome,
Sobretudo quer morrer.


Depressão? Alma querida,
Se tens apenas tristeza,
Se te sentes indefesa,
Contra a mágoa e dissabor,
Sai de ti mesma e auxilia
Aos que mais sofrem na estrada.
A depressão é curada
Pelo trabalho do amor.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Dádivas de Amor. Ditado pelo Espírito Maria Dolores. IDEAL.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Agir de Acordo




"Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis e desobedientes, e reprovados para toda boa obra." - Paulo. (TITO, capítulo 1, versículo 16.)

O Espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, tem papel muito mais alto que o de simples campo para novas observações técnicas da ciência instável do mundo.
A Terra, até agora, no que se refere às organizações religiosas, tem vivido repleta dos que confessam a existência de Deus, negando-O, porém, através das obras individuais.
O intercâmbio dos dois mundos, visível e invisível, de maneira direta objetiva esse reajustamento sentimental, para que a luz divina se manifeste nas relações comuns dos homens.
Como conciliar o conhecimento de Deus com o menosprezo aos semelhantes?
As antigas escolas religiosas, à força de se arregimentarem como agrupamentos políticos do mundo, sob o controle do sacerdócio, acabaram por estagnar os impulsos da fé, em exterioridades que aviltam as forças vivas do espírito.
A doutrina consoladora da sobrevivência e da comunicação entre os habitantes da Terra e do Infinito, com bases profundas e amplas no Evangelho, floresce entre as criaturas com características de nova revelação, para que o homem seja, nas atividades vulgares, real afirmação do bem que nasce da fé viva.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 28 edição. Capítulo 116. Brasília: FEB. 2009.

sábado, 13 de agosto de 2011

O Passe






"Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças" - Mateus, 8:17




Meu amigo, o passe é transmissão de energias fisio-psíquicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em teu benefício.
Se a moléstia, tristeza e amargura são remanescentes de nossas imperfeições, enganos e excessos, importa considerar que, no serviço do passe, as tuas melhoras resultam da troca de elementos vivos e atuantes.
Trazes detritos e aflições e alguém te confere recursos novos e bálsamos reconfortantes.
No clima da prova e da angústia, és portador da necessidade e do sofrimento.
Na esfera da prece e do amor, um amigo se converte no instrumento da Infinita Bondade, para que recebas remédio e assistência.
Ajuda o trabalho de socorro a ti mesmo com o esforço da limpeza interna.
Esquece os males que te apoquentam, desculpa as ofensas de criaturas que não te compreendem, foge ao desânimo destrutivo e enche-te de simpatia e entendimento para com todos que te cercam.
O mal é sempre a ignorância e a ignorância reclama perdão e auxílio para que se desfaça, em favor da nossa própria tranquilidade.
Se pretendes, pois, guardar as vantagens do passe que, em substância, é ato sublime de fraternidade cristã, purifica o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro.
Ninguém deita alimento indispensável em vaso impuro.
Não abuse, sobretudo, daqueles que te auxiliam.
Não tomes o lugar do verdadeiro necessitado, tão só porque os teus caprichos e melindres pessoais estejam feridos.
O passe exprime também o gasto de forças e não deves provocar o dispêndio de energias do Alto, com infantilidades e ninharias.
Se necessitas de semelhante intervenção, recolhe-te à boa vontade, centraliza a tua expectativa nas fontes celestes do suprimento divino, humilha-te, conservando a receptividade edificante, inflama o teu coração na confiança positiva e, recordando que alguém vai arcar com o peso de tuas aflições, retifica o teu caminho, considerando igualmente o sacrifício incessante de Jesus por nós todos, porque, de conformidade com as letras sagradas "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças"

(Emmanel - Chico Xavier)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Oração da Fé






Que Deus te cuide com carinho,
que te indique o melhor caminho,
que te ensine sobre o verdadeiro amor,
que te perdoe quando preciso for.



Que Deus te dê asas pra voar,
nos sonhos te ajude a pousar
mas, também, te mostre a realidade
que terás que enfrentar
sem nunca, por nada, recuar.



Que Deus te dê forças pra encarar
tudo aquilo que não tens como mudar
ou, sequer, adulterar.



Que Deus te dê saúde,
que teu corpo, por dentro, nunca mude
e que ao envelhecer tu possas dizer
que tua maior felicidade foi viver.



Que Deus te mostre com clareza
a grande e real beleza
de um jardim florido,
de um bom livro,
de uma poesia que fale de saudade,
de uma calma paisagem .



Que Deus te faça ver
que no sorriso de uma criança
mora toda a esperança
que tanto precisas pra viver.



Que Deus te faça compreender
porque amanhece antes de anoitecer,
porque o sol se esconde quando a lua quer brilhar
e porque o sol brilha quando ela vai descansar.



Que Deus faça de ti um ser sensível,
que seja capaz de chorar
sem jamais se envergonhar.



Que Deus te ensine sobre a dignidade,
sobre a força e a fragilidade,
sobre a coragem e a honestidade.



Que Deus possa te mostrar
que cada onda do mar
devolve tudo que ousa levar,
afinal não tem intenção de roubar
o que em terra deve ficar.



Que Deus te ofereça amigos verdadeiros
e que tu saibas cultivar
cada amizade que em tua vida Ele plantar.

domingo, 7 de agosto de 2011

Respostas no Caminho


Trazendo sua conciência tranqüila, nos deveres que a vida lhe deu a cumprir, você pode e deve viver a sua vida tranqüila, sem qualquer necessidade de ser infeliz.
Auxilie os outros sem afligir-se demasiado com os problemas que apresentem, porque eles mesmos desejam solucioná-los por si próprios.
Não se fixe tão fortemente nos aspectos exteriores dos acontecimentos e sim coloque sua visão interna nos fatos em curso, a fim de que a compreensão lhe clareie os raciocíneos.
Dedique-se ao seu trabalho com todos os recursos disponíveis, reconhecendo que se houver alguma necessidade de modificação em suas atitudes, a sua própria tarefa lhe fará sentir isso sem palavras.
Se você experimentou algum fracasso na execução dos seus ideais, não culpe disso senão a você mesmo, refletindo na melhor maneira de efetuar o reajuste.
Se você realizar corretamente seu trabalho, os seus clientes ou beneficiários virão de longe procurar o valor de sua experiência e de seu concurso.
Em qualquer indecisão valorize os pareceres dos amigos que lhe falem do assunto, mas conserve a convicção de que a decisão será sempre de você mesmo.
Uma atitude de simpatia para com o próximo é sempre uma porta aberta em seu auxílio agora e no futuro.
Mesmo nas horas mais aflitivas procure agir com serenidade e discernimento, porque de tudo quanto fizemos, colheremos sempre.
A desculpa ante as faltas de que você tenha sido vítima, invariavelmente, é ação em seu próprio favor.
Quando provações e dificuldades lhe pareçam almentadas, guarde paciência e otimismo, trabalhando e servindo na certeza de que Deus faz sempre o melhor.


(Francisco Cândido Xavier / André Luiz)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Paciência




A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu. Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.
A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.
Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. 
- Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)


Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Capítulo IX. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1996. 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Vidas Sucessivas






"Não te maravilhes de te haver dito: Necessário vos é nascer de novo." - Jesus. (JOÃO, capítulo 3, versículo 7.)




A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara.
Desviá-la para interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio organizado, atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da verdade legítima.
A reencarnação é lei universal.
Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.
O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos de resgate e reajustamento.
Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados.
A Providência, todavia, corrige, amando... Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas. Determina somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta carnal e voltem ao palco da atividade humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos outros.
Para a Sabedoria Magnânima nem sempre o que errou é um celerado, como nem sempre a vítima é pura e sincera. Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do escândalo; conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram um crime.
O algoz integral como a vítima integral são desconhecidos do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os, periodica mente, pelos laços de sangue ou na rede dos compromissos edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor, entre as dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.


Francisco Cândido Xavier - Emmanuel .
 Da obra: Caminho, Verdade e Vida.